
S�O PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A infla��o, que acumula alta de 10,74% entre as festas do ano passado e novembro de 2021, tamb�m representa um Natal mais caro para as fam�lias brasileiras, dos presentes � mesa da ceia.
A Folha de S.Paulo selecionou itens de listas de presentes para indicar quais registraram queda, quais subiram menos do que a infla��o e aqueles que superaram o �ndice dos �ltimos 12 meses, de acordo com dados do IPCA (�ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo) do IBGE.
A lista dos que ficaram mais baratos no per�odo � pequena e cont�m perfumes (-6,75%), �culos (-1,56%) e notebooks (-0,7%). J� a de presentes que ficaram mais caros no per�odo, mas tiveram reajuste abaixo da infla��o � maior e tem op��es como maquiagens (4,11%), livros n�o did�ticos (4,4%), roupas infantis (6,51%) e femininas (7,7%) e brinquedos (8,96%).
Perfumes tamb�m apresentaram redu��o nos pre�os entre dezembro de 2020 e novembro de 2021. O setor de perfumaria e cosm�ticos foi impactado pela retra��o na demanda durante os per�odos mais intensos do isolamento social, mas os brasileiros voltaram a consumir as fragr�ncias e registraram aumento de 22% nas compras do item no primeiro quadrimestre do ano, em rela��o a 2020, segundo a Abihpec (Associa��o Brasileira da Ind�stria de Higiene Pessoal).
"Se ficou abaixo da infla��o, significa que os itens n�o apresentaram aumento real. Isso � bom porque, se meu sal�rio foi ajustado pela infla��o, ele cresceu mais r�pido que esses pre�os", explica Andr� Braz, do FGV- Ibre (Instituto Brasileiro de Economia). "J� itens que subiram mais do que a infla��o far�o com que as fam�lias ajustem demanda ou renunciem a eles."
� o caso de presentes como bicicletas (11,55%), joias e bijuterias (12,26%) e eletrodom�sticos (12,75%). Entre os itens que mais encareceram desde o �ltimo Natal est�o os consoles de videogames (18,65%) e as televis�es, que registraram alta de 22,35%.
Eletr�nicos encareceram no per�odo gra�as ao aumento nos pre�os de mat�rias-primas como o cobre, alum�nio e min�rio de ferro, al�m da desvaloriza��o do real e gargalos na oferta de suprimentos para a ind�stria, diz Braz.
O ajuste no pre�o de joias tamb�m � explicado pelo encarecimento no �ltimo ano de mat�rias-primas como o ouro, explica Pedro Kislanov, gerente do IPCA-IBGE. Ele relembra que altas na gasolina e energia tamb�m afetaram custos de log�stica e distribui��o de itens diversos durante os 12 meses considerados, como vestu�rio, que registrou alta de 0,95% em novembro em rela��o a outubro.
Entre as roupas, presente comum no final de ano, a alta de dezembro passado a novembro de 2021 foi de 6,51% nas pe�as infantis, 7,7% nas femininas e 10,92% nas masculinas, �nica entre as tr�s categorias que registrou aumento acima da infla��o.
Durante os per�odos mais graves da pandemia, a demanda por roupas foi reduzida, diz Kislanov. Com a reabertura, outubro registrou aumento nos fluxos de pessoas, da demanda e da oferta de roupas, encarecidas gra�as � alta do algod�o no mercado.
JUROS ALTOS ENCARECEM PARCELAMENTO
A varia��o da infla��o dos itens deve ser um dos crit�rios na hora de elaborar a lista de compras para o Natal, mas n�o o �nico, dizem especialistas que recomendam cautela com as compras a prazo.
Alguns itens podem ter registrado infla��o maior do que outros, mas ainda apresentam valor mais acess�vel para as fam�lias, diz Braz. "� preciso atentar tamb�m para os juros altos embutidos no parcelamento", recomenda. A aten��o aos juros � importante especialmente no atual cen�rio de infla��o crescente, em que o dinheiro perde ainda mais valor ao longo dos meses, diz.
Kislanov recomenda que as fam�lias intensifiquem a pesquisa de pre�os antes das compras de Natal. "Em nossas pesquisas para montar os �ndices notamos grande varia��o entre os pre�os de um mesmo item", diz.