
As operadoras Uber e Pop-99 de aplicativos de transporte anunciaram medidas para conter os efeitos do novo aumento dos pre�os dos combust�veis no neg�cio, que envolvem o descontentamento e at� desist�ncia de motoristas parceiros de continuarem na atividade. A Uber anunciou reajuste tempor�rio de 6,5% nos pre�os das corridas, a ser aplicado na pr�xima semana. Segundo a companhia, a corre��o ajudar� os motoristas a lidarem com o pico de alta em seus custos operacionais.
Pedido para que a Petrobras explique os “aumentos abusivos dos pre�os dos combust�veis” foi encaminhado pela Associa��o dos Prestadores de Servi�o que Utilizam Plataformas Web e Aplicativos de Economia Compartilhada (APPEC) ao Minist�rio P�blico Federal (MPF). O presidente da entidade, Warley Leite, diz que o apelo � a “�ltima esperan�a de uma poss�vel revoga��o dessa pol�tica de pre�os, para que a categoria possa sobreviver.”
Na sexta-feira, a ju�za Fl�via de Mac�do Nolasco, da 9ª Vara Federal de Bras�lia, determinou prazo de 72 horas para que o governo federal se manifeste sobre o aumento dos pre�os dos combust�veis. A medida atendeu � a��o civil p�blica ajuizada pelo Conselho Nacional do Transporte de Cargas (CNTRC), Sindicatos dos Transportadores Aut�nomos de Cargas de Guarulhos e de Jundia� e pela Frente Parlamentar Mista do Caminhoneiro Aut�nomo e Celetista, que re�ne 235 deputados e 22 senadores. O prazo, portanto, se encerra amanh�.
A Uber informa que oferece a seus parceiros, em todo o pa�s, a possibilidade de ter desconto no combust�vel. Pagando com o Cart�o Uber no app “Abastece-a�”, o motorista parceiro tem 4% de cashback (devolu��o de dinheiro) em cada abastecimento. “Sabemos que motoristas est�o entre os primeiros a sentirem o impacto dos pre�os recordes dos combust�veis. Ent�o, estamos implementando essas iniciativas para ajud�-los. Esperamos que essas a��es emergenciais colaborem para reduzir os impactos no dia a dia, mas continuaremos ouvindo nossos parceiros, especialmente neste momento”, afirma Silvia Penna, diretora-geral da Uber no Brasil.
A POP-99 anunciou que passar� a oferecer compensa��o financeira pela nova escalada no valor dos combust�veis. O objetivo, de acordo com nota da empresa. � “anular o �ltimo aumento anunciado para o litro da gasolina”. Ser� oferecido reajuste de 5% do valor pago pelo quil�metro rodado aos motoristas de todo o pa�s. “Esse acr�scimo ser� implementado j� nos pr�ximos dias, em todas as 1.600 cidades onde a empresa opera no pa�s”, informou.
Segundo a nota da plataforma, a empresa vem testando solu��es de subs�dio para acompanhar automaticamente as flutua��es dos pre�os dos combust�veis, tanto para cima quanto para baixo. “Ap�s os testes, o novo recurso teria o potencial de trazer ainda mais transpar�ncia e seguran�a aos parceiros.”
Al�m desse reajuste, o pacote Mais Ganhos 99, com medidas como o “taxa zero”, que oferece aos condutores 100% do valor das corridas em per�odos e cidades espec�ficas, e mais ganhos com o recebimento por taxa de congestionamento e taxa de deslocamento, continuam vigentes. “H�, inclusive, casos em que � empregada a taxa negativa, ou seja, o valor repassado ao motorista � maior que o pago pelo passageiro e essa diferen�a � custeada pela empresa para democratizar o acesso das pessoas”, diz nota da 99.
Invi�vel
O aumento dos pre�os dos combust�veis, anunciado pela Petrobras para as refinarias, foi de 18,8% na gasolina e 24,9% no diesel. Na distribui��o do g�s de cozinha, a corre��o foi de 16,1%. Os novos pre�os entraram em vig�ncia na sexta-feira, colocando em alerta trabalhadores e empresas dos servi�os de transporte. A situa��o � desesperadora, na avalia��o do presidente da Frente de Apoio Nacional ao Motorista Aut�nomo (Fanma), Paulo Xavier. Segundo ele, os gastos com combust�vel passaram a representar 50% das despesas di�rias do condutor de ve�culos que atendem �s plataformas de transporte.
O setor de transporte de passageiros por aplicativos, alternativa para muitos profissionais que est�o entre os mais de 12 milh�es de trabalhadores que procuram emprego no pa�s, foi um dos mais atingidos. Parte dos motoristas desistiram do servi�o, Nesse universo, a maioria � de quem n�o tem carro pr�prio e pagava, al�m da taxa ao aplicativo, aluguel do ve�culo.
Foi o caso do motorista Farid Granja, que desistiu do servi�o e migrou para entregas com moto. “Trabalhava 14 horas por dia, pagava R$ 120 de gasolina, mais R$ 50 de di�ria, e sobravam R$ 60, de onde tamb�m retirava dinheiro para alimenta��o durante o trabalho. Ficou invi�vel”, contou.
Warley Leite, presidente da APPEC,defende uma ampla mobiliza��o de todos os setores da sociedade para que os aumentos dos pre�os dos combust�veis sejam revertidos. “Inclusive essas plataformas, que j� anunciaram medidas que ter�o um pequeno, mas importante, impacto. Acho que elas deveriam se unir tamb�m para conseguir melhores resultados. Pedimos que superem as disputas de mercado neste momento.” A entidade estima que atuem em Minas Gerais 700 mil prestadores do servi�o.