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Estado de Minas ECONOMIA

Setor de log�stica tem at� 'uber de cargas'


05/09/2021 17:00

A corrida por entregas r�pidas tem provocado uma revolu��o na log�stica de transporte, sobretudo no chamado last mile - �ltima etapa no processo de transporte de uma mercadoria at� o consumidor. Com o crescimento das vendas online e as mudan�as internas dentro das companhias, com redu��o de estoques, as empresas de transporte e log�stica tiveram de investir forte em tecnologia e num card�pio variado de alternativas para chegar at� o cliente.

Se no passado uma mercadoria demorava semanas para chegar, hoje pode levar apenas algumas horas, dependendo da localidade. Para isso, vale usar o ve�culo que for mais r�pido, seja caminh�o, carro, moto, bicicleta ou a p�. Na maioria dos casos, as companhias usam frota terceirizada numa esp�cie de "uber de cargas". As ofertas s�o colocadas em um aplicativo e o motorista cadastrado aceita ou n�o as rotas estabelecidas, como ocorre na Loggi e na ASAP.

O investimento em tecnologia � essencial para conseguir tra�ar rotas com cargas consolidadas por regi�es e �reas. � isso que ajuda na velocidade do servi�o, levando em conta que s�o milhares de entregas por dia. S� no com�rcio eletr�nico, foram 78,5 milh�es de compras entre janeiro e mar�o deste ano - crescimento de 57,4% comparado com igual per�odo do ano passado. No Dia dos Namorados, foram 14 milh�es de pedidos, segundo dados da Neotrust - empresa de intelig�ncia de mercado focada em e-commerce.

Diante desses n�meros crescentes, as empresas tiveram de correr para adotar medidas e atender a demanda. "As inova��es foram apressadas pela pandemia, que pegou muitas transportadoras no contrap�. At� ent�o, s� 2% das empresas falavam em digitaliza��o, o que � primordial para atender a �ltima milha, que exige respostas r�pidas", afirma Antonio Wrobleski, presidente do conselho da Pathfind, uma esp�cie de Waze que otimiza rotas e permite a gest�o de frotas de caminh�es.

Para quem j� tinha a inova��o no DNA, a pandemia gerou uma s�rie de oportunidades. Na Loggi, empresa que nasceu com a proposta de criar a log�stica do futuro, o volume de entregas cresceu 360% em 2020 comparado ao per�odo anterior. O vice-presidente de Opera��es da companhia, Rafael Mandelbaum, afirma que fazer esse last miles exige alta tecnologia para criar um modelo de rota inteligente. Na m�dia, o prazo de entrega da companhia � de dois dias, mas em v�rios locais consegue entregar no mesmo dia.

O executivo conta que hoje a empresa opera com quase 100% de frota terceirizada. Os entregadores s�o microempreendedores individuais e cada um usa o modal que preferir. "Em locais para restri��o de carros, os motoristas escolhem um ponto para estacionar e fazem as entregas a p�."

Van escolar. Na ASAP Log, empresa comprada em 2020 pela Via, at� motorista de Uber presta servi�o para a empresa, que trabalha com frota pr�pria e terceirizada. A companhia tem dez vans el�tricas alugadas e faz teste com oito motos com carreta acoplada. Mas, segundo o s�cio da empresa, Rafael Mendes, a maioria das entregas � feita por profissional aut�nomo.

Na Black Friday do ano passado, conta ele, as entregas foram feitas at� por vans escolares, que na �poca estavam ociosas por causa das aulas online. Criada h� oito anos, a ASAP atende, al�m da Via, clientes como as redes de varejo Riachuelo, Eudora e Casa e V�deo. Ela opera em 500 munic�pios do Pa�s e tem 380 mil entregadores cadastrados.

Em agosto, o volume de entregas foi de 419 mil - 47% maior que em julho. Na m�dia, s�o 17,4 mil entregas por dia.

O presidente da JSL, Ramon Alcaraz, diz que o impacto da pandemia no setor foi "gigante". Pessoas que n�o eram adeptas ao com�rcio eletr�nico experimentaram e gostaram do universo online, diz ele. "E isso mudou a forma de fazer log�stica no Pa�s, e tamb�m trouxe um desafio enorme, que � entregar uma mercadoria de forma r�pida, mas num custo baixo." Diante do tamanho do desafio, a JSL comprou a Fadel - especializada em distribui��o urbana - no segundo semestre de 2020, resultado de uma negocia��o que come�ou antes da pandemia.

Atualmente, a empresa atende a cerca de 70 mil pedidos por dia, entre empresas e consumidores pessoa f�sica. Na �ltima milha, a companhia trabalha com parceiros para fazer as entregas. Em alguns casos, usam bicicletas e motos, mas como o volume � grande - de cerca de 150 a 200 pedidos por entregador - � preciso ser carro ou van.

Tradi��o. Na Jamef, empresa que est� h� 58 anos no mercado, h� estudos para uso de bicicletas e carros el�tricos nas entregas - medida que resolveria quest�es de ESG (pr�ticas ambientais, sociais e de governan�a) da transportadora. Especialista em carga fracionada, a companhia acaba de expandir suas entregas por rodovias para cinco Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piau�, Maranh�o e Tocantins - regi�es que at� ent�o eram atendidas apenas pelo modal a�reo.

Com o avan�o da demanda na �ltima milha, a empresa criou o programa de motorista empreendedor, em que o profissional aluga um carro com a locadora e passa a prestar servi�o para a Jamef. A ideia � ter 200 ve�culos no Pa�s inteiro, diz o presidente da empresa, Ricardo Botelho. "A iniciativa vai melhorar nossa capacidade da entrega na porta do consumidor."

No ano passado, a empresa cresceu 15%, e deve manter o ritmo em 2021. Al�m do e-commerce, ele explica que as mudan�as na frequ�ncia de abastecimento de lojas e centros de distribui��o, que diminu�ram seus estoques, tamb�m t�m acelerado o crescimento do segmento. "A mudan�a come�ou com a necessidade de fluxo de caixa das empresas durante o isolamento social e acabou gerando mais efici�ncia log�stica."

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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