
Com a turbul�ncia do mercado, o Carlyle acaba de assinar um segundo cheque, de R$ 300 milh�es, dois anos depois de entrar no restaurante de Junior Durski por meio de um aporte de R$ 700 milh�es. A fatia do fundo americano no Madero passou de 27% para cerca de 35%. Durski segue como controlador, com 57%.
Com os bancos, o Madero conseguiu renegociar sua d�vida e adiou vencimentos de janeiro para julho de 2022. A rede de restaurantes recebeu, no dia 17, o registro de empresa aberta na Comiss�o de Valores Mobili�rios (CVM), mas n�o conseguiu chegar � B3.
O IPO estava previsto para acontecer entre outubro e novembro, mas acabou suspenso para o come�o de 2022 por causa da piora do mercado, como reflexo do aumento do risco fiscal do Brasil.
Segundo o Madero, a estreia na Bolsa est� mantida. A opera��o deve ser retomada "assim que o mercado de capitais apresentar condi��es para a realiza��o de uma opera��o nos par�metros que a companhia entender adequados", disse a empresa.
A companhia, criada em Curitiba pelo empres�rio Junior Durski, se viu alvo de pol�micas nos �ltimos anos gra�as a algumas declara��es de seu controlador - em especial um v�deo de mar�o de 2020 no qual ele minimizava o total de mortes da pandemia.
Ao lado de Carlos Wizard e de Luciano Hang, da Havan, Durski tamb�m apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, mas, nos �ltimos tempos, deixou de fazer declara��es sobre o tema.
Composi��o dos d�bitos
Da d�vida bruta do grupo, de R$ 1,02 bilh�o, a maior parte (70%) tem vencimento de curto prazo, em at� 12 meses, segundo o balan�o da rede para o terceiro trimestre. Ao mesmo tempo, o caixa do grupo estava em apenas R$ 36,5 milh�es ao fim de setembro.
Por isso, a rede paranaense precisou fazer novas rodadas de conversas com bancos e conseguiu que prazos e crit�rios de endividamento estabelecidos fossem alterados. A explos�o no endividamento do grupo teria acontecido porque foi necess�rio dinheiro para manter as opera��es em funcionamento durante a pandemia de COVID-19 e tamb�m com a expans�o da rede.
Na renegocia��o com os bancos - Bradesco, Ita�, BTG Pactual e Banco do Brasil -, o Madero estava descumprindo cl�usulas acertadas, como a que previa que a empresa mantivesse uma d�vida financeira l�quida de at� 2,5 vezes o Ebitda (resultado operacional). Nas conversas, a rede de restaurantes conseguiu adiar essas regras para 2022.
O Madero conseguiu tamb�m postergar o vencimento de deb�ntures de R$ 160 milh�es feitas com o Ita� BBA, em duas s�ries que venciam em setembro de 2021 e janeiro de 2022. O prazo foi jogado para o meio do ano.
Em um d�bito com o BTG Pactual, de R$ 100 milh�es, por meio da emiss�o de C�dula de Cr�dito Banc�rio (CCB), houve nova renegocia��o. O vencimento, que j� havia sido adiado para janeiro de 2022, agora recebeu uma extens�o adicional de seis meses.
A d�vida l�quida do grupo fechou setembro em R$ 981 milh�es, alta de 80,6% em 12 meses. O Madero teve preju�zo de R$ 25,2 milh�es no terceiro trimestre, pequena melhora em rela��o a igual per�odo de 2020, quando a perda havia sido de R$ 28 milh�es. No acumulado do ano at� setembro, o preju�zo soma R$ 115 milh�es, abaixo do rombo de R$ 223 milh�es do mesmo per�odo de 2020.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.