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Estado de Minas ECONOMIA

'Pessimismo com o novo teto tem ido longe demais', diz economista da IIF


25/11/2021 08:02

A rea��o dos mercados financeiros � mudan�a na regra do teto de gastos tem sido exagerada na vis�o do economista Sergi Lanau, um dos principais respons�veis pelas an�lises econ�micas do Instituto de Finan�as Internacionais (IIF, na sigla em ingl�s), associa��o internacional que re�ne grandes bancos e institui��es financeiras de mais de 70 pa�ses.

Diferentemente do que sugerem a queda da Bolsa e a alta do d�lar nos �ltimos meses, a mudan�a ter� um efeito limitado e ser� "administr�vel" do ponto de vista das contas p�blicas, afirma Lanau, vice-economista-chefe do IIF.
"H� vantagens de se ter uma regra fiscal clara, mas tamb�m h� um custo alto quando se tenta desviar do teto original, mesmo quando o que se prop�e n�o � nenhuma maluquice", diz Lanau. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:

O sr. tem apontado em relat�rios que a mudan�a no teto de gastos � administr�vel e menos preocupante do que se v� na rea��o dos mercados. Por qu�?

A raz�o pela qual estamos um pouco mais otimistas do que a maioria � que, mesmo se o Brasil se desviar do teto original e fizer isso no n�vel proposto - o que equivale a menos de 1% do PIB -, o Pa�s ainda manter� boa parte da regra. E o fator mais importante � que os gastos ainda est�o menores do que em 2019 (em rela��o ao PIB). O Brasil tem feito progresso nos �ltimos anos. N�o � um avan�o t�o r�pido como o planejado em 2016. Mas, l� atr�s, claro, n�o se podia prever a pandemia.

Os gastos p�blicos subiram constantemente nas �ltimas d�cadas. Esse hist�rico n�o preocupa o sr.?

O Pa�s, de fato, n�o tem um bom hist�rico recente na pol�tica fiscal. Os gastos t�m ca�do um pouco nos �ltimos anos. Mas ser� uma batalha levar as despesas ao n�vel previsto at� 2026, como prev� a regra do teto. Basicamente, a regra � constru�da para desfazer uma d�cada de aumento de gastos p�blicos em apenas alguns anos. � dif�cil, mas tem havido progresso. Em muitos outros pa�ses, a situa��o � mais cr�tica.

Pode dar um exemplo?

A �frica do Sul, que tamb�m est� numa situa��o fiscal complicada, vai fazer um ajuste muito pequeno no ano que vem. A principal diferen�a, para mim, � que eles n�o t�m uma regra fiscal que diz o quanto se pode gastar. No caso do Brasil, h� vantagens de se ter uma regra fiscal clara, mas tamb�m h� um custo alto quando se tenta desviar do teto original, mesmo quando o que se prop�e n�o � nenhuma maluquice. Concordo que o Brasil enfrenta riscos. Todos sabemos que a d�vida p�blica � alta. Mas acredito que o pessimismo tem ido longe demais.

A rea��o dos mercados, ent�o, � exagerada?

Tem sido um pouco al�m da conta. Os mercados est�o reagindo como durante a discuss�o sobre o Or�amento (de 2021, votado em mar�o deste ano no Congresso). E tudo acontece em um contexto pol�tico complicado. H� um Congresso fragmentado. H� negocia��es de bastidores. Isso gera incertezas, e os mercados ficam receosos. Eles focam na quest�o se as despesas v�o ficar acima ou abaixo do teto. E se esquecem de que elas continuam caindo, em valores absolutos e relativos, e que a arrecada��o subiu.

Qual � a sua proje��o para a d�vida p�blica, considerando a mudan�a no teto?

A nova regra fiscal (aprovada na C�mara) cria uma folga para as despesas de aproximadamente 0,5% do PIB, o que � consider�vel, mas n�o � um valor muito alto. Do ponto de vista do resultado prim�rio, se a regra for alterada, n�s vemos o d�ficit prim�rio caindo mais ou menos para 1% do PIB nos pr�ximos anos, o que tamb�m n�o � ruim. A maior limita��o que o Brasil enfrenta � o legado de muitos anos de gastos elevados. A d�vida � alta. Os juros pagos sobre essa d�vida s�o muito altos. � uma esp�cie de ressaca do passado.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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