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Estado de Minas ENTREVISTA/Jovino Campos - Empres�rio 60 anos

Bahamas quer estar entre os 10 maiores supermercados do Brasil em 5 anos

S�cio da Rede Bahamas, que come�ou com um bar e hoje tem quase 70 lojas no interior de Minas, explica a evolu��o da empresa e os efeitos da pandemia no neg�cio


23/01/2022 04:00 - atualizado 22/01/2022 20:44

Jovino Campos
Empres�rio Jovino Campos, de 60 anos, que contou com a ajuda de um s�cio para ampliar o n�mero de estabelecimentos e diversificar o neg�cio (foto: Arcelio Mendon�a/Divulga��o )


De um modesto bar que foi consolidado nos anos 1980 at� a grande rede de supermercados na regi�o da Zona da Mata e do Tri�ngulo, com quase 70 lojas, o legado constru�do pelo Bahamas foi fruto de um trabalho longevo. Um dos mentores do projeto � o empres�rio Jovino Campos, de 60 anos, que contou com a ajuda de um s�cio para ampliar o n�mero de estabelecimentos e diversificar o neg�cio.
 
Atualmente, a empresa conta com seis modelos de lojas e quer firmar o nome entre as pot�ncias do pa�s. “Temos uma expectativa de, em cinco anos, estar entre os 10 maiores supermercados do Brasil”, afirma Campos, que revelou um investimento de R$ 120 milh�es entre 2021 e 2022. Na entrevista concedida ao Estado de Minas, o empres�rio fala sobre os efeitos da pandemia no neg�cio e o porqu� de n�o apostar, no momento, na abertura de lojas em Belo Horizonte.
 
O Bahamas tem quase 40 anos de funda��o e se transformou numa das maiores refer�ncias no segmento no interior de Minas. A que se deve essa expans�o no mercado?
A nossa origem n�o � de supermercado, e sim de um bar. Por isso, temos esse nome. Na �poca, eu estava com 22 anos e meu s�cio, o Paulo, era um pouco mais velho, com 24, e logo resolvemos abrir um boteco mesmo. Achamos esse nome interessante. Desde que come�amos do zero, j� que n�o t�nhamos dinheiro para nada, pressentimos que precis�vamos trabalhar no mercado mais pr�ximo da popula��o, sempre com conceito de lojas de vizinhan�a. Come�amos com mercearia, depois passamos para supermercado, e estar onde os grandes n�o estavam. Pensamos que esse seria o foco que as grandes redes da �poca n�o tinham. Trabalhar no interior � ser diferente. Poder�amos ter uma grande rede somente no interior, com foco no consumidor final. E at� hoje isso n�o mudou. Temos a expectativa de abrir mais lojas no interior, ser a maior rede com atua��o somente no interior. Das maiores redes de supermercados do Brasil, a �nica que n�o tem filiais ou matriz em Belo Horizonte � o Bahamas. Queremos enxergar um pouco melhor essa regionalidade. H� muita dificuldade em entrar para uma regi�o nova, mas temos conhecido melhor o consumidor e seus h�bitos, no que diz respeito a essa regionalidade. Minas Gerais � muito grande e em cada cidade o consumidor tem um tipo de produto que ele conhece. E n�s sempre respeitamos. Temos estudos para poder ir para outras regi�es, mas � preciso ser muito bem planejado. N�o entramos no mercado para ser mais um.
 

"S�o muitas mudan�as e ainda tivemos a pandemia, que nos ajudou, a princ�pio, muito em rela��o ao faturamento, mas aumentou nossas despesas"

 

Hoje, as lojas abrangem a Zona da Mata e o Tri�ngulo. Qual � o diferencial e o tamanho da rede hoje?
Contamos hoje com 69 lojas. Temos 44 unidades na Zona da Mata, 25 no Tri�ngulo. Trabalhamos com multicanais e temos hoje seis modelos de lojas. Temos quatro hipermercados, 16 supermercados de vizinhan�a, cinco mercados em bairros menores, abaixo de 1 mil metros quadrados, sete da bandeira emp�rio Bahamas, que s�o mais sofisticados, al�m de nove da bandeira Express (lojas de conveni�ncia) e 28 Bahamas Mix, que tem a maior participa��o dentro do nosso grupo.

� um desafio muito grande expandir a rede para Belo Horizonte e regi�o metropolitana?
Belo Horizonte � uma cidade gigante, com grandes empresas do varejo nacional. Para ir para uma regi�o dessas, voc� tem de ir forte, com projeto bem definido e um n�mero de lojas que justifiquem a entrada. Qualquer custo em BH � mais caro. Com rela��o � publicidade e propaganda, voc� pagar� mais caro. Para justificar isso, voc� tem de lan�ar um n�mero adequado de lojas. Entendemos que n�o poder�amos ir para a capital para ser mais uma rede, e sim estar entre os maiores. Sabemos que � dif�cil competir, embora n�o seja imposs�vel, em fun��o dos maiores custos.

Hoje, o Bahamas emprega quase 10 mil pessoas direta e indiretamente, sendo a maior rede empregadora de Juiz de Fora. De que forma voc�s planejam a expans�o dos postos detrabalho no futuro?
O varejo como um todo gera bastante emprego. Qualquer loja gera acima de 100 funcion�rios. Em cada cidade que entramos, dependendo do tamanho da loja, geramos 100, 120 e at� mais de 200. Trabalhamos com modelos de lojas um pouco diferentes, investindo mais no atacarejo, um pouco mais compacto do que os demais grupos que atuam no mercado. Enquanto eles montam lojas de 5 mil metros quadrados, a gente tem em torno de 2 mil a 3 mil metros quadrados. Por isso, temos um n�mero maior de lojas. Entendemos que at� o pr�prio atacarejo depende de ponto comercial. Ent�o, ele precisa sobreviver com as vendas do dia a dia e n�o pode ficar mal localizado. Precisa estar em locais de f�cil acesso, onde h� concentra��o de moradores. Com isso, precisamos de investimentos menores e podemos ter um retorno mais r�pido.
 

"Temos a expectativa de abrir mais lojas no interior, ser a maior rede com atua��o somente no interior. Das maiores redes de supermercados do Brasil, a �nica que n�o tem filiais ou matriz em Belo Horizonte � o Bahamas"

 


Uma de suas metas � fazer o Bahamas chegar entre os 10 maiores redes de supermercados do pa�s no ranking da Associa��o Brasileira de Supermercados (Abras). Qual ser� a estrat�gia usada pelo grupo?
Queremos aproveitar ao m�ximo as oportunidades. � muito dif�cil, num mercado t�o vol�til como o brasileiro, n�o podermos apostar no que vai acontecer no dia seguinte. S�o muitas mudan�as e ainda tivemos a pandemia, que nos ajudou, a princ�pio, muito em rela��o ao faturamento, mas aumentou nossas despesas. Nossos custos de opera��o em fun��o das restri��es das prefeituras aumentaram muito, e isso atrapalhou bastante. Poder�amos ter faturado muito mais, mas nossos hor�rios de funcionamento foram limitados e isso reduziu o n�mero de clientes. Muitos supermercados n�o conseguiram aquilo que poderiam faturar. Precisamos agora buscar novas oportunidades, a come�ar pela melhoria da performance de nossas lojas. Sabemos que o mercado seria mais competitivo. Somos uma empresa SA, mas de capital fechado. Logo, buscamos investimentos com nossos pr�prios recursos, evitando o financiamento de bancos. Com isso, conseguimos crescer “dois d�gitos”, atingindo um percentual de 12,1% no ano passado. Temos uma expectativa de, em cinco anos, estar entre os 10 maiores supermercados do Brasil. Mas � claro que depende dos nossos concorrentes.

Voc�s chegaram a investir na modalidade do e-commerce. Tiveram resultado esperado?
Fizemos uma experi�ncia no in�cio da pandemia. Fizemos teste em uma loja, mas por estar mal preparados descobrimos que a modalidade n�o era muito vi�vel para n�s, at� pela estrutura. N�o est�vamos atendendo bem e ficamos com receio de queimar nossa imagem. Desistimos, embora ainda contamos com projetos que vamos estudar. Estamos esperando um pouco essa passagem da pandemia para certificar como reagir� o mercado no setor de alimentos. O e-commerce precisa estar embasado em perfumarias e outras �reas, mas em rela��o aos supermercados, muita gente est� voltando a comprar normalmente. Mas o n�vel de cobran�a no interior em rela��o a essa modalidade � muito pequeno.
 
Como a pandemia do coronav�rus interferiu no setor? Foi preciso frear investimentos?
Seguimos com dificuldades, apesar de n�o ter de fechar as lojas. Tivemos uma delas que precisou fechar durante uma semana, em Al�m Para�ba, onde a prefeitura decretou que todo o com�rcio ficaria fechado. Mas tivemos limita��es de hor�rio e a necessidade de investir em equipamentos de prote��o, como m�scaras, mais colaboradores para controlar a entrada e sa�da de clientes da loja. Tivemos funcion�rios afastados e com isso precisamos contratar outros. Afastamos as gr�vidas, pessoas com comorbidades e aquelas acima de 60 anos. N�o tivemos como fazer um trabalho em home-office e precisamos de contratar mais m�o de obra para substituir os afastados. Aluguel e energia el�trica aumentaram demais, o que aumentou nosso custo operacional. Ainda n�o fechamos, mas creio que o balan�o de 2021 n�o foi melhor que o de 2020.

No ano passado, o grupo planejou um investimento de R$ 120 milh�es. Essa meta foi atingida? Qual a proje��o para 2022?
Investimos quase R$ 100 milh�es em 2021. Em fun��o da pr�pria pandemia, muitos projetos que pretend�amos fazer no ano passado n�o ocorreram. Tivemos dificuldades em rela��o �s prefeituras para aprova��o desses projetos. Estamos terminando esses investimentos no in�cio de 2022. N�o houve necessidade de aplicar esse capital, porque as obras n�o ocorreram da forma que desej�vamos. Em 2022, estamos voltados para a consolida��o das lojas que foram abertas. Temos seis novas lojas a serem abertas, mas vamos dar foco ao planejamento, opera��o de lojas, j� que o n�vel de concorr�ncia aumentou muito. Embora haja fatores que motivam o crescimento, como elei��o e aumento do sal�rio m�nimo, a infla��o no varejo foi muito maior. O poder de compra se perdeu muito em 2021. Aumentou-se o valor da renda, mas diminuiu o poder de compras em algumas categorias, o que obriga todos os supermercados a reverem seu modelo de neg�cio.


De um tempo pra c�, voc� come�ou a investir nas lojas express. Como tem sido o retorno?
� uma bandeira que n�o est� consolidada. Buscamos esse modelo de loja, pois ela � moldada em pequenos espa�os que est�o dispon�veis em grandes centros e em regi�es de maior concentra��o de clientes. � um modelo que depende de pouco investimento, mas que depende de um ponto comercial muito bom. Por serem lojas de conveni�ncia, precisam estar em pontos estrat�gicos. Elas v�o continuar crescendo e se desenvolvendo, mas n�o � algo que buscamos no dia a dia. Pode ser no lugar de uma padaria que fechou, uma loja que tem um ponto comercial bom, algu�m que est� com um espa�o para alugar... � algo mais f�cil de fazer investimentos, embora o retorno seja menor. � um tipo de neg�cio em que n�o h� faturamento t�o grande. 


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