O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu na noite desta ter�a-feira, 31, que consumidores residenciais, ind�strias e com�rcio economizem energia e �gua devido � crise h�drica. Em pronunciamento oficial em cadeia de r�dio e TV, ele afirmou que a condi��o hidroenerg�tica do Pa�s se "agravou" nos �ltimos meses, pois n�o choveu o quanto era esperado na regi�o Sul. O ministro afirmou que a crise � um fen�meno natural que tamb�m ocorre, com a mesma intensidade, em outros pa�ses. No pronunciamento, por�m, ele n�o citou a palavra "racionamento".
"Para aumentarmos nossa seguran�a energ�tica e afastarmos o risco de falta de energia no hor�rio de maior consumo, � fundamental que a Administra��o P�blica, em todas as suas esferas, e cada cidad�o-consumidor, nas resid�ncias e nos setores do com�rcio, de servi�os e da ind�stria, participemos de um esfor�o inadi�vel de redu��o do consumo", disse. "O empenho de todos nesse processo � fundamental para que possamos atravessar, com seguran�a, o grave momento energ�tico que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da popula��o e tamb�m para diminuir o custo da energia."
� a segunda vez que o ministro Bento Albuquerque faz um pronunciamento em cadeia nacional. Em 28 de junho, o ministro tamb�m se dirigiu � popula��o para pedir a contribui��o no enfrentamento da crise, a "pior da hist�ria do Brasil", de acordo com o chefe do MME.
"Hoje, eu me dirijo novamente a todos para informar que a nossa condi��o hidroenerg�tica se agravou. O per�odo de chuvas na regi�o Sul foi pior que o esperado. Como consequ�ncia, os n�veis dos reservat�rios de nossas usinas hidrel�tricas das Regi�es Sudeste e Centro Oeste sofreram redu��o maior do que a prevista", disse. Segundo ele, a perda de gera��o hidrel�trica equivale a todo o consumo de energia da cidade do Rio de Janeiro, por cerca de cinco meses.
O ministro afirmou que, para enfrentar a situa��o, o governo tem utilizado todos os recursos dispon�veis e tomado medidas extraordin�rias para garantir o suprimento de energia. Por conta do baixo volume nos reservat�rios, o governo tem autorizado o aumento no acionamento de usinas termel�tricas, at� mesmo as mais caras, e a importa��o de energia da Argentina e Uruguai.
Albuquerque reconheceu que, como todos os recursos mais baratos j� estavam sendo utilizados, "a eletricidade adicional proveniente de gera��o termel�trica e de importa��o de energia custar� mais caro". Segundo c�lculos apresentados pela Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel), essas medidas v�o custar R$ 8,6 bilh�es entre setembro e novembro. Para fazer frente �s despesas, o governo recomendou a cria��o da bandeira "escassez h�drica", com custo de R$ 14,20 a cada 100 quilowatts-hora (kWh).
Durante o pronunciamento, o ministro citou medidas adotadas pelo governo na �ltima semana, como a determina��o de �rg�os p�blicos reduzirem de 10% a 20% o consumo de energia. Albuquerque tamb�m comentou o programa de redu��o volunt�ria voltado para grandes consumidores e consumidores residenciais. As regras para a concess�o de b�nus para fam�lias que pouparem energia foram publicadas em portaria nesta ter�a.
"A t�tulo de exemplo, uma redu��o m�dia de 12% no consumo residencial equivaleria ao suprimento de nada menos que 8,6 milh�es de domic�lios. Podemos conseguir at� mais, eliminando todo o desperd�cio no consumo de energia", afirmou. "Os consumidores que aderirem a este chamado e economizarem energia, ser�o recompensados e poder�o ter redu��o na sua conta de luz."
O ministro disse que levar� tempo para a recupera��o dos n�veis dos reservat�rios e que, al�m do empenho de todos, isso tamb�m depender� das chuvas. "� por isso que, nesse momento de escassez, precisamos, mais do que nunca, usar nossa �gua e nossa energia de forma consciente e respons�vel. Com esse esfor�o, aliado ao conjunto de medidas que o governo federal vem adotando, seremos capazes de enfrentar essa conjuntura desafiadora. Uma conjuntura que ser� t�o mais favor�vel quanto mais r�pida, intensa e abrangente for a mobiliza��o da sociedade para enfrent�-la."
ECONOMIA