
O reajuste no pre�o dos medicamentos vai significar mais um peso no j� comprometido or�amento das fam�lias brasileiras. Os novos pre�os foram definidos nesta semana pela C�mara de Regulamenta��o do Mercado de Medicamentos (Cmed), �rg�o do governo federal que vai enviar para todas as farm�cias do pa�s a tabela com os valores reajustados.
De acordo com o Sindicato da Ind�stria de Produtos Farmac�uticos (Sindusfarma), os rem�dios ficar�o 10,89% mais caros, na m�dia, a partir desta sexta-feira (1º/4), mas algumas op��es podem ter aumento de at� 18% em todo o pa�s.
O aumento � calculado considerando a varia��o inflacion�ria medida pelo �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA), ganhos de produtividade das fabricantes de medicamentos e varia��o dos custos dos insumos e caracter�sticas de mercado.
Os rem�dios t�m pre�o controlado e congelado por 12 meses e nenhuma farm�cia poder� aumentar o pre�o m�ximo ao consumidor (PMC) de seus produtos sem autoriza��o do governo.
Em Belo Horizonte, consumidores come�aram desde j� uma corrida aos estabelecimentos para antecipar a compra de medicamentos com descontos. As farm�cias s� receber�o a tabela com os novos pre�os a partir desta sexta-feira, quando o Di�rio Oficial da Uni�o (DOU) j� ter� publicado a portaria que autoriza o reajuste dos produtos.

"H� alguns dias, estou comprando medicamentos para tomar em seis meses. S� assim para fugir desse aumento que teremos. Tenho alguns descontos pelo laborat�rio, mas creio que o pre�o vai aumentar neles tamb�m", afirma a aposentada Mar�lia Ribeiro Santana, de 65 anos, que gasta em torno de R$ 1 mil com medicamentos por m�s.
Ela consome mais rem�dios para press�o, al�m de ivermectina, AAS e Xarelto. A partir de agora, a aposentada diz que tentar� administrar melhor as d�vidas para encaixar o aumento nas farm�cias. "Temos que planejar os meses. Coloquei compras para o cart�o de cr�dito que vai vencer em maio. At� l�, d� tempo de receber e quitar as d�vidas".
Al�m de antecipar a compra de rem�dios, o comerciante Jorge Luiz Nepomuceno, de 46 anos, diz que vai aumentar a busca por gen�ricos e pesquisar ao m�ximo os pre�os, optando por farm�cias mais baratas.
"Tudo vai ficar muito complicado, tendo em vista que outras coisas aumentaram, sobretudo a gasolina, que j� v�o pesar no or�amento. N�o tem outro jeito. Vamos ter de cortar v�rias coisas que compr�vamos para que nosso sal�rio possa dar conta de comprar tudo o que precisamos", afirma.
Recomposi��o anual
Segundo o Sindusfarma, os medicamentos subiram em m�dia 3,75% no acumulado dos dois primeiros anos da pandemia do coronav�rus. Enquanto isso, a infla��o geral no Brasil saltou para 15,03%, gerando uma diferen�a para menos de 11 pontos percentuais.
O sindicato afirma que a recomposi��o anual de pre�os definida pelo governo poder� ser aplicada a cerca de 13 mil apresenta��es de medicamentos dispon�veis no mercado varejista brasileiro.