No momento em que integrantes da ala pol�tica do governo defendem a renova��o do aux�lio emergencial a vulner�veis, o ministro da Economia, Paulo Guedes, alertou que gastar mais dinheiro "pode ser caminho para uma derrota eleitoral".
"As elei��es v�m a�, e as pessoas ficam alucinadas em v�spera de elei��o. Todo mundo fica nervoso, todo mundo quer ganhar voto, todo mundo quer gastar dinheiro, e isso pode ser caminho para uma derrota eleitoral", disse Guedes durante o 5� F�rum Nacional do Com�rcio, na noite desta ter�a-feira, 28.
O presidente Jair Bolsonaro deve concorrer � reelei��o em 2022. De olho na campanha, o governo tem trabalhado para tirar do papel a amplia��o do Bolsa Fam�lia. Mesmo assim, a nova pol�tica social contemplaria 16,5 milh�es de fam�lias - um n�mero bem menor do que o alcance do aux�lio emergencial, que chega a 39 milh�es.
O ministro da Cidadania, Jo�o Roma, disse na segunda-feira, 27, ao
Broadcast
, sistema de not�cias em tempo real do Grupo Estado, que o tema da prorroga��o "est� na mesa", embora nenhuma decis�o tenha sido tomada. "� preciso que haja um esfor�o do Estado brasileiro para proteger 25 milh�es de cidad�os", disse Roma, em refer�ncia ao p�blico que hoje recebe o aux�lio emergencial, mas ficaria fora do novo Bolsa Fam�lia.
Hoje mais cedo, por�m, o secret�rio do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, disse que o governo tem "fortes restri��es" para renovar o aux�lio emergencial. Segundo ele, a ajuda foi um "tratamento extraordin�rio" para lidar com o aumento da vulnerabilidade e da pobreza diante dos efeitos da pandemia da covid-19, mas n�o deveria ser a solu��o para lidar com quest�es estruturais, como o pr�prio desemprego.
Durante o evento, Guedes reconheceu que a indefini��o sobre o Aux�lio Brasil, como ser� chamado o sucessor do Bolsa Fam�lia, tem causado ru�dos no mercado financeiro, que teme uma guinada populista e irresponsabilidade fiscal.
"Tem uma certa incerteza que precisa ser removida. Precisamos de um Bolsa Fam�lia em torno dos R$ 300, e n�s temos que fazer isso, de novo, com responsabilidade fiscal", disse o ministro. Hoje, o Bolsa paga em m�dia R$ 190 por fam�lia. O reajuste, por�m, s� � vi�vel com a resolu��o do impasse em torno dos precat�rios, d�vidas judiciais a serem pagas pela Uni�o e que somam R$ 89,1 bilh�es - ocupando todo o espa�o que estava reservado para a pol�tica social turbinada dentro do teto de gastos, a regra que limita o avan�o das despesas � infla��o.
Guedes disse que � preciso aprovar a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) que muda a regra de pagamento dos precat�rios, para liberar espa�o no teto, e a reforma do Imposto de Renda, uma vez que a tributa��o sobre lucros e dividendos ser� a fonte de financiamento do programa. "Precisamos dessa aprova��o dupla. Se aprovarmos isso, mercados se acalmam, Bolsa volta a subir", disse Guedes.
"Com essas duas pe�as, voc� tem o Bolsa Fam�lia e o mercado sossega. Porque o medo do mercado � justamente que haja uma falta de compromisso fiscal", reafirmou o ministro.
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