Mansueto: o que assusta mercado � quebra do teto para gastar mais que R$ 18 bi

O ex-secret�rio do Tesouro Nacional e atual economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, disse nesta ter�a-feira, 14, que o que assusta o mercado � a possibilidade de quebra do teto de gastos para que o governo gaste mais que R$ 18 bilh�es, espa�o para o Bolsa Fam�lia. "O que alguns amigos falam � que o governo deveria aumentar o Bolsa Fam�lia, pagar os R$ 89 bilh�es de precat�rios e calar a boca, cumprir a letra da lei. Essa solu��o �tima n�o existe", disse.

A boa not�cia, de acordo com o ex-secret�rio do Tesouro, � que Bras�lia hoje est� discutindo - sabendo que a infla��o ate junho j� terminou e que se sabe que o crescimento do teto de gastos ser� de R$ 124 bilh�es no ano que vem - uma solu��o para que esse crescimento de R$ 124 bilh�es seja de R$ 140 bilh�es para que tenha espa�o para o Bolsa Fam�lia.

"Se for isso, vou falar uma palavra que muitos amigos meus v�o me criticar: espetacular!", disse Mansueto, acrescentando que se o que est� sendo discutido � R$ 16 bilh�es, R$ 18 bilh�es "� espetacular porque esse governo, independente de a gente gostar ou n�o do governo, no pr�ximo ano a despesa prim�ria, sem juros do governo federal, ficar� menor que ele recebeu do governo Temer".

"Essa � a primeira vez que isso acontece desde 1988 num ciclo de quatro anos de governo. Pela primeira vez desde a Constitui��o um governo vai conseguir reduzir gastos p�blicos com uma pandemia no meio", observou Mansueto Almeida.

Ele disse ainda que o Brasil tem uma chance pequena de ter um super�vit prim�rio no pr�ximo ano porque a recupera��o da arrecada��o foi muito grande e as despesas obrigat�rias est�o controladas. "No pr�ximo ano, de acordo com o Or�amento que foi enviado, a gente vai completar tr�s anos sem aumento real para funcion�rio p�blico. A gente teve aumento real para funcion�rio p�blico em nos anos 16, 17, 18 e 19 e aumento de sal�rio m�nimo zero em 2020, 2021 e provavelmente n�o ter� em 2022", disse.

Ele disse ainda que o governo teve tudo isso e ainda fez uma reforma da Previd�ncia. "Quando a gente olha isso, o que assusta o mercado � que a solu��o seja uma quebra simples do teto e que abra espa�o para o governo gastar n�o R$ 18 bilh�es a mais, nas R$ 40, R$ 50, R$ 80, R$ 100 bilh�es. Ai seria o caos", disse.