O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em ingl�s), Andrew Bailey, afirmou nesta segunda-feira, 27, que a recupera��o econ�mica do Reino Unido desacelerou nos �ltimos meses e que essa tend�ncia continua. Em discurso preparado para o jantar anual da Sociedade de Economistas Profissionais, que ocorre nesta segunda-feira, o dirigente tamb�m disse que a retomada de alguns servi�os voltados para o consumidor, como no segmento de restaurantes, est� mais lenta do que o previsto.
"Consistente com o impacto dos gargalos de fornecimento e interrup��es, a produ��o da constru��o caiu em julho e a produ��o da manufatura estagnou", destacou Bailey no texto.
Segundo o banqueiro central, pesquisas recentes realizadas pelo pr�prio BoE sugerem que os problemas nas cadeias de suprimentos t�m se ampliado. "Juntando tudo isso, a recupera��o desacelerou e a economia foi afetada por choques adicionais."
Al�m disso, segundo Bailey, h� incerteza sobre a recupera��o do mercado de trabalho. Ele classifica a din�mica atual do emprego no Reino Unido como um "quebra-cabe�as". Segundo o dirigente, a escassez de m�o de obra para determinadas vagas pode gerar aumento de sal�rios.
Infla��o
O presidente do Banco da Inglaterra previu que a infla��o ao consumidor no Reino Unido deve subir para um n�vel "ligeiramente" acima de 4% no final deste ano. "Grande parte do aumento mais recente reflete os efeitos de base do ano passado, mas tamb�m vimos aumentos excepcionalmente fortes em alguns itens, incluindo alguns alimentos, carros usados e acomoda��o", disse.
Segundo Bailey, o que mais contribui para elevar as proje��es de infla��o � o aumento atual dos pre�os de bens e energia. "As press�es ainda est�o conosco, e ainda acreditamos que o repasse para os pre�os de varejo est� por vir."
No entanto, o presidente do BoE mant�m o argumento de que a alta inflacion�ria � tempor�ria. "Nossa vis�o � que as press�es sobre os pre�os ser�o transit�rias - a demanda voltar� dos bens para os servi�os, as cadeias de suprimentos globais provavelmente se recuperar�o e muitos pre�os das commodities demonstraram tend�ncias de revers�o m�dia ao longo do tempo", ressaltou.
Pol�tica monet�ria
O presidente do Banco da Inglaterra afirmou tamb�m que um aperto monet�rio em resposta a choques de oferta pode piorar a situa��o econ�mica do Reino Unido ao colocar mais press�o de baixa sobre a retomada do crescimento, que, segundo ele, desacelerou recentemente.
O dirigente disse que a resposta da pol�tica monet�ria � infla��o, se necess�rio, deve ocorrer via aumento da taxa de juros. Esse processo, na vis�o dele, n�o tem rela��o com o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em ingl�s).
"Ao considerar como usar a pol�tica monet�ria, tamb�m � importante compreender a natureza dos choques que est�o causando o aumento da infla��o", ponderou o dirigente.
Para Bailey, o banco central n�o deve responder a choques de oferta, a n�o ser que eles se generalizem na economia e comecem a afetar as expectativas inflacion�rias, o que ele ainda n�o visualiza no Reino Unido. "Isso � importante porque a pol�tica monet�ria n�o vai aumentar a oferta de chips semicondutores", comentou, em refer�ncia a um dos principais problemas nas cadeias globais de suprimentos: a escassez de chips.
No discurso, Bailey tamb�m frisou que o atual programa de compras de ativos deve ser encerrado em dezembro.
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