Com o peso dos pre�os da conta de luz e do g�s de botij�o, a infla��o seguiu atingindo os mais pobres de forma mais intensa do que os mais ricos em outubro, segundo o Indicador Ipea de Infla��o por Faixa de Renda, divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea). Para as fam�lias de renda "muito baixa", os pre�os saltaram 1,32% em outubro, acima da alta de 1,25% registrada no agregado do �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). Para as fam�lias com "renda alta", a alta foi de 1,20%.
No acumulado em 12 meses at� outubro, a infla��o para as fam�lias mais pobres saltou 11,39%, ante 9,32% para os mais ricos. No IPCA agregado, a alta em 12 meses foi de 10,67%. � a maior varia��o acumulada em um ano desde janeiro de 2016, quando ficou em 10,71%.
Para os mais pobres, o vil�o da infla��o tem sido os pre�os associados � Habita��o. "Al�m dos reajustes de 1,2% das tarifas de energia el�trica, de 3,7% do g�s de botij�o e de 0,9% do aluguel, as altas de 1,1% dos reparos no domic�lio e de 0,95% dos artigos de limpeza explicam a press�o", diz a nota da "Carta de Conjuntura" do Ipea, que detalha os dados.
Os pre�os dos alimentos, que tamb�m se destacam entre as press�es de alta no acumulado em 12 meses, perderam um pouco de for�a, mas seguem atrapalhando. De um lado, ficaram mais caros itens como batata (16%), do a��car (6,4%), do caf� (4,6%) e das aves e ovos (3,2%). De outro, ficaram mais baratos o arroz (-1,4%), o feij�o (-1,9%) e as carnes (-0,04%).
Tamb�m pesou sobre a infla��o dos mais pobres o aumento de 0,91% dos produtos farmac�uticos, "cujo peso � maior na cesta de consumo desse segmento de renda, explica esta acelera��o mais expressiva da infla��o para as fam�lias de renda mais baixa", diz a nota do Ipea.
J� para as fam�lias mais ricas, a infla��o tem vindo dos combust�veis e das passagens a�reas. Em outubro, ficaram mais caros itens como gasolina (3,1%), passagens a�reas (33,9%) e transporte por aplicativo (19,9%). "Deve-se registrar ainda que, al�m das altas dos grupos alimenta��o e habita��o, o grupo despesas pessoais, influenciado pelo aumento dos servi�os ligados � recrea��o, come�a a impactar mais fortemente a infla��o desta faixa de renda", diz a nota do Ipea.
O Indicador Ipea de Infla��o por Faixa de Renda separa em seis faixas de renda as varia��es de pre�os medidas pelo IPCA, do IBGE. As faixas v�o de um rendimento mensal domiciliar at� R$ 1.808,79, na faixa de renda "muito baixa", at� rendimento mensal domiciliar acima de R$ 17.764,49, na faixa de renda classificada como "alta".
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