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Estado de Minas ECONOMIA

Brasil deve crescer 5% neste ano mas pode ter desacelera��o forte em 2022, diz OCDE

A organiza��o revisou para baixo sua estimativa de expans�o do PIB do Brasil em 2022, que era de 2,5% e passou para apenas 1,4%.


01/12/2021 08:48 - atualizado 01/12/2021 10:32


Notas de R$200
(foto: Reuters)

A economia brasileira dever� crescer 5% em 2021, mas em 2022 h� riscos de forte desacelera��o e o PIB do pa�s deve aumentar apenas 1,4%, segundo previs�es da Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) divulgadas nesta quarta-feira.

A expans�o do PIB brasileiro dever� ficar pouco abaixo da m�dia de crescimento da economia mundial neste ano, projetada em 5,6%, e poder� ser bem inferior � m�dia global em 2022, estimada em 4,5%, de acordo com a organiza��o.

A economia brasileira tamb�m dever� crescer menos em 2022 do que a de v�rios pa�ses da Am�rica Latina, como a Argentina (2,5%), Chile (2%), Col�mbia (5,5%), Costa Rica (3,9%) e M�xico (3,3%).

Em seu estudo sobre perspectivas para a economia mundial, lan�ado nesta quarta e publicado semestralmente, a OCDE, com sede em Paris, afirma que a acelera��o da campanha de vacina��o no Brasil contribuiu para a retomada do crescimento neste ano.

A atividade econ�mica tamb�m foi sustentada pelos programas sociais, como o aux�lio emergencial, encerrado em outubro, que contribu�ram para manter o consumo, e pelo investimento privado. Al�m disso, o aumento dos pre�os das commodities durou mais do que o esperado, impulsionando as exporta��es.

Por essas raz�es, a OCDE revisou para cima neste �ltimo estudo sua proje��o de crescimento do PIB brasileiro neste ano, que era de 3,7% no relat�rio divulgado em maio, para 5% atualmente.

"Com o levantamento das restri��es �s atividades e o retorno � normalidade, a demanda interna acumulada p�de recuperar o atraso dos �ltimos meses", disse � BBC News Brasil Priscilla Fialho, economista especializada no Brasil do departamento de economia da OCDE.

Ao mesmo tempo, a OCDE alerta que o ritmo da recupera��o da economia brasileira est� desacelerando. A organiza��o revisou para baixo sua estimativa de expans�o do PIB do Brasil em 2022, que era de 2,5% e passou para apenas 1,4%, segundo o relat�rio divulgado nesta quarta.

"A revis�o das proje��es do PIB brasileiro para 2022 explica-se sobretudo pela desacelera��o no final de 2021, que dever� persistir at� meados do pr�ximo ano, enquanto os gargalos nas cadeias de suprimentos da ind�stria se mantiverem, a infla��o permanecer elevada e o Banco Central continuar o aperto monet�rio, com juros mais altos, como resposta � eleva��o dos pre�os", afirma Fialho.

Segundo ela, a recupera��o da economia brasileira dever� voltar a acelerar progressivamente no segundo semestre de 2022, � medida que os gargalos na cadeia de suprimentos global desaparecerem. Tamb�m se prev� a recupera��o do mercado de trabalho e a queda da infla��o, decorrente das taxas de juros mais altas, que devem contribuir para melhorar o rendimento das fam�lias e sustentar a expans�o do consumo interno.

Mas a OCDE ressalta que h� "riscos importantes" de baixa para a previs�o de 2022. Isso porque a crise h�drica pode durar mais tempo, o que leva ao aumento dos pre�os da energia, "resultando em infla��o persistente e perspectivas de crescimento menores."

As incertezas pol�ticas e o aumento do risco fiscal podem "minar a credibilidade" das regras fiscais, e resultar em infla��o persistente e perspectivas de crescimento menor da economia brasileira no pr�ximo ano, alerta o estudo da OCDE.

"H� muitas incertezas em rela��o a essas proje��es. N�o estamos, por exemplo, a salvo de uma nova crise sanit�ria e de novas restri��es de mobilidade, como j� se observa na Europa", afirma a economista da OCDE.


Mulher comprando produtos em um supermercado
OCDE prev� que infla��o no Brasil ser� de 7,8% em 2021; mercado financeiro estima 10,15% (foto: Getty Images)

Um crescimento mais fraco do que o esperado na China - estimado em 8,1% neste ano e 5,1% em 2022 e 2023 - tamb�m pode prejudicar o desempenho das exporta��es brasileiras.

Fialho afirma que a maioria dos fatores que explicam a infla��o s�o temporais, como o aumento dos pre�os da energia el�trica por conta da crise h�drica e a falta de suprimentos que elevam os pre�os dos bens industriais.

Infla��o

A OCDE prev� que a taxa de infla��o no Brasil ser� de 7,8% em 2021, estimativa menor do que a dos mercados, que � de 10,15%, segundo a �ltima pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central. Em 2022, a OCDE prev� que a infla��o no Brasil ser� de 5,1%.

A organiza��o afirma que as reformas fiscais tamb�m podem desempenhar um papel importante para conter as press�es inflacion�rias. "Refor�ar as regras fiscais aumentaria a confian�a do mercado sobre o compromisso do governo de manter as finan�as sustent�veis", diz o estudo.

Fialho ressalta que as incertezas em rela��o � pol�tica fiscal aumentam a percep��o de risco nos mercados, o que afeta o c�mbio e encarece as importa��es, o que tamb�m contribui para a infla��o no Brasil.

"Por outro lado, as mudan�as que afetem o teto de gastos e o quadro fiscal no Brasil podem tamb�m criar incertezas quanto � gest�o das finan�as p�blicas a longo prazo. Isso pode influenciar as expectativas de infla��o, fazendo com que ela persista mais do que o esperado", diz a economista.

"Por isso, � importante haver alguma clareza sobre os planos fiscais a curto e longo prazos. � preciso reduzir as incertezas e aumentar a credibilidade das regras fiscais", completa.

A OCDE projeta ainda que a economia brasileira dever� crescer 2,1% em 2023 e recomenda maior efici�ncia nos gastos p�blicos brasileiros. "Isso criaria espa�o para melhorar o equil�brio fiscal e financiar as prioridades do governo", diz Fialho.

Segundo ela, o Brasil precisaria reduzir a rigidez or�ament�ria e revisar a vincula��o de receitas, as metas de gastos obrigat�rios e os mecanismos de indexa��o.


Floresta Amazônica margeada por terreno desmatado para plantio de soja no MT
Desmatamento na Amaz�nia tem crescido desde o in�cio do governo Jair Bolsonaro (foto: Paulo Whitaker/Reuters)

A organiza��o tamb�m recomenda que o Brasil adote pol�ticas que promovam atividades sustent�veis em rela��o ao meio ambiente, que aumentariam a resili�ncia contra os choques clim�ticos.

"As considera��es ambientais devem ser integradas de forma sistem�tica �s pol�ticas p�blicas, incluindo o planejamento do uso da terra", diz o relat�rio, acrescentando que subs�dios para atividades poluentes, como a produ��o de combust�veis f�sseis e pesticidas, devem ser progressivamente reduzidos.

A OCDE afirma ainda que � necess�rio fortalecer as ag�ncias que monitoram o cumprimento das leis ambientais. O governo do presidente Jair Bolsonaro � criticado por ter promovido o desmonte dos �rg�os de controle na �rea.

Desequil�brio global

A OCDE afirma em seu estudo que a economia global continua se recuperando, mas ressalta que a retomada � desequilibrada. De acordo com a organiza��o, existem diferen�as marcantes entre os pa�ses, que se reflete nas condi��es de sa�de, combina��o de pol�ticas e setores econ�micos.

H� uma grande escassez de m�o de obra em algumas atividades, embora o n�vel de emprego ainda n�o tenha se recuperado totalmente. H� tamb�m um "abismo persistente" entre a oferta e a demanda de alguns produtos, al�m dos custos mais altos de alimentos e energia, que levaram a um aumento de pre�os mais elevado e duradouro do que o previsto, afirma o estudo.

Para a organiza��o, os governos t�m de lidar com um equil�brio dif�cil entre continuar dando apoio para enfrentar a crise da Covid-19 e, ao mesmo tempo, levar em conta as finan�as p�blicas, os riscos de infla��o e os desafios de longo prazo ap�s a crise sanit�ria.

"Esses desequil�brios criam incerteza e mais riscos negativos do que positivos", ressalta a OCDE, acrescentando que suas perspectivas encaram o futuro com "otimismo cauteloso".

O cen�rio projetado pela organiza��o � o de que a recupera��o global continue, que o mundo lide melhor com a pandemia e que as pol�ticas monet�rias e fiscais permane�am favor�veis de modo geral em 2022.

Ap�s um crescimento m�dio do PIB mundial de 5,6% neste ano e de 4,5% em 2022, a OCDE prev� aumento de 3,2% em 2023, o que representa uma leve desacelera��o.

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