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Estado de Minas ONDE EST� O EMPREGO

Tecnologia, constru��o, log�stica e sa�de vivem boom de vagas de emprego

Cerca de 72% dos postos formais de trabalho em MG, neste ano, foram ocupados por jovens com at� 29 anos. Plataforma digital v� aumento de curr�culos cadastrados


07/11/2021 04:00 - atualizado 09/11/2021 11:41

Marcos Meira Junior, estudante de educação física, faz ginástica em aparelho situado em praça da cidade
� procura de trabalho, o estudante de educa��o f�sica Marcos Meira Junior acredita que a profiss�o saiu valorizada ap�s a pandemia da COVID-19 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press )
Avan�ou no primeiro semestre deste ano o n�mero de jovens que cadastraram curr�culos no Brasil, segundo o site especializado Banco Nacional de Empregos (BNE). A pesquisa indicou aumento de 206% da inser��o de curr�culos de menores de 18 anos na plataforma e de 41% daqueles de pessoas de 19 a 24 anos. O ritmo mais modesto foi de 29% a mais na compara��o com o per�odo de janeiro a junho de 2020 pelo grupo de 25 a 29 anos.

 

O aumento da procura coincide com o saldo positivo (mais admiss�es do que demiss�es) do emprego formal, que, de janeiro a setembro, alcan�ou 290.082 vagas em Minas Gerais, de acordo com informa��es do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Desse universo, 71,8% foram oportunidades que empregaram jovens de at� 29 anos, total de 208.353 coloca��es no per�odo. As contrata��es no grupo de 18 a 24 anos se destacaram, ao somar 138.069 postos de trabalho com a carteira assinada.

 

Marcelo de Abreu, CEO e fundador do site BNE, diz que o momento � prop�cio para encontrar emprego. “H� aquecimento de vagas em algumas �reas, como � o caso de tecnologia, constru��o, log�stica e sa�de. � importante que os jovens acompanhem as tend�ncias para se recolocar profissionalmente ou encontrar o seu primeiro emprego.”

 

Marcos Ant�nio de Meira Junior, de 20 anos, estudante do quarto per�odo de educa��o f�sica em Belo Horizonte, procura por uma oportunidade, e tem encontrado dificuldades.

“J� trabalhei como jovem aprendiz, mas tive de sair por causa do hor�rio da escola e optei pelo estudo e um est�gio na Caixa Econ�mica (CEF). Mas faz mais de um ano que estou parado. Quero trabalhar na minha �rea”, conta. Com o passar do tempo, ele passou a ficar inseguro, tem d�vidas e ansiedade quanto � profiss�o.

 

Por outro lado, Marcos procura manter o otimismo por ter escolhido atuar na �rea da sa�de. “Com a pandemia, a demanda cresceu, todos precisam cuidar da sa�de e do bem-estar. E tenho pensado, quem sabe, em entrar no mundo digital, produzir algum conte�do, alguma loja... A pandemia foi o estopim para acelerar esse universo, o desenvolvimento do marketing digital. Talvez trabalhar com a internet seja uma sa�da.”

 

Milta Rocha, presidente da consultoria que leva o seu nome e mestre em gest�o de pessoas, enfatiza que n�o h� receita de bolo para conquistar o emprego. O melhor � procurar ser simp�tico, mas sem exageros, sincero, mostrar interesse e necessidade de trabalhar. O maior desafio para o jovem, na avalia��o dela, � pensar fora da caixa.


Milta Rocha, consultora
Para Milta Rocha, cursos t�cnicos s�o �timas op��es e costumam oferecer maior oportunidade de trabalho, como a forma��o na �rea de tecnologia (foto: Arquivo Pessoal)
“Entender que mudan�as podem trazer inseguran�as, mas tamb�m oportunidades. Administrar o tempo, deixando uma parte para os estudos, usando a internet para forma��o pessoal e profissional. Entender que para come�ar � preciso ter paci�ncia para plantar e depois colher. Qualidade de vida e melhores remunera��es s�o consequ�ncias de um trabalho bem-feito hoje. Gosto da afirmativa de Lee Cockrell, ex-diretor-executivo de Opera��es da Disney: “N�o � com m�gica que se faz um bom trabalho. � com um bom trabalho que se faz m�gica”.

 

A especialista ensina que o jovem precisa de paci�ncia e humildade para come�ar em qualquer �rea.

“Come�ando pequeno, para crescer. Pensar mais em trabalho que emprego. S�o coisas diferentes. Qualquer oportunidade de trabalho pode ser boa. Uma adolescente de 18 anos, aluna do curso de psicologia, come�ou a ajudar uma amiga da m�e fazendo companhia para seus dois filhos, no per�odo da tarde, para a m�e trabalhar. Estava fazendo com tanto carinho aquela tarefa que a m�e a levou para trabalhar na empresa em que � diretora. Assim ela conseguiu seu primeiro emprego”, exemplifica.

 

 

Busca por qualifica��o

 

A recomenda��o de Milta Rocha � que o jovens desenvolvam e exercitem a intelig�ncia emocional, al�m de buscar qualifica��o profissional, priorizando cursos pr�ticos.

“Cursos t�cnicos s�o �timas op��es e costumam oferecer maior oportunidade de trabalho, como a forma��o na �rea de tecnologia. Uma boa dica � observar o comportamento humano. O que temos consumido? Pets? Ent�o, o mercado de pets e v�rias outras �reas envolvidas est�o em expans�o.”

 

No momento da entrevista, ela destaca, os entrevistadores utilizam armadilhas apenas quando percebem falta de naturalidade ou verdade no candidato.

“Mesmo que estejam inseguros no in�cio da entrevista, o que � normal, se soltem aos poucos. Olhar sempre nos olhos do entrevistador. Responder o que sabe. Dizer que n�o sabe, quando n�o souber responder. Uma empresa n�o busca pessoas perfeitas, mas pessoas de car�ter e vontade de trabalhar. Para as armadilhas, se acontecerem, n�o se assustar com nada. Responda objetivamente o que foi perguntado, ainda que pare�a sem sentido”, afirma.

 

Coloca��o requer busca persistente

Adriana Prates, consultora, posa para foto durante entrevista
Qualifica��o e trabalhos volunt�rios s�o importantes, independentemente da experi�ncia, diz Adriana Prates (foto: Camila Rocha/Divulga��o - 25/8/21)
Encontrar a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho ou de se recolocar exigem do jovem o que Adriana Prates, CEO da consultoria Dasein Executive Search, chama de plano de a��o espec�fica. Ela orienta os candidatos a ampliarem sua participa��o em processos seletivos.

“O mais importante, nesse momento, � buscar a inser��o no mercado de trabalho, aprender, obter experi�ncia para, ap�s alguns anos, direcionar a carreira da forma mais adequada. E incrementar as chances de ser bem-sucedido est� relacionado � prepara��o excelente, desde o curr�culo. Mesmo sem experi�ncia, ele vai conter atividades como cursos importantes, atualiza��o com as tem�ticas atuais, trabalhos volunt�rios.”

 

O estudante de educa��o f�sica Leandro de Oliveira dos Santos, de 24 anos, conquistou vaga em agosto �ltimo numa academia de gin�stica em Belo Horizonte, ap�s ter buscado v�rios processos seletivos. A procura se deu durante um per�odo conturbado da pandemia de COVID-19, quando a prefeitura da capital mesclou longos per�odos de fechamento das atividades econ�micas a reaberturas.

 

Leandro deixou o trabalho como gar�om para batalhar o t�o desejado lugar na profiss�o que escolheu, mas a primeira experi�ncia durou apenas um m�s devido ao fechamento da empresa que o havia contratado.

“Na nova reabertura, encarei outras sele��es e, em agosto, depois de superar muitos concorrentes, fui contratado em outra academia. Fiquei feliz demais. � gratificante, mas queria que todos conseguissem. A sele��o est� cada vez mais rigorosa”, afirma. Aspecto positivo, segundo ele, � que a crise sanit�ria despertou as pessoas para o cuidado com o corpo e a sa�de, o que significa poss�vel expans�o das vagas.

 

Outro alerta dado por Adriana Prates, da Dasein, � para que o jovem preste aten��o � postura profissional ao assumir compromissos e responsabilidade nas empresas. “Muitos jovens esbarram nessa quest�o. Acabam se dispersando demais no trabalho, deixam de cumprir com as promessas feitas e dessa forma, j� no in�cio de carreira, v�o construindo uma imagem negativa, que l� na frente ir� atrapalhar seu crescimento.” (LM)

 

Tr�s perguntas para...

Eliane Ramos de Vasconcellos Paes, presidente da ABRH-MG, diretora regional da PI Brasil

 

Eliane Paes, presidente da ABRH-MG, em foto com os braços cruzados
Empresas valorizam diferenciais como o amor pela profiss�o, segundo Eliane Paes, presidente da ABRH-MG (foto: Arquivo Pessoal 25/8/21)
Quais s�o as principais dificuldades que os jovens enfrentam?

Acredito que n�o s� para os jovens, mas para todos os profissionais, � o autoconhecimento. � preciso se conhecer para sair bem na entrevista, saber vender sua qualifica��es. Quem n�o tiver boa intelig�ncia emocional, habilidade que pode e deve ser desenvolvida sempre, dom�nio de si mesmo, e n�o souber trabalhar seus pontos a serem desenvolvidos, ter� dificuldades. O que as empresas buscam, nunca sair� de moda: determina��o, aquele senso de empreendedorismo, DNA de dono, protagonismo, intelig�ncia emocional para gerar sa�de mental e bem-estar. Buscar seu prop�sito com a empresa e, claro, com a comunidade. Sabia que ter no curr�culo um trabalho volunt�rio pode fazer toda a diferen�a? Aquela pessoa apaixonada, que sabe o que quer, determinada, � algu�m que busca conquistar coisas novas e seu crescimento, n�o delegando para o outro. Querer crescer e se desenvolver � o grande diferencial em que acredito.

 

Para aquele que consegue uma coloca��o, quais s�o os desafios?

Ningu�m esta preparado nunca. Buscar autodesenvolvimento pessoal, t�cnico e intelectual � ser protagonista da pr�pria carreira. N�o se deve delegar para ningu�m essa respon- sabilidade. De outro lado, deve existir uma via de m�o dupla no processo seletivo, pois ele � uma troca. A empresa seleciona o candidato, claro, mas o candidato precisa escolher a empresa tamb�m. E os jovens nos ensinam muito sobre esta decis�o, eles buscam equilibrar trabalho e vida pessoal. A empresa precisa mostrar na entrada dos profissionais a realidade do que ela �, cultura, cren�as, valores. Como diz o grande guru Peter Drucker (escritor austr�aco e consultor da �rea de administra��o – 1909-2005): “A cultura come a estrat�gia no caf� da manh�”. 'Que nada, penso eu: ela come � tudo no caf� da manh�'. Valores e cultura sempre funcionam como um grande diferencial nos processos seletivos.

 

Como os jovens devem administrar a carreira para atender �s empresas?

Quem ingressa como estagi�rio na empresa, e � visto por usar o control C, control V, 'fazer o xerox', como diziam os jovens h� mais tempo, e se ficar s� reclamando receber� a mesma moeda em troca. Mas se mostrar iniciativa, fizer a diferen�a, como um protagonista, proativo, buscar outras atividades e novos conhecimentos, com certeza ser� muito bem reconhecido e crescer� dentro da organiza��o. O mundo corporativo � uma grande troca de conhecimento, onde existem os mais velhos, que j� sofreram muito, aprenderam e erraram, naturalmente. Esses profissionais j� adquiriram experi�ncia de vida, de carreira e podem ajudar os jovens a entenderem o cen�rio no mercado. E os jovens que est�o iniciando a carreira podem ajudar tamb�m esse mais experiente, oxigenando, trazendo novas tend�ncias, conceitos de tecnologia, mostrando novos caminhos de se fazer a mesma coisa, seguindo juntos com novos conhecimentos, que se complementam. A rela��o geracional � fundamental para a forma��o de um bom time. Chega de etarismo. O mito do super-her�i acabou.  

 


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