A alta de 1,0 ponto, em outubro ante setembro, no �ndice de Confian�a do Consumidor (ICC), calculado pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), � mais uma acomoda��o do que uma revers�o de tend�ncia, que sugira crescimento sustent�vel do otimismo e da disposi��o das fam�lias em consumir. A avalia��o � de Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens de confian�a do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
A alta de outubro foi a primeira ap�s dois meses de quedas, com destaque para o tombo de 6,5 pontos em setembro ante agosto. "Temos uma recupera��o de parte da queda de setembro. N�o d� para dizer que � revers�o ou aumento do otimismo. � uma diminui��o do pessimismo", afirmou a pesquisadora do Ibre/FGV.
Segundo Seda, a an�lise desagregada dos componentes do ICC traz tanto pontos positivos quanto negativos para as perspectivas dos pr�ximos meses. A confirma��o da eleva��o do valor m�dio do Bolsa Fam�lia - que dever� mudar de nome para Aux�lio Brasil e incluir os aux�lios emergenciais que vinham sendo pagos em meio � crise causada pela covid-19 - pode melhorar um pouco a confian�a entre os consumidores mais pobres.
Os dados do ICC de outubro mostram que os mais pobres, h� meses j� incomodados com a infla��o dos alimentos, foram a �nica faixa de renda que n�o experimentou acomoda��o. O ICC dos consumidores com renda de at� R$ 2.100,00 caiu 1,4 ponto, para 63,7 pontos.
"A confian�a dessas fam�lias pode parar de cair com a not�cia do aux�lio ou o vislumbre de que ele vai ser concedido", afirmou a pesquisadora do Ibre/FGV.
No lado dos pontos negativos para a perspectiva da confian�a do consumidor, a dissemina��o da infla��o, que passa a incomodar igualmente as fam�lias de renda mais elevada, seguir� no radar - com destaque para os pre�os dos combust�veis, que afeta mais diretamente quem tem recursos para possuir o pr�prio ve�culo. O aumento da incerteza, expresso na eleva��o das cota��es do d�lar, tamb�m pode afetar a confian�a dos mais ricos, atrapalhando planos de consumo mais planejados, como na aquisi��o de bens dur�veis - carros, geladeiras, m�quinas de lavar, entre outros.
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