(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas ECONOMIA

Venda de apartamentos de luxo em S�o Paulo bate recorde em 2021


05/12/2021 17:00

Quem tem dinheiro para gastar pode se dar ao luxo da escolha: pelo menos 200 metros quadrados de �rea, p� direito alto, acabamento ac�stico, um banheiro em cada quarto e, no m�nimo, quatro vagas de garagem. A lista de exig�ncias, que � longa e n�o para por a�, reflete o perfil do segmento da constru��o civil que mais cresce em S�o Paulo: os edif�cios residenciais para os (muito) endinheirados.

Em um momento em que a economia entrou em recess�o t�cnica - com a queda de 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre - e no qual o brasileiro m�dio sofre com a queda na renda e a infla��o, as construtoras correm para oferecer aos "super-ricos", que parecem alheios � derrocada econ�mica do Pa�s, experi�ncias que n�o deixam a desejar aos mais sofisticados hot�is e clubes de campo.

Uma pesquisa da Brain, consultoria especializada no mercado imobili�rio, revela que os lan�amentos do segmento de luxo e superluxo em S�o Paulo, de janeiro a setembro de 2021, somaram 4.217 unidades - um aumento de 129% em rela��o a igual per�odo do ano passado e o dobro da expans�o da constru��o como um todo. Hoje, a fatia desses lan�amentos na cidade � de 8,5%, ante 5,8% do ano passado. � uma participa��o historicamente alta: o recorde anterior, de 7,8%, havia sido registrado em 2019.

O valor geral de vendas desses im�veis de luxo atingiu R$ 9,4 bilh�es at� setembro, quase dobrando o valor do mesmo per�odo do ano passado. Em reais, a participa��o da alt�ssima renda chegou a 37,5% no acumulado de 2021 - outra marca hist�rica.

Mas, afinal, o que diferencia o "luxo" do "superluxo"? O setor trabalha com faixas de pre�o, explica Fabio Araujo, s�cio da consultoria Brain. Os im�veis residenciais de luxo para o mercado de S�o Paulo s�o aqueles negociados acima de R$ 1 milh�o; j� os de superluxo, acima de R$ 2 milh�es.

A estimativa, de acordo com o executivo, � de que os pr�dios de luxo sejam acess�veis para cerca de 5% da popula��o brasileira, ao passo que os de alto luxo s�o restritos ao topo da pir�mide - um sonho ating�vel apenas pelo 1% mais rico.

No entanto, os apartamentos mais disputados entre os milion�rios paulistanos custam, em m�dia, R$ 5,1 milh�es, ou R$ 21,7 mil por metro quadrado, aponta a Brain. O tamanho m�dio desses im�veis supera os 200 m�. Nos apartamentos mais caros da cidade, por�m, o metro quadrado chega a valer R$ 63 mil.

O forte crescimento desse fil�o do mercado, especialmente dos de luxo, segundo Ara�jo, deve-se a uma equa��o formada pelo efeito da pandemia, que fez fam�lias buscarem im�veis maiores. Al�m disso, em 2020 a taxa de juros bateu na m�nima hist�rica, fazendo as fam�lias mais abastadas repensarem seus investimentos, o que levou muita gente a comprar um im�vel novo.

Com a alta dos juros, por�m, a festa pode estar no fim. "Na conta desse p�blico, ao contr�rio do que ocorre na classe m�dia, em que os juros afetam a decis�o de financiamento, o que muda para eles � se vale a pena fazer outro tipo de investimento", diz o especialista.

Na capital, 13 edif�cios cobram mais de R$ 60 mil pelo metro quadrado

Com valores finais que superam R$ 15 milh�es, a capital paulista tem hoje 13 empreendimentos que cobram mais de R$ 60 mil pelo metro quadrado de um apartamento. Essas unidades est�o concentradas em bairros nobres como Jardins, Vila Nova Concei��o e Moema, segundo a consultoria Brain.

As empresas veem esses empreendimentos como "objetos do desejo". "Esse cliente � viajado, frequenta �timos hot�is e espera uma sensa��o e experi�ncia em tudo o que consome", diz o diretor de incorpora��o e neg�cios da Cyrela, Piero Sevilla. Em um dos empreendimentos da marca, em Moema, a assinatura ser� do Yoo Studio, escrit�rio de design europeu, fundado por Philippe Starck e John Hitchcox. "Isso tem dado muito certo. Come�amos em 2013 com pr�dios assinados. E a resposta tem sido muito boa."

Sevilla, da Cyrela, diz que esse cliente tamb�m busca flexibilidade: hoje, a construtora j� oferece dez modelos de plantas para uma mesma unidade, todas desenhadas pelo arquiteto respons�vel pelo empreendimento.

A Gafisa, que tomou a decis�o estrat�gica de se voltar ao setor do alt�ssimo padr�o, tamb�m seguiu o caminho de lan�ar o "cobranded". O primeiro foi no bairro dos Jardins, com a grife italiana Tonino Lamborghini. "� uma marca que traz muito design e life style. H� um valor associado", afirma o presidente da Gafisa, Guilherme Benevides.

Mas foi no Rio de Janeiro que a companhia bateu um marco no setor, ao cobrar R$ 100 mil o metro quadrado em um apartamento no Leblon � ou quase R$ 30 milh�es.

Diretor executivo de incorpora��o da Even, companhia voltada ao alto padr�o, Marcelo Dzik diz que hoje o alto padr�o pede plantas mais abertas, �reas mais arejadas e com luz natural em abund�ncia. Fora isso est�o sempre presentes nos projetos arquitetos e decoradores renomados.

O presidente da construtora Setin, Antonio Setin, aponta tamb�m o fator localiza��o. Com terrenos em regi�es mais nobres cada vez mais escassos, os custos de incorpora��o v�m subindo. Setin v� ainda uma novo perfil de compradores a ser cobi�ado: "Vemos alguns jovens ficando ricos cada vez mais cedo, muito fruto da �rea de tecnologia e fintechs."


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)