A produ��o e as vendas de produtos qu�micos de uso industrial subiram em outubro, na compara��o com setembro. De acordo com dados da Associa��o Brasileira da Ind�stria Qu�mica (Abiquim), o �ndice de produ��o avan�ou 5,51%, enquanto o de vendas internas teve eleva��o de 4,97%.
A demanda local, medida pela vari�vel consumo aparente nacional (CAN), teve alta de 0,4% e o �ndice de utiliza��o da capacidade instalada registrou o patamar de 73% de taxa de ocupa��o das instala��es. No que se refere ao �ndice de pre�os, a vari�vel teve a terceira eleva��o consecutiva, com alta de 4,93% em outubro, pressionado pelo mercado internacional e por altas de custos de mat�rias-primas e insumos b�sicos.
De acordo com a diretora de Economia e Estat�stica da Abiquim, F�tima Giovanna Coviello Ferreira, os resultados do segmento de produtos qu�micos de uso industrial nos �ltimos 30 anos revelam a exist�ncia de diversas oportunidades criadas pelo mercado e pelo crescimento da demanda.
"Essas oportunidades poderiam ter sido convertidas em investimento e em crescimento, gerando valor e renda para o Brasil, mas, infelizmente, quem se beneficiou dessa alta foram as importa��es, que cresceram expressivamente. Neste ano, o setor deve registrar recorde hist�rico de d�ficit na balan�a comercial, superior a US$ 40 bilh�es", afirma.
A demanda qu�mica teve crescimento m�dio anual de 3% entre 1990 e 2020, enquanto a produ��o interna subiu 1,5% ao ano, metade do crescimento anual do CAN, e as importa��es cresceram 9,5% ao ano. Nos �ltimos dois anos de observa��o, a taxa de crescimento do CAN ficou tr�s vezes acima da taxa m�dia hist�rica.
"A pandemia tem mostrado ao mundo qu�o importante � ser autossuficiente na produ��o de produtos estrat�gicos, b�sicos e essenciais, como os utilizados na �rea de sa�de e alimenta��o, sem depender de outros pa�ses", diz F�tima.
Segundo ela, o Brasil � competitivo na produ��o agr�cola, mas depende de insumos qu�micos importados e acaba correndo riscos por conta dessa elevada depend�ncia, como a que vem sendo observada atualmente com a China e com a R�ssia, que amea�am reduzir as vendas de fertilizantes para o mundo, podendo afetar a agricultura brasileira.
A executiva da Abiquim explica que os segmentos mais expostos ao mercado internacional como o qu�mico, n�o t�m conseguido competir.
"Em momentos como o atual, com desvaloriza��o do Real e mudan�as estruturais no comportamento da demanda mundial, fica refor�ada a necessidade de se acelerar as medidas da agenda positiva junto ao governo federal. Tamb�m s�o urgentes a reforma tribut�ria, a solu��o de defici�ncias log�sticas e outras, que tem como objetivo a redu��o do custo Brasil e a elimina��o das distor��es que imp�em custos ao pa�s que n�o s�o compat�veis com os que se praticam no mercado internacional", afirma acrescentando que esses custos locais s�o t�o severos que, muitas vezes, nem mesmo a elevada deprecia��o do Real compensa.
ECONOMIA