A busca por financiamento no Brasil subiu pelo sexto m�s consecutivo em outubro e com maior intensidade em rela��o a setembro (3%). No d�cimo m�s de 2021, o �ndice Neurotech de Demanda por Cr�dito (INDC), que mede mensalmente o n�mero de solicita��es no varejo, bancos e servi�os, subiu 8%. O resultado indica que o receio do consumidor em rela��o a incertezas do cen�rio econ�mico pode estar ficando para tr�s, avalia a empresa especializada em intelig�ncia artificial.
A despeito das preocupa��es crescentes desde o fim da semana passada com a nova variante de covid-19, o cen�rio para o cr�dito n�o deve sofrer tanta altera��o, afirma ao Broadcast, Breno Costa, diretor executivo da Neurotech. Segundo ele, se houver novas medidas sociais restritivas, sem d�vida, o setor sentir� os impactos. Contudo, ele pondera que o Pa�s est� muito mais preparado do que quando a pandemia de coronav�rus come�ou.
"D� para afirmar que o mercado est� muito mais preparado em rela��o ao fim de 2020 e in�cio de 2021. Claro que a segunda onda de coronav�rus teve impacto na demanda por cr�dito, mas foi bem menor do que na primeira vez, quando todo mundo foi pego de surpresa. Depois, houve um preparo para uma jornada digital melhor estabelecida, para se ter fechar neg�cios por meio desses canais digitais", afirma Costa, completando que n�o descarta desacelera��o na demanda por cr�dito caso o Brasil enfrente uma onda parecida com as anteriores.
Setores
Em outubro, conforme o levantamento, o destaque foi o setor servi�os, que apresentou expans�o de 33% na busca por cr�dito em outubro no confronto com o m�s anterior. "Foi a melhor marca do segmento desde maio, quando a demanda por cr�dito, no geral, voltou a crescer e n�o parou mais", cita a nota.
A procura por cr�dito tamb�m subiu no segmento financeiro, com alta de 7% na compara��o com setembro. Em contrapartida, em outubro, o varejo amargou a segunda queda seguida, repetindo a varia��o negativa de 4% apurada entre agosto e setembro.
De acordo com Costa, o resultado reflete uma tend�ncia da popula��o em priorizar aspectos que fogem do consumo material. "Economicamente, o Pa�s ainda passa por dificuldades e a infla��o torna grande parte dos produtos muito mais caros. N�o � t�o diferente com o setor de servi�os, por exemplo, mas para uma popula��o que aguentou tanto tempo dentro de casa, sem poder sair, � normal que ela queira gastar mais com lazer, turismo, entre outros pontos, at� mesmo para retomar a forma de se relacionar com o mundo externo", afirma.
As pr�prias subcategorias do setor varejista refor�am a ideia de maior procura pelo "essencial", cita a Neurotech. De novo, o interesse em m�veis e eletrodom�sticos caiu (-17%). A procura por financiamento em lojas de departamento, por sua vez, subiu apenas 5%, enquanto o segmento de supermercados apresentou queda de 1%.
Entretanto, o recuo em supermercados n�o indica um cen�rio preocupante. Segundo o executivo da Neurotech, houve crescimento na busca por cr�dito do setor por tr�s meses consecutivos, sendo que em setembro o interesse dos consumidores em adquirir financiamento para compras nesta categoria subiu 119%. "Podemos considerar essa queda de agora irris�ria. Mostra que as pessoas est�o priorizando o b�sico, mas com alguma dificuldade", explica.
Acumulado
O INDC ainda registrou alta de 10% em outubro ante igual m�s de 2020, com o setor de servi�os mostrando expans�o de 82%. A inten��o de gasto do cr�dito com bancos e institui��es financeiras subiu 3%, enquanto a taxa do varejo ficou zerada.
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