Pressionado pela escalada incessante da infla��o e pela manobra do governo para alterar a regra do teto de gastos - rompendo assim a �ncora fiscal do Pa�s -, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central acelerou novamente o ritmo de eleva��o da Selic (a taxa b�sica de juros) nesta quarta-feira, com alta de 1,50 ponto porcentual, de 6,25% para 7,75% ao ano.
A �ltima vez que o Copom tinha aumentado a Selic em mais de 1 ponto porcentual foi em dezembro de 2002, quando a taxa passou de 22,00% para 25,00%.
O movimento desta quarta-feira foi o sexto aumento consecutivo dos juros, ap�s o BC cortar a taxa b�sica � m�nima hist�rica (2,0%) em meio � pandemia de covid-19. Nas cinco reuni�es anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 p.p. em tr�s ocasi�es e em 1 p.p. nos encontros de agosto e setembro.
Com a decis�o de hoje, a Selic est� no maior patamar desde outubro de 2017, quando estava em um ciclo de afrouxamento ap�s alcan�ar 14,25% em meio � crise de 2015 e 2016.
�, portanto, o maior n�vel dos juros b�sicos da economia do governo Bolsonaro. Quando o presidente chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.
A decis�o de hoje era esperada pela maior parte do mercado financeiro. Ap�s as manobras anunciadas pelo governo no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Fam�lia e a surpresa de alta com o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de outubro, 32 de 38 institui��es consultadas pelo
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apostavam em aumento de 1,5 p.p. na taxa Selic, para 7,75%.
Duas esperavam alta de 1,75 ponto, para 8,0%, e outras duas previam avan�o de 1,25 ponto, a 7,50%. Havia ainda uma casa que acreditava que a Selic subiria a 8,25% e outra que esperava aumento de 3,0 pontos porcentuais, a 9,25%.
Com o �ltimo movimento de aperto monet�rio, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juros real (descontada a infla��o) do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. C�lculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro est� agora em +5,96% ao ano. Na segunda e terceira posi��es, aparecem a R�ssia (4,77%) e a Turquia (3,46%). A m�dia dos 40 pa�ses considerados � de -0,96%.
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