
As vantagens da energia nuclear s�o: o custo mais barato se comparado com as termoel�tricas e aus�ncia de riscos relacionados com os problemas clim�ticos, como ocorre com as hidroel�tricas. "As usinas nucleares geram energia o tempo todo ao longo do ano e n�o dependem de fatores naturais. A crise h�drica mostrou em 2001 a import�ncia da energia nuclear quando entrou em opera��o Angra 2, coincidentemente no final de 2000, in�cio de 2001. Agora, nesse momento, uma entrada de Angra 3 seria muito positiva para a gest�o da crise", disse o presidente da Eletronuclear, Leonam Guimar�es.
Cerca de 70% das obras civis de Angra 3 foram conclu�das e 75% dos equipamentos da usina, comprados. Eles est�o armazenados em 37 galp�es. S�o cerca de 10 mil itens que passam permanentemente por um processo de manuten��o. A expectativa � de que a retomada da constru��o da usina ocorra ainda este ano. De acordo com a previs�o da Eletronuclear, Angra 3 entrar� em opera��o em 2026. Ela vai gerar para energia suficiente para abastecer 4,5 milh�es de brasileiros, o que representa 60% dos habitantes do Rio de Janeiro.
"A retomada da obra est� a pleno vapor. J� foi realizado um processo licitat�rio para contrata��o da obra civil, A expectativa � de assinar esse contrato ainda em outubro. � uma obra importante que vai gerar at� 10 mil empregos diretos", disse diretor t�cnico da Eletronuclear, Ricardo Santos.
E�lica e solar
Al�m da retomada da constru��o de Angra 3, o governo federal tamb�m est� investindo em outras fontes de energia, como a e�lica e a solar. Segundo o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o objetivo � aumentar a diversifica��o da matriz energ�tica brasileira. Atualmente, 60% da energia utilizada no pa�s vem das hidrel�tricas. Bento Albuquerque acredita que, em 2030, esta depend�ncia vai ser reduzida para, no m�ximo, 49%.
"Teremos tamb�m mais usinas nucleares entrando em opera��o, o que � important�ssimo, porque ela gera continuamente e � uma energia limpa. E tamb�m o crescimento da gera��o de energia e�lica e fotovoltaica. Tamb�m est�o sendo desenvolvidas tecnologias para armazenar energia gerada durante o dia, por exemplo, pela energia solar ou quando est� ventando, para que ela possa ser utilizada em momentos em que n�o h� luz e n�o h� vento e possa manter o equil�brio do sistema", disse o ministro.
A energia e�lica � respons�vel por quase 11% do consumo brasileiro e deve chegar a 13,6% em 2025. J� a solar representa 2% da matriz energ�tica do pa�s e deve encerrar este ano perto dos 3%. O professor de planejamento energ�tico do Instituto Alberto Luiz Coimbra de P�s-Gradua��o e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Marcos Freitas, defende a intensifica��o de projetos voltados para a energia e�lica.
"Com mais de 20 gigas, a energia e�lica j� se mostra como uma realidade. O Nordeste passou a virar um exportador de energia em fun��o da e�lica e ainda tem um potencial muito grande que n�o foi ainda utilizado".
Biog�s
Novas fontes de gera��o de energia tamb�m s�o desenvolvidas nos laborat�rios da hidrel�trica de Itaipu. Um dos projetos est� relacionado com a produ��o do biog�s. Uma parceria firmada com produtores rurais do oeste do Paran� est� permitindo gerar energia com os dejetos de animais.
Na granja Colombari os dejetos de 5 mil porcos e de 300 bois s�o colocados em biodigestores, equipamentos que lembram uma grande estufa. O material entra em decomposi��o e 30 dias depois produz um g�s que movimenta um gerador que distribui a energia fabricada na pr�pria fazenda.
"A fazenda utilizava cerca de 2 mil litros de diesel antes do biog�s. A nova fonte, al�m de atender a nossa necessidade energ�tica, reduziu nosso passivo ambiental, melhorou a qualidade do dejeto que, ap�s a digest�o, ele se torna um produto de grande valor para nossas pastagens", disse o produtor rural Pedro Colombari.
Produ��o do biog�s na granja Colombari - Maur�cio de Almeida - Rep�rter da TV Brasil
Diversifica��o
Todo o projeto do biog�s � acompanhado por estudos em laborat�rio. As pesquisas j� mostraram que existem pelo menos 250 fontes que podem ser utilizadas para gerar o biog�s. Para o professor da Coppe/UFRJ Mauricio Tolmasquin, a diversifica��o da matriz energ�tica � fundamental para garantir a seguran�a do setor.
"Nos �ltimos 20 anos, j� houve uma grande diversifica��o com a redu��o do papel da hidrel�trica e o aumento do papel da e�lica, do baga�o da cana-de-a��car, da energia solar, as t�rmicas tamb�m cresceram. E isso � importante para a seguran�a [energ�tica]. Agora, � importante continuar com essa diversifica��o. As fontes renov�veis podem ter um papel ainda maior na matriz el�trica nacional".