O presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, afirmou na manh� deste s�bado, 27, que a companhia chegou a receber uma manifesta��o de interesse de compra da Azul em meio a seu processo de recupera��o judicial, mas que a oferta foi considerada "incompleta" e "insuficiente". "Descartamos as ideias da Azul. N�o era poss�vel atuar sobre essa proposta.O conte�do dela � confidencial", afirmou em entrevista coletiva com jornalistas brasileiros.
A Latam apresentou no fim da noite de ontem seu plano de recupera��o judicial, que inclui a inje��o de US$ 8,19 bilh�es (R$ 45,9 bilh�es) no grupo por meio de uma combina��o de capital novo, t�tulos convers�veis e d�vida. A proposta ser� avaliada pela Justi�a dos Estados Unidos, onde corre o processo de recupera��o, no dia 27 de janeiro. Ap�s isso, a empresa ter� um per�odo de exclusividade para negociar a aprova��o do plano com credores.
A Azul, por�m, vem mantendo conversas nos bastidores com os credores em torno de um plano alternativo, que lhe daria o controle da Latam. A proposta da Azul pode ganhar for�a, portanto, apenas se o da Latam for rejeitado pelos credores.
Alvo destacou que o plano apresentado j� tem o apoio de 71% dos credores sem garantia. Pela lei de recupera��o judicial americana (chapter 11), a companhia precisa de 66% deles para aprovar uma proposta.
"Esse plano tem tratamento equitativo para os stakeholders. D� a possibilidade para credores grandes e pequenos participarem via b�nus convertidos (em a��es). Ele foi consensualmente acordado com credores e, assim, cumpre com o chapter 11", afirmou o executivo.
A proposta da Latam prev� uma oferta de direitos de compra de a��es no valor de US$ 800 milh�es, que ser� aberta aos acionistas da companhia. Tamb�m ser�o emitidas tr�s classes de t�tulos convers�veis, que ser�o oferecidos preferencialmente aos acionistas do grupo e, posteriormente, a determinados credores. Esses t�tulos devem somar US$ 4,64 bilh�es.
O grupo ainda dever� levantar US$ 500 milh�es em uma nova linha de cr�dito rotativo e aproximadamente US$ 2,25 bilh�es em financiamento de d�vida por meio de novos recursos, que podem ser um novo empr�stimo a prazo ou novos t�tulos.
Alvo n�o quis comentar se poss�veis impactos da nova onda da covid no mercado financeiro podem dificultar o acesso da empresa ao capital. "� muito cedo para entender os impactos da nova cepa. Acho que n�o � hora de especular sobre isso at� que se tenha mais informa��es." O executivo, no entanto, frisou que o grupo tem agora uma estrutura de custo vari�vel que lhe ajuda a atravessar novas crises.
Procurada, a Azul n�o quis comentar.
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