O per�odo de pandemia fez com que o home office fosse mandat�rio para todas as empresas e muito aprovado pelos funcion�rios. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Economia e Administra��o da Universidade de S�o Paulo (FIA-USP) mostra que 73% das pessoas est�o satisfeitas com o trabalho de casa. Ao mesmo tempo, com uma volta � normalidade mais pr�xima, diversos profissionais est�o com receio de que ficar longe do escrit�rio possa afetar o acesso a promo��es.
De acordo com um levantamento realizado pela consultoria global Korn Ferry, 55% dos entrevistados afirmam que voltar a trabalhar do escrit�rio gera algum tipo de estresse. Para piorar, 58% afirmam que t�m medo de conversar com os seus chefes sobre continuar o trabalho remoto por receio de que isso prejudique as chances de ascens�o na carreira. � aquele chav�o corporativo: quem � visto, � lembrado.
O Estad�o conversou com colaboradores de diversas empresas que t�m esse sentimento, mas que preferiram n�o se identificar. A pesquisa ainda aponta que 70% dos entrevistados afirmam que ser� estranho retornar ao escrit�rio e 74% se dizem mais produtivos quando trabalham de casa.
Ou seja: a retomada aos escrit�rios ser� mais dif�cil do que simplesmente abrir as portas para receber os funcion�rios de volta. N�o por acaso, esse tipo de preocupa��o est� circulando na �rea de recursos humanos do Ita� Unibanco. Segundo a diretora da �rea no banco, Valeria Marretto, existem muitas discuss�es a respeito desse receio de os colaboradores que preferem o home office precisarem voltar por uma ordem da chefia.
"Esse � um receio com praticamente todas as pessoas com quem eu converso, mas o que o pr�prio Milton (Maluhy Filho, presidente do Ita�) tem falado em lives � para termos uma vis�o de flexibilidade e que a volta continuar� sendo volunt�ria", diz Valeria.
Apesar de ter metade dos seus quase 100 mil funcion�rios trabalhando diariamente desde o in�cio da pandemia nas ag�ncias banc�rias, o retorno dos outros 50% para o escrit�rio ainda � gradual. Hoje, por exemplo, s� � permitida a utiliza��o de 20% dos espa�os dos pr�dios.
Como j� est�o atuando no modelo 100% presencial, os funcion�rios da incorporadora Viver que quiserem trabalhar algum dia de casa precisar�o da libera��o do seu gestor.
"Orientamos nossos gestores a analisar a situa��o, entender a situa��o da sa�de mental do colaborador e tamb�m se o trabalho dessa pessoa � poss�vel fazer de casa", diz Ricardo Piccinini, presidente da Viver.
GEST�O. Para F�tima Motta, professora de lideran�a e carreira da ESPM, esse novo momento gera incertezas por causa da novidade, mas as empresas precisam criar ou melhorar maneiras de medir o desempenho dos funcion�rios n�o pela presen�a f�sica, mas pelos resultados entregues. "Obviamente que as pessoas precisariam ir em algum dia ou outro para o escrit�rio, mas promo��es e demiss�es precisam ser de acordo com o desempenho. Aquela cultura do chefe precisar ver o funcion�rio trabalhando � coisa do passado", diz.
Por isso, na vis�o da diretora de recursos humanos do portal de contrata��es Catho, Patr�cia Suzuki, � fundamental que esse retorno tenha transpar�ncia dos dois lados: tanto as empresas nas suas inten��es, quanto os funcion�rios nas suas demandas - sem, obviamente, serem punidos por externar suas opini�es.
"As empresas devem dar clareza para os profissionais sobre as possibilidades de promo��es naquele momento ou num futuro pr�ximo", diz Patr�cia. "E os l�deres t�m papel fundamental para a gera��o de v�nculo entre as equipes."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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