BC eleva Selic a 9,25%, e taxa b�sica de juros atinge o maior patamar em 4 anos

Com a infla��o sem dar tr�gua e a economia em recess�o t�cnica, o Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central decidiu por uma nova alta de 1,50 ponto porcentual da Selic (a taxa b�sica de juros) nesta quarta-feira, 8. A taxa subiu de 7,75% para 9,25% ao ano, conforme j� havia indicado o Copom na �ltima reuni�o, em outubro.



Foi o s�timo movimento consecutivo dos juros, ap�s o BC cortar a taxa b�sica � m�nima hist�rica (2%) em meio � pandemia de COVID-19. Nas seis reuni�es anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 ponto porcentual em tr�s ocasi�es, em 1 ponto nos encontros de agosto e setembro e em 1,5 ponto. em outubro.

Com a decis�o de dezembro, o choque de juros este ano chega a 7,25 pontos porcentuais, o maior em quase 20 anos - desde o ciclo entre o fim de 2022 e o in�cio de 2003. E a Selic alcan�ou o maior patamar desde setembro de 2017, quando estava em um ciclo de afrouxamento ap�s alcan�ar 14,25% em meio � crise de 2015 e 2016.

A taxa est�, portanto, no maior n�vel do governo Bolsonaro. Quando o presidente chegou ao poder, a taxa Selic estava em 6,50%.

Efeitos na economia

O aumento do juro b�sico da economia reflete em taxas banc�rias mais elevadas, embora haja uma defasagem entre a decis�o do BC e o encarecimento do cr�dito (entre seis meses e nove meses). A eleva��o da taxa de juros tamb�m influencia negativamente o consumo da popula��o e os investimentos produtivos.

Com a infla��o em dois d�gitos, a aprova��o da PEC dos Precat�rios na C�mara e no Senado (que abre espa�o no Or�amento para o novo Aux�lio Brasil ao driblar o teto de gastos), e a economia em recess�o t�cnica, a decis�o de hoje era amplamente esperada pelo mercado financeiro.

Todas as 51 institui��es consultadas pelo Proje��es Broadcast esperavam o aumento de 1,50 ponto do juro b�sico, para 9,25%. A avalia��o fiscal � que, embora as manobras patrocinadas pelo governo no teto de gastos (que impede que as despesas cres�am em ritmo superior � infla��o) sejam negativas, a aprova��o da PEC ao menos circunscreve o tamanho do estrago em 2022. Com todas as mudan�as da PEC, um espa�o de R$ 106,1 bilh�es para gastos adicionais � aberto em 2022, ano eleitoral.

Juro real

Com o �ltimo movimento de aperto monet�rio, o Brasil continuou a ter uma das maiores taxas de juros real (descontada a infla��o) do mundo, mas perdeu o p�dio para a Turquia (+5,83%), considerando as 40 economias mais relevantes.

C�lculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro est� agora em +5,03% ao ano. Na terceira posi��o, aparece a R�ssia (+4,23%). A m�dia dos 40 pa�ses considerados � de -1,13%.