De cada 10 fam�lias residentes na capital paulista, sete est�o endividadas. � o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimpl�ncia do Consumidor (PEIC) feita em setembro pela Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de S�o Paulo (FecomercioSP) com 2,2 mil consumidores.
Segundo a mostra, no m�s passado 69,2% da popula��o tinha alguma d�vida em andamento. A pesquisa aponta a d�cima evolu��o consecutiva do endividamento na capital paulista, cidade que sozinha tem um peso de 10,20% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Em rela��o a setembro de 2020, a alta foi ainda mais significativa. Avan�ou 10,7 pontos porcentuais, o que significa dizer que s�o 2,76 milh�es de lares com algum tipo de d�vida, 81 mil a mais em rela��o ao m�s anterior, e um adicional de 442 mil fam�lias de setembro do ano passado para setembro deste ano.
Do ponto de vista econ�mico, aumento de endividamento n�o � necessariamente um evento ruim, pois pode indicar mercado de cr�dito ofertante, pessoas consumindo mais ou investindo. O problema � quando as estat�sticas de endividamento s�o acompanhadas de alta de inadimpl�ncia, que foi o que a FecomercioSP detectou em setembro.
Os atrasos saltaram de 18,8% do total das d�vidas em agosto para 19% em setembro. Segundo a PEIC, em termos absolutos, s�o 759 mil fam�lias que n�o conseguiram pagar a d�vida at� a data do seu vencimento, 10 mil a mais em rela��o ao m�s anterior. Em setembro de 2020, eram 717 mil.
Infla��o x Consumo
Para manter o consumo diante da infla��o, o cart�o de cr�dito e os carn�s s�o as op��es mais recorrentes na hora de adquirir uma d�vida. Em setembro, o porcentual de endividados na modalidade cart�o � o maior j� registrado na s�rie hist�rica: 81,1%. H� um ano, o porcentual era de 72,8%. J� os carn�s, no m�s, registram 20,5% de fam�lias endividadas, maior n�vel desde 2015, segundo a pesquisa da Fecom�rcio.
Entre as fam�lias que recebem menos de dez sal�rios m�nimos, a taxa de endividados atingiu 71,1%, enquanto no grupo de renda mais alta, 63,5%. Parte deste aumento est� relacionada � expans�o do consumo via cr�dito em decorr�ncia da retomada da economia e da reabertura, quase que de forma integral, dos estabelecimentos.
Inten��o de Consumo
O �ndice de Inten��o de Consumo das Fam�lias (ICF), por exemplo, obteve crescimento de 3,5%, ao passar de 69 pontos, no m�s anterior, para os atuais 71,4 pontos. Apesar da melhora, o indicador, assim como os demais que comp�em o �ndice, est� abaixo dos 100 pontos, ou seja, permanece na �rea de insatisfa��o.
O desempenho mais favor�vel das vari�veis componentes do ICF � influenciado por itens relacionados n�o ao cotidiano, mas ao futuro pr�ximo. Desta forma, enquanto Emprego Atual (81,1 pontos) e Perspectiva Profissional (86,3), apontaram alta de 5% e 6,7%, respectivamente, o n�vel de consumo apresentou queda de 0,6% e atingiu 56,2 pontos.
"Como o cotidiano n�o melhorou de forma significativa, as fam�lias consideram um mau momento para compra de produtos como geladeira, fog�o, televisor, etc. Assim, o sub�ndice Momento para Dur�veis ficou praticamente est�vel, com queda de 0,2% e atingiu 42,9 pontos, a pior avalia��o entre os demais", afirmam os t�cnicos da FecomercioSP.
A Expectativa do Consumidor, que subiu 3%, e as Condi��es Econ�micas Atuais, com resultado tecnicamente est�vel com varia��o de 0,2%, puxaram, em setembro, o �ndice de Confian�a do Consumidor (ICC), que registrou aumento de 2,4%, ao passar de 112 pontos, em agosto, para os 114,7 do m�s.
Cedo para comemorar
Os indicadores de confian�a est�o se beneficiando do fato de consumidores estarem olhando favoravelmente para os pr�ximos meses. No entanto, na avalia��o da Federa��o, os �ndices s� ir�o melhorar de maneira realista quando houver uma gera��o de emprego mais s�lida e consistente da economia, dando seguran�a para expandir o consumo, tamb�m via cr�dito, sabendo que conseguir�o arcar com estes compromissos.
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