Com destaque para o desempenho favor�vel da atividade industrial, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais fechou em R$ 206,1 bilh�es no segundo trimestre de 2021. O resultado representa uma varia��o de 1,8% em compara��o com os tr�s primeiros meses do ano e 15% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, quando o estado viveu os impactos mais graves da pandemia do coronav�rus. Os dados foram apresentados nesta semana num estudo articulado pela Funda��o Jo�o Pinheiro.
O PIB � a soma de todos os bens e servi�os finais produzidos por munic�pio, estado ou pa�s num determinado per�odo. Desde que a FJP come�ou a desenvolver a pesquisa, essa � a primeira vez que o total ultrapassa os R$ 200 bilh�es. A recupera��o no segundo trimestre est� influenciada pelo aumento dos pre�os, mas, ao mesmo tempo pode perder� f�lego com uma esperada redu��o do consumo no pa�s.
Do valor, R$ 183,6 bilh�es s�o referentes aos valores acrescidos dos diversos setores da economia ao montante final, enquanto R$ 22,5 bilh�es s�o impostos sobre produtos l�quidos de subs�dios. No ano passado, o PIB do estado entre abril e junho foi de R$ 154,5 bilh�es, sendo R$ 138,4 bilh�es na soma dos valores dos setores.
“O segundo trimestre do ano passado foi o fundo do po�o, em fun��o da crise econ�mica”, argumenta o professor da Funda��o Jo�o Pinheiro, Ramundo de Souza Leal, integrante da equipe t�cnica do estudo. “Esse crescimento do PIB no segundo trimestre de 2021 reflete as quantidades produzidas de bens e servi�os, que aumentaram significativamente. Mas tamb�m mostra a eleva��o dos pre�os dos produtos em virtude da infla��o”, explica o pesquisador.
De acordo com a Funda��o Jo�o Pinheiro, o potencial econ�mico do estado entre abril e junho foi superior ao da economia nacional, que praticamente teve estabilidade no per�odo, com retra��o de 0,1%. No primeiro trimestre, o PIB de Minas apresentou crescimento de 0,4% em rela��o aos tr�s �ltimos meses de 2020, enquanto o Brasil teve expans�o de 1,8%.
A atividade industrial cresceu 4,6% com rela��o a janeiro a mar�o, pulando de R$ 43,8 bilh�es para R$ 54,7 bilh�es. O setor � o segundo que mais gera riquezas para o estado, atr�s apenas dos servi�os, respons�veis por R$ 101,9 bilh�es. No Brasil, a atividade decresceu 0,2%.
Em Minas, a ind�stria de transforma��o conseguiu expandir 4,1%, com o aumento da produ��o de papel e celulose, bebidas, fumo, m�quinas e equipamento, minerais n�o met�licos e setores intensivos em consumo de energia (como a metalurgia).
Embora tenha apresentado crescimento em Minas, o desempenho das atividades industriais de extra��o mineral e da constru��o civil, teve incremento inferior ao observado em �mbito nacional.
Enquanto o volume de produ��o da extrativa mineral e da constru��o civil cresceram, respectivamente, 3,5% e 1,6% no estado no segundo trimestre de 2021 se comparado a janeiro a mar�o, no Brasil, a expans�o dessas atividades foi, respectivamente, de 5,3% e 2,7%.
Dos setores, o �nico que obteve queda em rela��o ao primeiro trimestre foi a agropecu�ria, que retraiu 3,2% - a atividade j� havia ca�do 0,4% no trimestre anterior. Em n�vel nacional, a agropecu�ria tamb�m teve queda de 2,8%, interrompendo o crescimento de 6,5% registrado no primeiro semestre.
Um dos motivos � a performance negativa na produ��o de caf�. “A cafeicultura registrou queda importante e tem um peso muito grande na economia mineira, mais que em �mbito nacional. Temos outras culturas colhidas no segundo trimestre, como o cultivo do algod�o, feij�o, milho e batata-inglesa. Ao observar os resultados, percebemos que a falta de chuvas e a crise h�drica no pa�s como um todo contribuem negativamente em v�rias safras”, ressalta Thiago Almeida, tamb�m pesquisador da FJP.
Nos servi�os, o setor de transportes foi o que registrou maior crescimento em Minas Gerais, 1,3%. No Brasil, o setor praticamente se manteve est�vel (0,1%). Outros servi�os (alimenta��o, informa��o, comunica��o; intermedia��o financeira, seguros e previd�ncia complementar; atividades profissionais, cient�ficas, t�cnicas e administrativas; educa��o e sa�de privada; servi�os dom�sticos, entre outros) teve expans�o de 1,1% no estado e 0,9% no pa�s.
J� o com�rcio teve crescimento de 0,5% em Minas e no Brasil, enquanto a administra��o p�blica registrou queda de 0,3% a n�vel estadual e se manteve em estabilidade na esfera federal.
Futuro animador
Diante da reabertura de v�rios setores em Minas, a proje��o � ainda mais animadora para o terceiro trimestre. Ramundo de Souza Leal espera um crescimento de pelo menos 5,8% do PIB mineiro em rela��o ao segundo semestre. “Espero que outros servi�os continuem em recupera��o. O efeito do avan�o da vacina��o pode ser o evento que impulsionar� a economia de Minas. Ainda n�o voltamos ao patamar pr�-pandemia, pois as fam�lias modificaram seus perfis de consumo. Al�m disso, vai ter um reajuste e gasto das fam�lias com servi�os”, analisa.
"A gente teme que a recupera��o fraca no mercado tenha algum rebatimento com o que a gente j� percebe nos supermercados, j� que o consumo reduziu”, acrescenta.