
Pela primeira vez em um ano e meio, as maiores operadoras de shoppings do Brasil conseguiram vender mais do que antes da pandemia. Aliansce Sonae, BRMalls, Iguatemi e Multiplan vinham registrando quedas nas vendas dos lojistas desde que a crise sanit�ria fechou o com�rcio e, posteriormente, permitiu a abertura aos poucos.
Com o avan�o da vacina��o e o fim das restri��es para os centros de compras, o quadro se inverteu. Em outubro, essas empresas viram crescimento nas vendas em rela��o ao mesmo m�s de 2019, em termos nominais. Iguatemi e Multiplan tiveram altas de 15% e 10%, respectivamente. Aliansce e BRMalls confirmaram que houve aumento, mas sem divulgar dados.
"Em novembro, as primeiras semanas de vendas tamb�m foram boas", afirmou o presidente da Aliansce Sonae, Rafael Sales, em reuni�o com analistas.
Paralelamente, a inadimpl�ncia dos lojistas e os espa�os vagos dos shoppings est�o diminuindo pouco a pouco.
PERSPECTIVAS
A pergunta que fica agora � se os neg�cios v�o permanecer saud�veis, em meio � piora da economia brasileira, com juros e infla��o em alta. Na vis�o dos empres�rios, a expectativa � de desempenho muito forte nas vendas neste fim de ano, com Black Friday e Natal. Para o pr�ximo ano, pairam d�vidas.Sales, da Aliansce Sonae, afirmou que estimar o desempenho das vendas para 2022 � um "exerc�cio mais complexo" devido �s incertezas. "N�o sabemos como estar� a economia brasileira no ano que vem", afirmou. Mas ele se diz otimista, porque o pior da pandemia ficou para tr�s, e a sua rede tem boa ocupa��o, al�m de novos canais para vendas online.
O presidente da BRMalls, Ruy Kameyama, tamb�m tem vis�o positiva. Segundo ele, a recupera��o nas vendas foi vista em todas as regi�es onde est� presente, especialmente nos empreendimentos do Centro-Oeste e do Paran�, regi�es puxadas pelo agroneg�cio.
"Temos percebido que existe um interesse forte dos lojistas para entrar nos shoppings", disse, em teleconfer�ncia. A expectativa, segundo ele, � cortar descontos nos alugu�is e reajustar alugu�is para recuperar parte das receitas.
Na rede Iguatemi, com shoppings voltados para as classes A e B, a previs�o � de que as vendas sigam fortes at� a metade de 2022. Isso porque os seus consumidores ainda est�o limitados para viajar e devem direcionar boa parte dos gastos com lazer e compras para o mercado local, diz a vice-presidente de finan�as, Cristina Betts. O Iguatemi prev� que a taxa de ocupa��o suba de 90,7% para 93% no fim do ano.
Para analistas, o movimento de recupera��o deve continuar, embora em ritmo diferente. "Os shoppings de baixa renda devem se recuperar mais lentamente do que aqueles de alta renda, j� que o crescimento da infla��o est� concentrada em alimentos e mercadorias", afirmou o analista do Citi Andr� Mazini, em relat�rio.