De acordo com Borjaili, o reajuste das distribuidoras teve como justificativa o diss�dio da categoria e infla��o. O aumento m�dio por botij�o foi de R$ 5,80, sendo que mais R$ 0,30 foi adicionado em alguns estados pelo reajuste do ICMS no m�s passado.
"E h� um murm�rio de que a Petrobras vai aumentar tamb�m no in�cio do m�s", disse Borjaili ao Broadcast (sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado), que discorda do aumento das distribuidoras, considerando que o valor do produto j� est� muito alto.
Mudan�a de h�bitos
Helenice Coelho, 44 anos, � dona de casa e moradora de Ribeir�o das Neves. Ela conta que compra um botij�o todo m�s ou a cada um m�s e meio.
"No come�o de 2020, eu comprei g�s por R$ 85 e agora pago R$ 98 � vista. Mas, se precisar dividir de duas vezes, eles cobram de R$ 105 a R$ 110. Daqui a pouco, n�s vamos ter que come�ar a cozinhar na lenha."
Segundo ela, os gastos com o g�s de cozinha pesam muito no or�amento da fam�lia.
"Aqui � uma casa com cinco adultos e eu ainda tomo conta de uma crian�a. Eu fa�o almo�o, jantar e lanche. N�o tem correr. Se voc� compra um produto el�trico para ajudar, como forno el�trico ou fritadeira, usa muito pouco porque a energia est� cada vez mais alta. Fica muito dif�cil."
Helenice diz que esse novo aumento no pre�o do botij�o a deixa em desespero. "Eu tenho condi��es, gra�as a Deus porque na minha casa meus filhos e meu esposo trabalham, mas e as pessoas que n�o tem condi��es?", pergunta.
"N�s vamos voltar no tempo de ter que fazer um bendito fog�o � lenha para cozinhar", completa.
A dona de casa conta que alguns moradores da regi�o j� precisaram fazer essa troca. "Minha vizinha de frente faz isso sempre (cozinha no fog�o � lenha). Ela � vi�va, mora sozinha e cozinha no fog�o � lenha na maioria das vezes."
A alta no pre�o do g�s de cozinha j� obrigou Helenice a deixar de preparar alguns alimentos, principalmente assados, para economizar.
"O assar aqui em casa � feito muito raramente. N�o tem como fazer sempre. Eu penso assim, se eu quiser assar um bolo ou uma carne vou gastar 2 dias de g�s. Para fazer um almo�o ou um jantar eu gasto mais ou menos uma hora. Uma carne fica no forno, no m�nimo 40 minutos para cozinhar e outros 40 minutos para corar. Ent�o acabo deixando de fazer."
O mesmo acontece com a diarista Maria Simone Vieira, de 42 anos.
"N�o asso mais as coisas, gasta muito g�s. Eu esquento no microondas para n�o esquentar no fog�o. Uso o forno el�trico para tentar fazer uma economia no g�s. Mas a� vem a conta de luz que tamb�m aumentou. Estou preferindo comprar algumas coisas prontas para evitar assar."
Ela conta que compra um botij�o de g�s por m�s e sempre mais caro que no m�s anterior.
"Todo m�s aumenta. M�s passado eu paguei R$ 100, mas ano passado j� cheguei a comprar por R$ 49, no in�cio do ano. Subiu demais."

A diarista afirma que os aumentos pesam no or�amento da fam�lia. "Pesa demais esse tipo de aumento. Todo m�s a gente reserva um dinheiro e quando vai comprar j� � sempre com aumento de R$ 5, R$ 3. E isso faz muita diferen�a."
"Todo m�s tem um or�amento diferente l� em casa. Deixo de comprar uma coisa para substituir por outra. O sacol�o e o supermercado eram toda semana. Se eu comprava tr�s unidades de um produto, agora eu compro duas. Todo m�s a gente vai diminuindo alguma coisa", completa.
Dor de cabe�a para o governo
O pre�o do g�s de cozinha virou mais uma preocupa��o para o governo de Jair Bolsonaro, que demitiu o ex-presidente da Petrobras Roberto Castello Branco pelos ajustes sucessivos dos combust�veis, inclusive do G�s Liquefeito de Petr�leo (GLP).
J� o atual presidente da empresa, general Joaquim Silva e Luna, deixou de fazer reajustes mensais. O �ltimo aumento foi no in�cio de julho, de 3,5%.
De acordo com dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo, G�s Natural e Biocombust�veis (ANP), o pre�o m�dio do botij�o de GLP de 13 Kg entre 22 e 28 de agosto era de R$ 93,65, sendo que em algumas localidades o produto chega a custar R$ 130,00.
*Estagi�ria sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria