
Essa foi uma das avalia��es sobre a conjuntura brasileira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, exp�s em Paris nesta ter�a-feira (29/03).
Em coletiva na Embaixada do Brasil em Paris, Guedes acrescentou que reduzir impostos sobre combust�veis beneficiaria "quem possui barco, anda de avi�o e pode pagar" e que essa medida n�o seria a "resposta mais inteligente" para lidar com a crise do aumento dos pre�os - mesmo que o governo federal tenha zerado impostos sobre combust�veis no dia 11 de mar�o.
Guedes acrescentou que "� preciso lembrar que quando os pre�os sobem, isso atrai investimentos que aumentam a produ��o de petr�leo, g�s e diesel".
O ministro iniciou na segunda-feira uma s�rie de encontros em Paris. O processo de ades�o do Brasil � Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE) � um tema priorit�rio de sua agenda na Fran�a. A OCDE formalizou em janeiro o convite para o ingresso do Brasil na organiza��o.
Ele tamb�m disse que a mudan�a na presid�ncia da Petrobras "n�o ter� efeitos significativos" e ressaltou que a empresa tem sua pr�pria governan�a.
A sa�da do general Joaquim Silva e Luna do comando da estatal, por decis�o do presidente Jair Bolsonaro (PL), ocorre em meio � crise dos pre�os altos dos combust�veis.
O minist�rio de Minas e Energia confirmou a indica��o do economista Adriano Pires, que atua h� d�cadas no setor de energia e � s�cio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.
Pires j� se manifestou criticamente ao controle de pre�os dos combust�veis durante as gest�es de Luiz In�cio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT). Desde 2015, novas regulamenta��es impedem juridicamente a interfer�ncia direta do Executivo na pol�tica de pre�os da Petrobras.

"O coment�rio que tenho para fazer � que a Petrobras � uma companhia listada em bolsa que tem suas pr�prias pol�ticas e deve seguir as pol�ticas que queira", afirmou.
Guedes fez quest�o de frisar que n�o precisa ser consultado sobre mudan�as no comando da companhia e que a �nica indica��o que fez at� hoje, a do economista Roberto Castello Branco, foi antes de o governo iniciar o mandato.
"Desejo boa sorte ao CEO da Petrobras. Estou mais preocupado com a guerra na Ucr�nia e como vamos atenuar os impactos de pre�os. Reduzir os impostos � o primeiro passo, pensar em refor�ar a ajuda aos mais fr�geis, se os pre�os continuarem subindo deve ser um segundo passo. N�s vamos tomando as medidas conforme a crise vai nos atingindo", declarou Guedes.
Ades�o do Brasil � OCDE
Na segunda-feira, o ministro da Economia se reuniu com o secret�rio-geral da OCDE, Mathias Cormann, e diretores das �reas de administra��o fiscal e de assuntos financeiros da entidade.
Tamb�m houve um jantar oferecido por Cormann com representantes de oito pa�ses da OCDE, como Alemanha, Jap�o, B�lgica, It�lia e M�xico, que t�m apoiado de maneira mais ativa o ingresso do Brasil na organiza��o. O embaixador da Fran�a na OCDE n�o foi convidado.
A entrada de um pa�s na organiza��o exige um processo de adapta��o �s regras e aos princ�pios e instrumentos legais da organiza��o que re�ne 38 economias, a maioria desenvolvidas.
O Brasil j� aderiu a 104 dos 251 instrumentos legais da entidade, segundo o governo brasileiro.
Al�m do Brasil, h� outros cinco candidatos � ades�o � OCDE: Argentina, Peru, Rom�nia, Cro�cia e Bulg�ria, mas o processo do Brasil est� mais avan�ado do que o desses pa�ses.

Nesta ter�a, Guedes participou de um encontro com empres�rios franceses e teve outras reuni�es com diretores da organiza��o para tratar das negocia��es ligadas � entrada do Brasil na organiza��o.
"O Brasil est� muito bem posicionado na lista de acess�o � OCDE. Todos os protocolos est�o em andamento e estamos convergindo em todos os padr�es e tentando fazer as reformas em dire��o a essas melhores pr�ticas usadas internacionalmente", disse Guedes.
O roteiro que deve guiar as negocia��es de ades�o do Brasil e dos demais candidatos, o chamado "roadmap", deve ser aprovado pelo conselho de ministros OCDE em junho, na avalia��o do governo brasileiro. A partir disso o Brasil apresentar� um memorando para se posicionar sobre as recomenda��es feitas pela organiza��o.
Guedes reconheceu que, na avalia��o da entidade, o Brasil precisa fazer mais esfor�os em rela��o ao meio ambiente, cobran�a que j� vem sendo feita h� algum tempo.
O ministro brasileiro tamb�m foi questionado, nos encontros na OCDE, sobre a posi��o considerada neutra do presidente Jair Bolsonaro em rela��o � guerra na Ucr�nia. Guedes disse ter respondido aos interlocutores que o Brasil � o �nico grande pa�s emergente que votou a favor da resolu��o do Conselho de Seguran�a da ONU que condenou a R�ssia pela invas�o da Ucr�nia. A China, a �ndia e a �frica do Sul se abstiveram.
Na quarta e quinta, Guedes participa de eventos em Madri, onde se reunir� com empres�rios e a ministra espanhola da Economia. Ele tamb�m ter� um jantar com o ex-presidente espanhol Jos� Maria Aznar e o escritor Mario Vargas Llosa. Segundo o minist�rio, Guedes retornar� ao Brasil na sexta-feira.
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