O trio de s�cios Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles vai deixar o controle da varejista Americanas, depois de 40 anos no comando da empresa. A mudan�a, anunciada no in�cio de novembro, foi oficializada na �ltima sexta-feira em assembleia geral extraordin�ria de acionistas.
A transa��o simplifica a estrutura societ�ria da companhia e responde a uma demanda de investidores. O pr�ximo passo da empresa dever� ser a listagem de suas a��es na Bolsa dos Estados Unidos.
Pela nova estrutura, a Americanas S.A. vai incorporar a Lojas Americanas - hoje, tanto holding quanto empresa t�m a��es listadas na Bolsa brasileira. Com isso, cada acionista da Lojas Americanas receber� uma fra��o da a��o da Americanas S.A., precisamente 0,188964 do papel.
Com a conclus�o desse processo, em que apenas a Americanas S.A. ser� listada, o trio de investidores ter� sua participa��o dilu�da e passar� a deter 29,5% do capital, deixando, assim, o controle para ser o investidor de refer�ncia da empresa - que ter� capital difuso no mercado.
'VALOR FUTURO'
Hoje, os controladores det�m 38,2% do capital total da Lojas Americanas e 60,8% das a��es ordin�rias, que s�o aquelas com direito a voto.
A companhia afirmou que a nova estrutura simplifica a compreens�o do mercado sobre a empresa, aumenta a governan�a corporativa e tamb�m a liquidez das a��es da Americanas.
"Paralelo � reorganiza��o, os resultados j� obtidos na etapa de combina��o operacional - como o crescimento acima do mercado no terceiro trimestre deste ano, o ganho de market share no f�sico e no digital - evidenciam a bem-sucedida estrat�gia de gera��o de valor futuro da companhia", afirmou, em nota.
A proposta inclui ainda um mecanismo para bloquear investidas de concorrentes, por exemplo. Por meio da chamada "poison pill" ("p�lulas de veneno", na tradu��o livre) a companhia quer incluir no seu estatuto regra determinando que, quando um investidor atingir uma participa��o de 15%, ele precisa, obrigatoriamente, fazer uma oferta p�blica para a aquisi��o da totalidade das a��es em circula��o. Esse tipo de instrumento � comum em empresas sem um controlador.
DATAS
Os acionistas da Lojas Americanas que n�o concordarem em receber a��es da Americanas S.A. ter�o um prazo, que come�a amanh� e vai at� o dia 13 de janeiro, para deixarem de ser acionistas.
Os dissidentes receber�o, com isso, R$ 3,47 por a��o, valor calculado com base no balan�o patrimonial da Lojas Americanas em 30 de junho de 2021.
Depois disso, as bases acion�rias come�ar�o a ser consolidadas. O processo ser� conclu�do no dia 21 de janeiro, data que marcar� a despedida dos pap�is da Lojas Americanas na Bolsa brasileira.
Com a nova estrutura, a Americanas disse que tamb�m migrar� suas a��es para o Novo Mercado, o segmento de listagem da Bolsa brasileira com maiores exig�ncias em termos de governan�a corporativa. A nova estrutura societ�ria tamb�m responde a uma queixa do mercado, que vinha pedindo mais governan�a � empresa.
Em abril deste ano, quando a companhia uniu as opera��es f�sicas e online (a Americanas e a B2W), a composi��o da holding n�o foi bem recebida por investidores, j� que ela foi pensada exatamente para garantir que o controle fosse preservado.
A estrutura de holding permitia que o trio continuasse mandando na empresa, j� que tinha mais do que a metade das a��es com voto, mesmo que com menos de 50% de participa��o na empresa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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