Mudan�as clim�ticas j� afetam portos brasileiros, aponta estudo

Preocupa��o crescente no mundo, os efeitos das mudan�as clim�ticas j� podem ser percebidos no setor portu�rio brasileiro, que precisar� se tornar mais resiliente para evitar uma s�rie de preju�zos aos usu�rios e para a economia no futuro.

A conclus�o � de um estudo da Ag�ncia Nacional de Transportes Aquavi�rios (Antaq) e da ag�ncia de fomento alem� GIZ (Deutsche Gesellschaft f�r Internationale Zusammenarbeit), que mapeou as principais amea�as clim�ticas e os impactos da mudan�a do clima em 21 portos p�blicos brasileiros. Com o resultado, a ag�ncia pretende subsidiar a constru��o de pol�ticas p�blicas, al�m de construir uma regula��o que incentive a adapta��o dessas infraestruturas.

O documento, divulgado ontem, apontou os vendavais como a principal amea�a clim�tica para o setor. Maior complexo portu�rio da Am�rica Latina, o Porto de Santos (SP) est� entre as sete estruturas que j� correm risco alto em raz�o dessa intemp�rie, junto dos portos de Imbituba (SC), Recife (PE), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Paranagu� (PR) e Itagua� (RJ). Esse n�mero pode chegar a 16 em 2050, aponta o estudo, considerando riscos altos e muito altos. Quando afetam a zona portu�ria, os vendavais podem causar a paralisa��o das opera��es por instabilidade nos equipamentos ou o fechamento de acesso aos portos.

MAIOR RISCO. Entender e preparar os espa�os para as mudan�as clim�ticas s�o medidas cruciais para o setor portu�rio, principalmente em raz�o da relev�ncia desse mercado para a economia brasileira e global. Segundo a Antaq, os portos s�o respons�veis por movimentar uma m�dia anual de R$ 293 bilh�es, representando 14,2% do PIB nacional. Al�m disso, 95% do com�rcio exterior do Brasil, em peso, passa pela infraestrutura portu�ria.

"A mudan�a do clima j� est� acontecendo, mas n�o estamos expostos a ela indefesos, a adapta��o pode ser uma chance de tornar as nossas cidades e portos mais agrad�veis", afirmou Friederike Sabiel, representando a embaixada alem� no evento de lan�amento do estudo.

Por estarem localizadas em zonas costeiras, as instala��es portu�rias s�o afetadas direta ou indiretamente por eventos extremos, como tempestades, aumento do n�vel m�dio do mar e inunda��es, por exemplo, al�m dos vend�veis. "A intensifica��o desses eventos devido �s altera��es do clima causar� impactos e perdas econ�micas significativas ao setor, influenciando a economia regional e o funcionamento das cadeias de abastecimento global", aponta a Antaq. "Espera-se que o levantamento possa ser o ponto de partida para a melhoria regulat�ria do setor", afirmou o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery.

N�vel do mar

Para o levantamento, al�m dos vendavais, os t�cnicos estudaram a vulnerabilidade dos portos para tempestades e o aumento do n�vel do mar. No caso das tempestades, atualmente dez portos apresentam um risco clim�tico considerado alto ou muito alto, situa��o que pode gerar alagamentos nas �reas portu�rias, deslizamentos e paralisa��o nas opera��es. Se observadas as proje��es para 2030, 11 portos poder�o ter o risco de aumento do n�vel do mar classificado como alto ou muito alto, entre eles o de Santos (SP) e o de Paranagu� (PR).

O estudo apurou que poucos portos implementam medidas de adapta��o. Entre as mais comuns, est�o a implanta��o de monitoramento meteorol�gico, abordagem da mudan�a do clima no plano estrat�gico e realiza��o de reuni�es para debater as adapta��es.

A Antaq ainda n�o tem resposta de como futuras adapta��es desses portos ser�o bancadas, quest�o que deve ser debatida dentro do governo. A entidade tenta obter financiamentos do exterior.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.