O volume de vendas internas dos produtos qu�micos de uso industrial registrou em julho um crescimento de 14,89%, invertendo a trajet�ria de tr�s meses consecutivos de recuos. Segundo a Associa��o Brasileira da Ind�stria Qu�mica (Abiquim), a produ��o teve desempenho positivo no mesmo per�odo, com crescimento de 5,64% sobre o m�s anterior. A associa��o destaca a realiza��o de paradas programadas para manuten��o entre abril e junho, que acabaram por impactar os resultados dos volumes de produ��o e de vendas internas realizadas no per�odo.
O �ndice de utiliza��o da capacidade instalada alcan�ou 72% no m�s de julho deste ano, cinco pontos acima do valor registrado no m�s anterior, em decorr�ncia do retorno de opera��o ap�s as paradas nos meses anteriores, em especial nos estados de S�o Paulo, Rio Grande do Sul e Pernambuco. No que se refere ao �ndice de pre�os, ap�s doze meses de altas consecutivas, o IGP Abiquim-FIPE registrou recuo de 3,13% no �ltimo m�s de an�lise.
No acumulado de janeiro a julho de 2021, os �ndices de volume do segmento de produtos qu�micos de uso industrial continuaram com ritmo acelerado, em rela��o a igual per�odo do ano passado, com os seguintes resultados comparativos: produ��o com avan�o de 8,48%, vendas internas alta de 9,57% e consumo aparente nacional eleva��o de 12,3%. No mesmo per�odo, o volume de importa��es da amostra de produtos analisados subiu 15,3%, enquanto o de exporta��es recuou 17,0%.
O �ndice de pre�os teve alta nominal de 39,88% entre janeiro e julho de 2021, sobretudo acompanhando as oscila��es ocorridas no mercado internacional.
"A demanda por produtos qu�micos vem crescendo no Brasil e no mundo, puxada pela �sia, a um ritmo maior do que o da oferta, com destaque para atendimento das demandas relacionadas � covid-19, seja daqueles produtos utilizados na preven��o, no tratamento ou no combate ao v�rus", explica a diretora de Economia e Estat�stica da Abiquim, F�tima Giovanna Coviello Ferreira.
"Tamb�m, houve uma mudan�a no perfil da demanda mundial de qu�micos, com �nfase para os produtos utilizados em embalagens de delivery, como os descart�veis. Ainda, no per�odo recente, os pre�os do barril do petr�leo e dos seus derivados, em especial da nafta petroqu�mica, t�m subido tamb�m como reflexo da redu��o da produ��o nos pa�ses da OPEP, pressionando diversos pre�os ao redor do mundo e consequentemente a infla��o", acrescenta.
Analisando-se os resultados conjunturais dos produtos qu�micos de uso industrial dos �ltimos 30 anos, a Abiquim destaca que a vari�vel CAN teve crescimento m�dio anual de 3% (valor bem acima dos 2,2% de crescimento do PIB em igual base de compara��o, confirmando a elevada elasticidade m�dia hist�rica de 1.4 vezes de alta da demanda de qu�micos em rela��o ao PIB), enquanto a produ��o interna subiu 1,5% ao ano, metade do crescimento anual do CAN. As importa��es cresceram 9,5% ao ano, passando a ocupar 46% do mercado local, contra 7% no in�cio dos anos 1990.
"A Abiquim vem pontuando a falta de competitividade da ind�stria qu�mica nacional h� um bom tempo. Esse problema n�o � reflexo da conjuntura recente, mas sim fruto de uma quest�o mais estrutural e de longa data", diz a associa��o em nota. "A demanda por qu�micos cresce a um ritmo muito maior do que o do PIB, mas essa alta n�o tem sido capaz de puxar a produ��o e os investimentos na qu�mica nacional. Ao contr�rio, nos �ltimos 15 anos, diversas unidades fecharam por falta de competitividade", diz a Abiquim.
F�tima Giovanna explica que a elevada ociosidade preocupa, especialmente pela caracter�stica da opera��o em processo cont�nuo. "Essas plantas deveriam estar operando entre 87% e90%, o que seria um n�vel mais dentro do padr�o do segmento", enfatiza.
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