Em apresenta��o durante o Encontro Anual de Dirigentes da Federa��o Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o choque dos pre�os de combust�veis e de energia el�trica no Brasil em 2021 � o maior da hist�ria. Segundo ele, supera at� mesmo o observado em momentos recentes de pico inflacion�rio, como 2002 e 2015.
"Tivemos um choque de combust�veis e energia el�trica em 2021 que nunca tivemos antes", disse ele em sua fala.
O presidente da autoridade monet�ria lembrou ainda que a acelera��o de pre�os neste ano diverge da observada em 2020, quando as altas se concentraram em produtos aliment�cios.
Campos Neto disse tamb�m que a desancoragem das expectativas de infla��o, que j� se observa para 2022, � semelhante � vivida em 2017, primeiro ano de vig�ncia do teto de gastos. "Em 2021 (para as expectativas de infla��o) n�o existe mais nada que a pol�tica monet�ria possa fazer", comentou.
Entretanto, o presidente do BC afirmou que a rela��o entre a d�vida p�blica e o PIB brasileiro tem tido trajet�ria melhor do que se esperava no final de 2020, e em linha com o que ele projetava ao chegar ao BC, em 2019, antes da pandemia da covid-19. "A gente tinha (em 2019) expectativa perto de 80% (de rela��o d�vida/PIB), e estamos chegando a um n�mero parecido."
Atividade
Campos Neto indicou que a autoridade monet�ria vai reduzir a estimativa para o PIB de 2022 em seu pr�ximo Relat�rio Trimestral de Infla��o (RTI), que ser� divulgado no dia 16 de dezembro. Entretanto, segundo ele, a estimativa deve ser mais otimista que a mediana do mercado financeiro. "Na parte de PIB, vemos um movimento de reprecifica��o consecutivo para baixo para o ano de 2022. Vamos ter novo n�mero em duas semanas, provavelmente vai ser mais baixo que 2,1%, mas n�o tanto quanto a mediana do Focus", disse.
A previs�o de alta de 2,1% no PIB brasileiro no ano que vem foi divulgada pelo BC na edi��o mais recente do RTI, de setembro. Desde ent�o, o mercado vem cortando de forma sucessiva suas previs�es.
No Relat�rio Focus divulgado na segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado financeiro para a economia brasileira em 2022 passou de alta de 0,70% para 0,58%. Um m�s antes, estava em 1,50%.
Ainda assim, Campos Neto comentou que o Pa�s vive um cen�rio melhor que o esperado do ponto de vista das contas p�blicas, gra�as ao aumento da arrecada��o melhor que o esperado. "A consolida��o fiscal no Brasil entre 2020 e 2021 � bastante grande", afirmou.
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