Ao recuar 0,2% em novembro passado, a produ��o industrial brasileira registrou a sexta queda mensal consecutiva, confirmando a tend�ncia de enfraquecimento da atividade econ�mica no pa�s. Apenas nos �ltimos seis meses, a ind�stria acumula queda de 4%, segundo informa��es do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica.
O resultado refor�a a percep��o de que a atividade econ�mica no pa�s perde for�a mais rapidamente do que o esperado, na avalia��o do economista-chefe da gestora de recursos K�nitro Capital, S�vio Barbosa. Ap�s a retra��o industrial, os c�lculos preliminares da gestora para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, com base em indicadores antecedentes, cedeu de uma eleva��o de 0,2% para 0,1%. "Ainda � um ligeiro crescimento, s� que est� mais pr�ximo de estagna��o", disse.
F�bio Bentes, economista s�nior da Confedera��o Nacional do Com�rcio (CNC), avaliou que a fraqueza da produ��o industrial pode ser um sinal de contra��o da economia — o que antecipa impactos negativos em outros setores, como o com�rcio. "Estamos com uma infla��o alta, controlada por meio da taxa de juros. Essas retra��es consecutivas da ind�stria podem antecipar um cen�rio de recuo em outros setores, como o com�rcio. Todas essas vari�veis j� anunciam. Enquanto a infla��o girar em torno de 10%, veremos retra��o na ind�stria e com�rcio, o que pressiona o Banco Central, que precisa ajustar os indicadores", explicou.
O volume produzido pela ind�stria nos nove primeiros meses do ano passado ficou 4,7% acima do registrado no mesmo per�odo de 2020. O gerente da pesquisa do IBGE, Andr� Macedo, por�m, relativizou esse dado. "Quando olhamos para o ano anterior, os resultados ao longo de 2021 s�o quase sempre positivos, pois a base de compara��o � baixa, j� que, no in�cio da pandemia, a ind�stria chegou a interromper suas atividades, com o ano de 2020 fechando com um recuo de 4,5%", observou. "Analisando m�s a m�s, observamos que, das 11 informa��es de 2021, nove foram negativas. Ou seja, o setor industrial ainda sente muitas dificuldades e se encontra, atualmente, 4,3% abaixo do patamar de produ��o em que estava em fevereiro de 2020, antes do in�cio da pandemia", acrescentou.
De acordo com os dados do IBGE, em novembro, os setores mais influenciados negativamente foram os de produtos de borracha e material pl�stico. Os dois ramos, conforme destacou o IBGE, perderam toda a expans�o acumulada (3,5%) nos meses de setembro e outubro. Outro segmento que recuou foi o da metalurgia (-3%) — que j� est� na terceira queda seguida, acumulando perda de 7,7%.
Outros produtos, como: metal (-2,7%); bebidas (-2,2%); coque, produtos derivados do petr�leo e biocombust�veis (-0,6%); perfumaria, sab�es, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-4,5%); e produtos diversos (-4,5%) tamb�m passaram por baixa.
Apesar da redu��o no ritmo industrial, o IBGE informou que apenas uma entre as quatro grandes categorias econ�micas ca�ram: a produ��o de bens de capital (-3%). Por outro lado, 13 atividades apontaram crescimento na produ��o. Entre elas, as que exerceram os principais impactos em novembro de 2021 foram os produtos aliment�cios (6,8%), ind�strias extrativas (5%) e ve�culos automotores, reboques e carrocerias (2,9%). As duas primeiras atividades, de acordo com o instituto, voltaram a crescer ap�s dois meses consecutivos de queda na produ��o e a �ltima marcou o primeiro resultado positivo desde abril de 2021.
*Estagi�rio sob a supervis�o de Odail Figueiredo