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Estado de Minas INFLA��O

Combust�vel e g�s de cozinha t�m novo aumento de pre�o na Grande BH

Segundo levantamento do Mercado Mineiro, entre agosto e setembro pre�o da gasolina teve um aumento de 5,28%; botij�o de g�s 13kg j� custa R$ 106,42 em BH


13/09/2021 13:40 - atualizado 13/09/2021 14:17

O preço médio da gasolina subiu 34% de janeiro até setembro de 2021
O pre�o m�dio da gasolina subiu 34% de janeiro at� setembro de 2021 (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
O pre�o dos combust�veis vem registrando reajustes in�ditos desde o in�cio do ano. Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, segundo levantamento feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro, em apenas um m�s, o valor m�dio da gasolina comum subiu de R$ 5,918 para R$ 6,230, ou seja, um aumento de 5,28%. Impulsionados pela infla��o, o mesmo acontece com o g�s de cozinha, que registrou at� o momento uma eleva��o de 25,48% no pre�o do botij�o de 13kg, tornando o produto de primeira necessidade invi�vel para grande parte dos consumidores de baixa renda.

At� o momento, todos os meses de 2021 registraram um encarecimento nos valores cobrados nas bombas dos postos da Grande BH. O custo m�dio do litro da gasolina, por exemplo, era de R$4,649 em janeiro, e agora, j� � vendido a R$6,230, um aumento de 34%. Quem sofre diretamente com essa alta s�o os motoristas, principalmente aqueles que dependem do recurso para exercer sua profiss�o.

“O momento n�o � mais de indigna��o para os consumidores, eles est�o revoltados e sem dinheiro. N�o vale mais a pena pesquisar pre�o de combust�vel em Belo Horizonte, seja para a gasolina, etanol ou diesel. A diferen�a em 145 postos � muito pequena. Por exemplo, pode ter uma varia��o de R$0,50 na gasolina, mas vai eles v�o ter que buscar em lugar enquanto j� queimam combust�vel. A melhor resposta agora ser� utilizar o m�nimo poss�vel do carro para quem tem essa op��o”, disse o diretor do Mercado Mineiro, Feliciano Abreu.

De acordo com a �ltima pesquisa da entidade, realizada em 145 estabelecimentos, entre os dias 8 e 10 de setembro, a gasolina encareceu 2,13% somente em 20 dias. O menor pre�o encontrado foi de R$ 6,075, na Regi�o Noroeste, e o maior de R$ 6,529, na Regi�o Centro-Sul de BH, variando 7,47%. 

Segundo Feliciano, n�o se pode afirmar que os atos de 7 de Setembro, que provocaram o bloqueio de rodovias de Minas e outros 14 estados do pa�s , por caminhoneiros apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), influenciaram nesta eleva��o. Os protestos ocorreram at� a �ltima sexta-feira (10/9). 

“Tiveram aumentos durante o feriado. Agora, n�o podemos dizer que foi em fun��o das manifesta��es, porque s�o duas coisas diferentes. Cada posto � um jeito, alguns pulam um aumento ou seguram (os reajustes feitos pela Petrobras). Ent�o, alguns foram feitos ao longo desses dias”, afirmou o respons�vel pela pesquisa.

No caso do etanol, o menor pre�o encontrado entre os postos pesquisados foi de R$4,575, em Betim, e o maior de R$ 4,999, na Regi�o Centro-Sul da capital mineira, com uma varia��o de 9,27%. Na compara��o realizada entre os pre�os m�dios de agosto, foi apontado que o custo subiu 9.74% somente entre o intervalo para este m�s. O valor que era cerca de R$ 4,319 passou a ser de R$ 4,740. 

Desde janeiro, o etanol teve um aumento de 47,52% na Grande BH, subindo de R$ 3,213 para R$ 4,740. 

Os motoristas que optam pelo diesel tamb�m est�o tendo que pagar ainda mais para encher o tanque. Segundo o levantamento do Mercado Mineiro, em agosto o litro do insumo custava em m�dia  R$ 4,69 e passou para R$ 4,81 at� o momento, uma eleva��o de 2,61%. 

O menor pre�o do litro do diesel foi encontrado por R$4,595, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte, e o maior R$ 5,159, na Regi�o Oeste, uma varia��o de 12,27%. 

O valor m�dio do diesel s10 subiu 25% desde janeiro, saindo de R$ 3,846 para R$ 4,814. 


G�s de cozinha


Outro derivado do petr�leo que sofre com o aumento de pre�o � o g�s de cozinha. Segundo levantamento feito Mercado Mineiro em 102 estabelecimentos da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, o botij�o de 13kg, que custava em janeiro cerca de R$ 84.81, passou para R$106,42 neste m�s, um aumento de 25,48%, quando entregue. J� o mesmo produto quando se busca, teve um aumento de 26,19% - antes era vendido por R$ 77,83, subindo agora para R$ 98,21.

O cilindro de 45kg tamb�m registrou eleva��es ao longo do ano. Ele valia em m�dia R$342.73, passando a custar at� o momento R$ 407,51, um aumento de 18,90%, quando entregue em casa. Quando buscado no estabelecimento, o valor teve um acr�scimo de 16,66% - saindo de R$ 328,87 para R$383,66. 

Comparando os pre�os m�dios, somente nos �ltimos dois meses, os aumentos s�o bem consider�veis. O botij�o de 13kg entregue no pr�prio bairro que custava em julho R$ 99,87 subiu para R$ 106,42, um aumento de 6,56%.

O botij�o quando buscado na portaria que, em junho, custava R$ 91,75, subiu para R$98,21, um aumento de 7,04%. J� o cilindro de 45kg que custava em m�dia R$ 387,97 subiu para R$ 407,51, um aumento de 5,04%.

“O g�s de cozinha preocupa muito as pessoas de baixa renda. Quando falamos do pre�o do combust�vel, falamos da classe trabalhadora e classe m�dia, que geralmente possuem um carro. No g�s, os mais afetados s�o as pessoas que n�o est�o tendo dinheiro para comprar arroz e feij�o. Esses aumentos est�o colocando os trabalhadores que recebem um sal�rio m�nimo em uma situa��o complicad�ssima”, disse Feliciano Abreu. 

Atualmente, as varia��es de pre�o do botij�o podem chegar a 42% na Grande BH, podendo custar de R$88 at� R$ 125. Na portaria da loja, ele pode ser vendido por R$ 95 at� R$ 125, uma varia��o 31,58%. 

Em rela��o ao cilindro de 45kg entregue no pr�prio bairro, o pre�o min�mo encontrado foi de R$ 350, e o maior, de R$498, uma varia��o tamb�m de 42%. No local, ele pode ser comprado por valores ainda mais distintos, de R$300 at� R$498, uma diferen�a de 66%.

“Quando falamos do produto para quem ele � direcionado, acho que � bem complicado. Deveria existir um meio termo para deixar a empresa lucrativa, que j� bate recorde de pre�os, mas tamb�m tinha que pensar nas pessoas. O g�s de cozinha � primeira necessidade como rem�dios, arroz, feij�o. Falta uma pol�tica de polariza��o, para mat�ria do barril do petr�leo e mercado externo. Pode ter certeza que o consumidor n�o vai aguentar esses aumentos”, afirmou o diretor do Mercado Mineiro.

Infla��o continua sendo grande vil� dos consumidores


Segundo o economista Samuel Chagas, a alta da infla��o, o aumento do d�lar e fatores pand�micos de fuga de capital e pol�ticos est�o influenciando diretamente nestes encarecimentos constantes no pre�o dos combust�veis e g�s de cozinha.

Segundo os dados divulgados em 9 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), com a alta de 0,87% no �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, a infla��o oficial do pa�s chegou a 9,68% nos �ltimos 12 meses. 

O Brasil j� ocupa a terceira posi��o no ranking de infla��o da Am�rica Latina. “No meio da crise, tivemos um fuga de capital de pa�ses emergentes para a moeda porte. Isso acontece em per�odo de guerra e muitas incertezas, a pandemia foi um desses. Temos investidores estrangeiros com a moeda m�e universal, que � o d�lar, tirando dinheiro do Brasil e colocando em economias mais fortes como Estados Unidos, Alemanha, Jap�o, dentre outros. S� o fato de termos ficado com perda de poder de compra na moeda com esse fator isolado, j� encarece esses insumos, principalmente o petr�leo”, disse o pesquisador.

“A instabilidade gerada pelo governo Bolsonaro deixa incertezas maiores no ar. Por exemplo, logo depois do dia 7 de setembro, quando a bolsa caiu em 3%, o d�lar subiu quase junto. O fato pol�tico e pand�mico que fez o d�lar ficar mais caro, al�m do petr�leo subir, que afeta diretamente no repasse da gasolina, tem toda a cadeia de insumos necess�rios para sua produ��o tamb�m ficando mais caras”, completou Samuel.

Ainda de acordo com o economista, enquanto a infla��o continuar apresentando n�meros recordes de aumento, a popula��o de baixa renda continuar� sofrendo as maiores consequ�ncias. 

“A substitui��o dos g�s de cozinha, por exemplo, � quase imposs�vel. Os moradores de resid�ncias estilo Minha Casa Minha Vida nem se querem fazer fog�o a lenha, n�o tem como. A infla��o ex�gena, ela sempre vai afetar os mais pobres porque eles tem pouco recurso para substituir, pouca margem de manobra, por exemplo: o arroz est� subindo muito, se esse � o pre�o limite da pessoa, como vai substituir? Quanto mais sobe a escala social, mais � indiferente fica a infla��o, mas quando desce, complica tudo”, afirmou Chagas.
 
* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.  


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