
No entanto, as despesas dos turistas brasileiros est�o longe do patamar pr�-pandemia, quando chegaram ao n�vel de R$ 2 bilh�es mensais. De janeiro a outubro deste ano, os gastos dos brasileiros fora do pa�s alcan�aram US$ 3,8 bilh�es, com queda de 18% frente ao mesmo per�odo de 2020 (US$ 4,7 bilh�es). Foi o menor valor para o per�odo desde 2004.
Segundo o BC, os gastos diminu�ram por causa das restri��es ao fluxo de voos e pessoas entre os pa�ses adotadas para combater o novo coronav�rus. A desvaloriza��o do real em rela��o ao d�lar tamb�m contribuiu para a queda das despesas com viagens.
A pandemia modificou os planos de muitas pessoas. O estudante Bento Lomba, 23 anos, tinha viagem planejada com a fam�lia � Alemanha desde o in�cio da pandemia. "A princ�pio, n�s ir�amos em julho de 2020, mas com as medidas sanit�rias tivemos de adiar", contou.
O embarque foi remarcado para janeiro de 2022, mas, com o real se desvalorizando cada vez mais em rela��o ao euro, o planejamento ficou mais modesto. "� complicado porque fica dif�cil comprar uma moeda que est� custando quase R$ 7. Os planos do que vamos fazer l� agora s�o bem mais limitados. Ficar�amos duas semanas na Alemanha, agora mudamos para cinco dias de estadia."
Fam�lias ricas
O economista da FGV Andr� Braz observou que a covid-19 afetou de maneira diferente as diversas classes sociais. "Durante a pandemia a parcela dos mais ricos, at� juntou dinheiro. Imagine, uma fam�lia de classe m�dia alta que n�o podia ir ao cinema, ao teatro. Os mesmos que mantinha seus filhos em escolas particulares e receberam desconto, devido � pr�tica do ensino a dist�ncia. "Essa fam�lia juntou dinheiro, pois uma parte do seu or�amento era reservada para essas coisas que foram proibidas durante a pandemia", disse Braz.
Mesmo com o d�lar mais valorizado, o economista afirma que essas fam�lias conseguem gastar. "Essas pessoas est�o colocando em dia essa agenda de viagens, mesmo com a quarta onda surgindo em alguns pa�ses. Por�m constru�ram uma poupan�a e decidiram gastar", afirmou.
Flexibiliza��o
O epidemiologista e vice-coordenador da Sala de Situa��o de Sa�de da UnB, Mauro Sanchez, avalia que a volta do fluxo internacional de brasileiros est� relacionada com a queda de restri��es da entrada de brasileiros. "A volta n�o � por uma melhora na renda. O brasileiro ficou muito tempo sem viajar, e, agora, com a flexibiliza��o da entrada em uma s�rie de pa�ses, as viagens voltaram a se tornar mais freq�entes."