Vendedores de flores t�m expectativa morna sobre vendas no dia de Finados
Comerciantes esperam volume de vendas igual ou pouco maior do que em 2020, em fun��o dos efeitos da pandemia e fatores relacionados � produ��o
Ricardo Moreira Porto estima aumento de no m�ximo 10% nas vendas e fala de aumento (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Comerciantes que trabalham com flores e plantas em Belo Horizonte n�o t�m grandes expectativas em rela��o �s vendas na pr�xima ter�a-feira (2/11), quando � celebrado o dia de Finados e milhares de pessoas passam pelos cemit�rios para homenagear os entes queridos que j� se foram. Apesar de uma expectativa do aumento de visitas �s necr�poles devido � vacina��o contra a COVID-19, vendedores ouvidos pelo
Estado de Minas
n�o esperam um grande aumento na procura em rela��o a 2020.
“O cen�rio n�o mudou muito. Ainda temos limita��es, as dificuldades do com�rcio voltar ao que era antes. No comparativo com 2020, (as vendas) v�o ter uns 5% a 10% de crescimento. Est� muito longe da realidade que era em 2019”, explica Ricardo Moreira Porto, gerente da distribuidora Holambelo Flores e Plantas, localizada no Bairro Santo Andr�, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte.
“Distribuo para as floriculturas, para quem vende nas portas (dos cemit�rios). Eles t�m falado a mesma coisa, que n�o voltaram ao normal ainda. H� uma dificuldade do com�rcio se restabelecer novamente. As pessoas ainda est�o um pouco retra�das, ainda est�o ficando em casa, n�o � todo mundo que est� saindo e consumindo. A expectativa � pequena. Est� todo mundo com muito p� no ch�o, sem correr riscos, sem comprar grandes quantidades”, comenta Porto.
O presidente da Associa��o de Distribuidores e Produtores de Flores e Plantas de Minas Gerais, Fl�vio Vieira, tamb�m concorda com a baixa expectativa de vendas para este ano.
“Ano passado, o movimento caiu em torno de 80% a 90%. Esse ano, a tend�ncia � se manter. N�o tem expectativa de aumentar e recuperar um pouco das vendas, devido a pandemia.”
Para ele, a principal raz�o est� na determina��o da Prefeitura de Belo Horizonte de n�o permitir a venda de flores na porta e dentro dos cemit�rios. “Uma boa parte das pessoas deixava para comprar (as flores) no local. E como � feriado tamb�m, muitas floriculturas v�o fechar, j� que n�o existia esse h�bito de comprar nas floriculturas.”
Outro motivo seria o perfil das pessoas que v�o aos cemit�rios no Dia de Finados.
“Geralmente, s�o pessoas mais velhas que t�m esse h�bito. S� que essas pessoas est�o morrendo e os jovens n�o t�m essa cultura. Tem a pandemia tamb�m, muita gente ainda est� com medo de sair de casa. Os idosos ainda est�o receosos em sair para ir ao cemit�rio. Esses fatores todos prejudicam bastante as vendas.”
Aumento do custo de produ��o
Ricardo Porto acredita que, neste ano, quest�es envolvendo a produ��o tamb�m afetaram os valores das flores. “Os pre�os subiram bastante. O custo da produ��o n�o s� da flor, mas de tudo, subiu bastante. N�o � diferente para as flores n�o”. O gerente citou como exemplo o cris�ntemo, talvez a flor mais procurada no dia de Finados. Segundo ele, no comparativo com o ano passado, a flor teve um aumento de 20% a 25%.
Fl�vio Vieira � outro que resslata o aumento no custo de produ��o das flores. “Primeiro n�o estava tendo venda. O produtor n�o plantou l� atr�s, devido ao medo de fazer investimento e uma colheita demora de 6 a 8 meses. Como n�o houve investimento, as flores t�m pouco volume de produ��o. Por isso, a tend�ncia � o pre�o subir. Mas, eu acredito que � a pandemia mesmo que est� repercutindo, principalmente a restri��o da Prefeitura."
De Moeda, na Grande BH, a comerciante Alcione Ribeiro n�o comprou muitas flores para observar a demanda na cidade (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
A clientela tamb�m concorda. Alcione Ribeiro � dona da Agro Pet Moeda, no munic�pio da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Al�m dos produtos espec�ficos da loja, ela costuma vender flores ao longo do ano para diversificar a oferta do estabelecimento, e aumenta a variedade em datas especiais.
“Est� mais caro do que ano passado. � essa quest�o do transporte, pre�o do diesel, tudo isso. As distribuidoras trazem de outros estados e t�m o custo de transporte muito alto. E tamb�m teve a queda da produ��o no auge da pandemia. Agora, tem que recuperar o preju�zo. N�o tem jeito, (o aumento) � repassado para o consumidor final”, analisa.
Ela n�o espera um volume muito grande de vendas nos pr�ximos dias. “Aumento n�o acho que vai ter n�o, vai ser igual ao ano passado. Estou comprando at� menos, porque tamb�m vou come�ar a expor a partir de hoje � tarde e amanh�. Se eu ver que est� esvaziando, eu reponho na segunda”, disse. Ao mesmo tempo, ela considera um fator espec�fico em Moeda que pode fazer diferen�a no feriado. “L� na minha cidade o pessoal � muito cat�lico, muito religioso, e faz quest�o de levar flores para os entes queridos. Depois de muitos anos o cemit�rio foi todo reformado, tem capela nova, � um ponto muito positivo. Isso pode levar mais pessoas a visitar o cemit�rio”, disse.
Gilda Neves, que tem uma loja no Buritis, acredita que os pre�os est�o maiores porque, com a vacina��o, h� mais celebra��es e maior procura (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Propriet�ria da Floricultura Mirelly, no Bairro Buritis, Regi�o Oeste de Belo Horizonte, Gilda Neves comenta que, apesar de considerar que a maioria das pessoas adquire as flores nas portas dos cemit�rios em 2 novembro, ela comprou uma quantidade um pouco maior para a loja. Gilda tamb�m afirma que achou as flores bem mais caras, mas atribui o aumento a outros fatores.
“Dizem que o pessoal ficou parado na pandemia, n�o teve a mesma produ��o e agora est� faltando produto”, diz. O segundo aspecto, para ela, tem a ver com o cen�rio atual da pandemia. “Est� todo mundo comemorando, por isso est� mais caro. Agora com a vacina��o tem mais celebra��es. Est� caro por causa da demanda”, considera.
J� o presidente da Associa��o de Distribuidores e Produtores n�o acredita que o aumento da demanda por eventos seja outro fator. “ O que eu vejo � mais a falta de investimento no mercado, durante a pandemia.
Rog�rio da Silva, que tem uma banca na feira da Avenida Caranda� acredita que a situa��o est� melhorando (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
Em outra parte da cidade, Rog�rio da Silva, respons�vel pela Banca do Paulo, que fica na Feira das Flores da Avenida Caranda�, Regi�o Centro-Sul de BH, diz n�o ter visto grande diferen�a de pre�os. “Um ou outro fornecedor aumentou”, diz.
Ele explica que a maior parte da demanda que chega at� ele � para o dia a dia e, no caso dele, as vendas aumentaram nesse sentido. “O movimento � muito grande na semana, para fazer uma festinha em casa. Melhorou por causa da vacina��o. A gente (feira) voltou em maio, logo depois do Dia das M�es, e as vendas t�m crescido, surgiram clientes novos. Tem esse otimismo”, avalia o comerciante.