O carrinho de compras est� maior, e o bolso do consumidor, mais apertado. Em julho, supermercados faturaram 5,94% a mais em rela��o ao ano anterior. Enquanto isso, os itens por carrinho ca�ram 8,75%, segundo levantamento da consultoria GS Ci�ncia do Consumo. Com o menor poder de compra, por�m, a tend�ncia � de que saiam da lista marcas e produtos mais caros. Pulam para dentro os baratinhos. A Kellogg, empresa americana que tem o Brasil como prioridade entre os pa�ses emergentes, conseguiu equalizar melhor a quest�o do pre�o de seus produtos ao bolso do consumidor gra�as � produ��o local.
N�o que os produtos da dona da marca Pringles sejam populares. Mas a companhia dobrou a participa��o de mercado no Brasil em 2020 e pretende assumir a lideran�a da categoria salgadinhos de batata no fim do ano que vem. Motivo: ergueu uma f�brica no Brasil - quando a situa��o, mais uma vez, come�ou a apertar.
Depois de comprar a fabricante de biscoitos Parati, em 2016, a companhia investiu mais US$ 100 milh�es em seu parque industrial em Santa Catarina. Assim, desde 2018, as batatinhas passaram a ser produzidas no Brasil. Por isso, enquanto o d�lar disparou no �ltimo ano, o pre�o da Pringles ao consumidor final passou de algo entre R$ 11 e R$ 14, h� tr�s anos, para cerca de R$ 10, hoje. Nas palavras de Alberto Raich, vice-presidente e gerente-geral da Kellogg no Brasil, se a produ��o n�o tivesse sido nacionalizada, "o produto se tornaria invi�vel", com a alta do d�lar.
"O crescimento n�o foi uma surpresa", afirma Raich. "Com a opera��o no Brasil e o investimento (na f�brica), temos capacidade de fazer a��es de marketing e operar bem o neg�cio."
A f�brica brasileira ainda permitiu que os produtos se adaptassem ao gosto do brasileiro. Foram criadas varia��es regionais, como as de sabor churrasco.
Um dos cuidados da companhia de agora em diante, por�m, � manter o pre�o do produto final. "H� infla��o de mat�rias-primas, e estamos buscando corrigir", diz Raich. "Isso se faz na escala com fornecedores, melhores negocia��es, revis�o de estruturas de produ��o e ganhos de efici�ncia. N�o queremos reduzir investimentos no mercado ou na nossa gente (funcion�rios)."
Segundo especialistas, o momento � delicado, e as marcas t�m se esfor�ado para manter vendas - e isso inclui repensar o marketing. "As empresas t�m procurado previsibilidade", diz Thiago Simonato, CEO da GS Ci�ncia do Consumo. "Em uma campanha pague um leve dois, � imprevis�vel o volume que ela pode ganhar." Por isso, muitas marcas que perderam com a infla��o t�m optado, muitas vezes, por a��es que envolvem sorteios. Nessa modalidade, a empresa sabe o gasto e, segundo Simonato, a chances de aumento de vendas s�o altas. "Brasileiro adora sorteio."
As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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