Brasileiros fazem contrabando de gasolina na fronteira com a Argentina

� crescente o n�mero de brasileiros em Foz do Igua�u (PR) que, depois de tr�s semanas da reabertura da fronteira do Brasil com a Argentina, escolhem o com�rcio clandestino de gasolina para driblar o desemprego ou simplesmente fazer uma grana a mais.

Em Puerto Iguaz�, do outro lado da fronteira, o litro da gasolina sai, em pesos, pelo equivalente a R$ 3,50, enquanto, na regi�o da margem direita do Rio Igua�u, os postos nunca cobram menos que R$ 6,59 pelo combust�vel. � uma diferen�a e tanto.

Depois de atravessar a fronteira, em Foz, � f�cil o discreto contrabandista achar quem pague R$ 5 pelo litro gasolina, especialmente porque, com o combust�vel sem �lcool da Argentina, um carro brasileiro que roda 12 quil�metros por litro (km/l) ganha em autonomia e passa a alcan�ar 16 km/l.

Para transportar o combust�vel sem problemas com a fiscaliza��o na fronteira, os respons�veis pelo descaminho light atravessam a Ponte Tancredo Neves com os tanques dos seus carros quase vazios e retornam com a capacidade m�xima, pelo mesmo caminho. Fazem isso quantas vezes conseguem.

Nos postos de Puerto Iguaz�, como a demanda pela gasolina argentina aumentou muito, os brasileiros enfrentam filas, mas a certeza de ganho com a diferen�a de pre�os em rela��o ao Brasil compensa. Para fazer render ao m�ximo cada viagem, carros mais antigos, fabricados na d�cada de 70, despertam o interesse dos contrabandistas combust�veis.

Um Corcel, daqueles com design original do modelo, pode carregar at� 57 litros, enquanto carros populares fabricados no Brasil comportam tanques de 45 litros. Para encher o tanque do Corcel no pa�s vizinho, o contrabandista paga R$ 199. Em Foz de Igua�u, no posto mais barato, o desembolso � de R$ 376.

N�o ser� surpresa se, nos pr�ximos dias, o brasileiros derem in�cio ao contrabando de botij�es de g�s de cozinha. Na Argentina, est� � venda pelo equivalente a R$ 35. Em Foz do Igua�u, custa cerca de R$ 100. O com�rcio ilegal, por�m, teria que ser feito por meio do Rio Igua�u.

� bom lembrar que a aduana argentina s� permite a entrada de visitantes no pa�s mediante a comprova��o da vacina��o contra a covid-19, com a exig�ncia de que a �ltima dose tenha sido aplicada h� pelo menos quinze dias, ou a apresenta��o de exame negativo para a covid-19 do tipo PCR. � uma burocracia que resulta em filas para entrada no pa�s vizinho, demora que obriga espera de at� tr�s horas.