Para Idec, governo apela para 'eufemismos' para n�o chamar de racionamento

A inclus�o do consumidor residencial no esfor�o para redu��o do consumo de energia el�trica no Pa�s, anunciada nesta quarta-feira pelo governo, foi um avan�o, mas a falta de informa��es sobre como isso ser� feito revelou o despreparo dos envolvidos e deixou no ar a principal quest�o: quem vai pagar a conta?, avaliou o coordenador do programa de energia e sustentabilidade do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite.

"Est�o apelando para eufemismos para n�o chamar de racionamento, mas na pr�tica � racionamento; n�o � s� cortar a luz que configura racionamento, qualquer restri��o de consumo � racionamento", disse Leite, que esta semana defendeu a inclus�o dos consumidores residenciais para aumentar a base da redu��o do consumo, em troca de alguma compensa��o.

Leite criticou a falta de n�meros para mostrar as metas de redu��o do consumo, e avaliou que a equipe do Minist�rio de Minas e Energia (MME) deve ter antecipado o an�ncio das medidas por conta do agravamento da escassez de �gua nas hidrel�tricas. "Eles perceberam que tinham que dar uma resposta porque a situa��o ficou mais grave, mas n�o tinham a resposta. Se era para apresentar algo, deveriam trazer n�meros, mostrar metas", observou.

Leite destacou que se n�o vai haver penaliza��o para quem n�o reduzir o consumo, a �nica sa�da ser� aumentar os encargos do sistema el�trico via ESS (Encargos do Servi�o do Sistema).

"No final (da apresenta��o) deixaram escapar que vai ser pelo ESS, e se for isso, � mais um encargo e o consumidor vai pagar a metade do dobro, vai sobrar para o consumidor", explicou Leite.

Para ele, as medidas deveriam passar por uma r�pida consulta p�blica para serem melhor entendidas pela sociedade. "Ficaram devendo para o consumidor", concluiu.