
A escalada nas tens�es entre Estados Unidos, R�ssia e Ucr�nia nos �ltimos dois meses culminou na primeira ofensiva do governo de Vladimir Putin contra a capital Kiev nesta quinta-feira (24/2). Al�m dos abalos s�smicos geopol�ticos entre as na��es, os mercados sofreram.
A crise internacional chegou em um momento em que o mundo n�o est� nada bem, j� que a pandemia da COVID-19 contaminou tamb�m as pol�ticas monet�rias globais.
Agora, com a crise geopol�tica, o mundo deve receber um novo choque de press�o nos pre�os dos combust�veis e dos alimentos. E isso somado � infla��o que permeia as pot�ncias, ainda em processo de retomada ap�s os intensos lockdowns.
Agora, com a crise geopol�tica, o mundo deve receber um novo choque de press�o nos pre�os dos combust�veis e dos alimentos. E isso somado � infla��o que permeia as pot�ncias, ainda em processo de retomada ap�s os intensos lockdowns.
D�lar
Para entender o impacto da crise, vale analisar primeiro o d�lar. Com a avers�o ao risco de uma guerra entre pot�ncias, o d�lar comercial abriu o dia negociado a R$ 5. �s 14h10, registrava uma alta de 2,35%, negociado a R$ 5,12. A moeda ante o real vinha em uma tend�ncia de queda desde 21 de fevereiro, quando fechou o dia cotado a R$ 5,10.
Energia
Outra alta importante foi a do petr�leo. A R�ssia � membro da Organiza��o dos Pa�ses Exportadores de Petr�leo e Aliados (OPEP+) e 60% de sua economia dependem da commodity. Com a onfensiva, pela primeira vez, o tipo Brent foi negociado a US$ 100 (valor de refer�ncia internacional) e o WTI (refer�ncia americana) foi negociado a US$ 95,54.
Al�m dos combust�veis que devem encarecer se a ofensiva continuar em Kiev, os europeus tamb�m dever�o se preocupar. A R�ssia � respons�vel pelo financiamento de 40% do g�s natural que chega ao continente — motivo de preocupa��o da Fran�a, Alemanha, It�lia e outros.
Bolsas
Os mercados internacionais tamb�m sentiram o peso do ataque russo. Em torno das 14h12 (hor�rio de Bras�lia), os principais �ndices globais ca�am: o Ibovespa (�ndice brasileiro de refer�ncia) foi a 1,89%, negociado a 109.829 pontos; os americanos Dow Jones despencavam 2,20%, negociado a 32.420,71 pontos e o S&P, negociado a 1,27%; na Europa, o DAXX, da Alemanha, registrava queda de 3,96% e era negociado a 14,052,10 pontos, e o Euro Stoxx 50, da Uni�o Europeia, ca�a 3,64%, negociado a 3.828,96 pontos. Na �sia, o Hang Seng de Hong Kong despencava 3,21%, negociado a 22.901,56.
O �ndice russo MOEX caiu 30% desde o ataque.
Trigo
Al�m do aumento no pre�o dos combust�veis, que deve surtir um efeito cascata nos alimentos e outros bens de consumo, aumentando a press�o inflacion�ria global em meio � retomada econ�mica, h� o trigo. A commodity � sens�vel ao conflito j� que R�ssia e Ucr�nia, juntas, produzem 14% do trigo global e fornecem 29% de todas as exporta��es do cereal. O Brasil � um dos maiores importadores do mundo.
Pol�tica fiscal
Os governos, que antes prezavam por uma pol�tica fiscal pautada na responsabilidade de menor gasto frente �s suas receitas, desde a pandemia t�m gastado mais para mitigar o impacto do intenso desemprego que os lockdowns causaram.
A revis�o do papel do Estado em suas economias diante do desafio de uma recupera��o econ�mica que ainda � desigual entre os setores produtivos causa gargalos e uma disrup��o das cadeias globais de valor e de produ��o, enquanto os bancos centrais indicam que n�o ir�o aumentar juros e devido �s infla��es elevadas.
A revis�o do papel do Estado em suas economias diante do desafio de uma recupera��o econ�mica que ainda � desigual entre os setores produtivos causa gargalos e uma disrup��o das cadeias globais de valor e de produ��o, enquanto os bancos centrais indicam que n�o ir�o aumentar juros e devido �s infla��es elevadas.
Um exemplo de press�o inflacion�ria ocorre nos EUA, que, em 2011, chegou a 7%, o maior n�vel desde 1982, apontou o �ndice de pre�os ao consumidor do pa�s (CPI, na sigla em ingl�s). L�, a juros b�sico est� em 0% e 0,25%, conforme o Federal Reserve (Fed).
No caso do Brasil, a pol�tica contracionista de juros do Banco Central (BC) elevou a Selic para 10,75%. O �ltimo boletim Focus do BC estima que a infla��o chegue a 5,6%.