A eleva��o do IOF sobre cr�dito at� o fim do ano chega em um momento em que o endividamento das fam�lias � recorde e quando o aumento da taxa b�sica de juros j� deixa as condi��es ainda piores para quem est� com as contas no vermelho.
Para o diretor executivo da Associa��o Nacional dos Executivos de Finan�as (Anefac), Miguel de Oliveira, � muito ruim o governo ter aumentado por decreto o imposto em um momento em que a "economia est� andando de lado" e as expectativas se deterioram semana a semana, com estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) muito pr�ximas de zero em 2022.
"A inadimpl�ncia est� mais alta e a queda de renda se acentua com infla��o acelerada, a taxa b�sica de juros impacta com altas consecutivas dos juros cobrados nos empr�stimos", diz o economista sobre o cen�rio atual. "De um lado, sobe os juros e agora sobe o imposto. Isso agrava o quadro de consumo, impacta negativamente os financiamentos e dificulta ainda mais qualquer recupera��o."
A pedido do Estad�o, ele fez duas simula��es do impacto do IOF maior a partir de segunda-feira em opera��es de cr�dito pessoal e capital de giro. No primeiro caso, em um empr�stimo de R$ 10 mil, em 12 presta��es, ao fim de um ano, o cliente vai ter pago R$ 142 a mais. J� para uma empresa que tomar R$ 50 mil, a diferen�a entre as duas al�quotas � de quase R$ 300 (mais informa��es ao lado).
Segundo Carlos Kawall, diretor da ASA Investments e ex-secret�rio do Tesouro Nacional, o impacto em cada opera��o pode parecer pequeno, mas o momento recorde de endividamento � o pior cen�rio para essa decis�o.
De acordo com dados do Banco Central, o endividamento das fam�lias brasileiras com o sistema financeiro est� em 59,2%, o maior n�vel da s�rie. Isso significa que, para cada R$ 100 que uma fam�lia recebeu no �ltimo ano, ela j� tem uma d�vida contratada de quase R$ 60.
"Aumento de impostos sobre o cr�dito, mesmo que tempor�rio, agrava o custo dos empr�stimos, particularmente em um momento em que o Banco Central precisar� subir ainda mais a taxa b�sica de juros para conter a alta da infla��o", disse a Federa��o Brasileira dos Bancos (Febraban), em nota. "O resultado � o desest�mulo aos investimentos e mais custos para empresas e fam�lias." Para a Febraban, a eleva��o do IOF "dificulta o processo de recupera��o da economia". As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.
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