O economista Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), disse nesta ter�a-feira, 30, que aceitaria voltar ao governo federal como ministro da Fazenda. Mas, segundo ele, isso dependeria de algumas condi��es. Entre elas, haver apoio na condu��o da agenda econ�mica. Fraga, no entanto, n�o deixou claro em qual governo toparia entrar.
"Depende. S� vale se puder fazer coisas", disse Arminio ao responder a uma pergunta, em um evento virtual da Latin Lawyer, se assumiria o comando da pol�tica econ�mica do Pa�s. O ex-presidente do BC acrescentou que as ideias do governo teriam de ser compat�veis com os seus valores, mas n�o se esquivou ao deixar claro que, se atendida sua "barra alta" de condi��es, aceitaria o convite. "Ainda tenho muito a contribuir."
Fraga, que � s�cio da G�vea Investimentos, fez cr�ticas � falta de lideran�a do presidente Jair Bolsonaro na condu��o das reformas. "O Brasil � v�tima de pol�ticas ruins e m�s ideias", afirmou. "A situa��o no Brasil n�o � muito confort�vel, com lideran�a fraca e ideias ruins."
Como resultado de incertezas, em especial no campo fiscal, e baixo investimento, o Brasil tem sido incapaz de crescer, e mesmo ap�s a recupera��o nos anos seguintes � recess�o de 2015-2016, a economia continua em n�vel 50% abaixo do que j� foi, observou o ex-presidente do BC.
Ele considerou que, embora o governo tenha conseguido aprovar algumas "poucas reformas", o pacote como um todo segue sem atrair novos investimentos ao Pa�s. Colocando a reforma administrativa como essencial, junto com a reforma tribut�ria, Arminio assinalou tamb�m que os gastos do governo s�o altos para um pa�s emergente.
Ainda assim, avaliou que o Brasil n�o � um caso perdido, levando em conta em seu coment�rio o instinto de sobreviv�ncia da classe pol�tica para implementar as medidas estruturais necess�rias, al�m de experi�ncias positivas em alguns governos estaduais e prefeituras. "Est� claro que h� muito espa�o para melhorar", afirmou Arminio.
Fraga, s�cio-fundador da G�vea Investimentos, � um dos economistas mais respeitados do Pa�s. Foi presidente do Banco Central no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1999 e 1.� de janeiro de 2003. Recentemente, esteve envolvido, junto com o ex-governador do Esp�rito Santo Paulo Hartung, nas articula��es para uma eventual candidatura de Luciano Huck � presid�ncia.
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