O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta ter�a-feira, 12, que a alta dos pre�os � algo generalizado em todo o mundo e que, no Brasil, a eleva��o dos valores de alimentos e energia responde por metade das taxas do Pa�s. "A infla��o est� em todo o mundo. Metade da infla��o (no Brasil) � exatamente comida e energia", disse Guedes durante entrevista �
CNN Internacional
nos Estados Unidos, onde est� para participar de eventos organizados pelo Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e o grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), do qual o Brasil faz parte.
De acordo com o ministro, � por causa dessa resili�ncia dos pre�os em segmentos fundamentais para a popula��o que o governo decidiu manter benef�cios concedidos durante a pandemia de coronav�rus. "Por isso, nossa prote��o (social) ainda est� l�. Vamos manter essa prote��o. Vamos aumentar a transfer�ncia direta de renda para popula��o pobre para cobrir os pre�os dos alimentos e da energia", afirmou.
O FMI previu que a infla��o deve seguir em alta no globo at� o fim de 2021, mas deve arrefecer no ano que vem e retornar a n�veis pr�-pandemia. O Banco Central do Brasil tamb�m iniciou sua escalada de alta dos juros de forma antecipada em rela��o ao restante do mundo para tentar interromper a eleva��o dos pre�os. A autoridade monet�ria acreditava que a infla��o seria passageira, mas, ultimamente, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, admitiu que as eleva��es foram mais persistentes do que o imaginado inicialmente.
Em setembro, o IPCA, que � o �ndice de pre�os oficial do Pa�s, voltou a surpreender ao mostrar um aumento de 1,16%. Com esse dado, o acumulado de 12 meses superou os dois d�gitos e est� em 10,25%. Com isso, o �ndice est� muito acima da meta perseguida pelo BC, de 3,75% este ano, e tamb�m � superior ao intervalo de toler�ncia que a autoridade monet�ria pode usar para acomodar choques inesperados, de 5,25%. Mesmo com essa margem, o BC n�o deve cumprir seu objetivo e Campos Neto ter� que dar explica��es sobre o fracasso ao ministro da Economia.
Sobre a ajuda � popula��o mais carente citada por Guedes, o governo pretende elevar o benef�cio m�dio do Aux�lio Brasil a cerca de R$ 300,00 por m�s. H� a expectativa de que o programa social, que � o substituto do Bolsa Fam�lia, atualmente de R$ 190,00, deve ser lan�ado no pr�ximo m�s.
Na entrevista, o ministro tamb�m falou sobre o pacote de crescimento verde, que deve ser lan�ado durante a COP-26, em Glasgow (Esc�cia), no m�s que vem. Ele mant�m a proje��o ambiciosa de ferramentas no valor de US$ 2,5 bilh�es e lembrou, mais uma vez, que j� h� cerca de US$ 100 bilh�es contratados em infraestrutura.
Mortes por covid
Ao ser confrontado sobre as cerca de 600 mil mortes causadas pela pandemia no Pa�s, Guedes afirmou que o Pa�s gastou "mais que o dobro do que a m�dia dos pa�ses emergentes e 10% mais do que os pa�ses ricos" para salvar vidas. "N�o aceito sua narrativa. N�s gastamos mais dinheiro salvando vidas do que voc�s", disse Guedes � jornalista da
CNN
.
Ainda sobre o tema, ele atribuiu a queda de 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado ao distanciamento social, e disse que a medida tamb�m teve consequ�ncias negativas para o desemprego do Pa�s. "Nossa escolha foi manter vidas em primeiro lugar. Por isso, gastamos 110% do PIB em transfer�ncia de renda para pessoas pobres, para que elas praticassem o distanciamento social."
'Pandora Papers'
Sobre a investiga��o "Pandora Papers", que apontou Guedes (e tamb�m Campos Neto) como propriet�rio de uma empresa num para�so fiscal (offshore), o ministro disse que "n�o fez nada de errado". Ele voltou a dizer que sua offshore � "legal, reportada ao Comit� de �tica da Presid�ncia, declarada na Receita Federal e registrada no Banco Central". "Eu sa� do comando da empresa semanas antes de assumir o minist�rio. E al�m disso, na semana passada, a Suprema Corte brasileira arquivou o caso", afirmou.
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ECONOMIA
Guedes diz nos EUA que infla��o � global e que offshore que mant�m '� legal'
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