
Se antes ela era usada apenas para o lazer e estudos, agora se tornou elemento indispens�vel para uma s�rie de empres�rios que tentam gradativamente aumentar seu lucro. Na pandemia do coronav�rus, a internet virou sin�nimo de neg�cio mais do que atrativo, capaz de multiplicar faturamentos e estabelecer novas formas de trabalho. Impulsionadas pelo isolamento social e pela redu��o de lojas f�sicas, as vendas on-line em Minas Gerais tiveram crescimento de 38% no primeiro trimestre de 2022 em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado.
Um levantamento feito pela Nuvemshop, plataforma de e-commerce l�der na Am�rica Latina, mostrou que o estado ficou atr�s somente de S�o Paulo e ocupou o segundo lugar no ranking nacional, com R$ 58,8 milh�es em vendas de janeiro a mar�o, al�m de mais de 1 milh�o de produtos comercializados. O aumento foi superior ao crescimento nacional, que registrou alta de 23% frente ao mesmo per�odo de 2021.
A plataforma tamb�m indicou que o n�mero de pedidos cresceu 26,8%, saltando de 211 mil para 267,6 mil. A maioria se refere ao segmento de modas e vestu�rio, que faturou R$ 27,6 milh�es nos tr�s primeiros meses do ano. Acess�rios (R$ 3 milh�es), casa & jardim (R$ 2,8 milh�es), equipamentos e m�quinas (R$ 2,7 milh�es) e sa�de & beleza (R$ 2,1 milh�es) vieram logo a seguir na classifica��o.
Propriet�ria da loja Milika Modas, no Centro de Belo Horizonte, a empres�ria Marcil�ia Noronha j� pensa em transformar seu estabelecimento numa plataforma totalmente digital diante do crescimento do neg�cio. “� um ramo que tende a crescer mais ainda. Por tudo o que vivemos na pandemia, acho que serviu para fortalecer e dar credibilidade. Antes, as pessoas tinham receio de comprar e a mercadoria n�o chegar. Agora, � uma forma segura de adquirir os produtos”, afirma.
''Mesmo com a volta do varejo presencial, ainda observamos o crescimento do e-commerce no Brasil e no estado de Minas Gerais''
Luiz Natal, gerente de e-commerce e desenvolvimento da Nuvemshop
H� 12 anos no mercado de vestu�rio, ela v� muitas vantagens em ter uma loja 100% on-line: “� uma venda certa. As pessoas o procuram porque ela j� quer a mercadoria. Agora, na loja f�sica, muitos procuram somente conhecer o espa�o, sem comprar. No ano passado, as vendas foram mais fortes porque ficamos alguns per�odos fechados. Agora, houve um equil�brio. Mas tenho vontade de ficar somente com a loja on-line, pois consigo economizar com gastos com funcion�rios, aluguel, taxas de inc�ndios e IPTU”.
Segundo a Nuvemshop, o t�quete m�dio nas lojas on-line de Minas foi de R$ 219,83, um aumento de 9% em rela��o ao primeiro trimestre de 2021. Isso significa que os clientes est�o gastando mais por cada pe�a comprada na internet. O pagamento via Pix representou 13,2% dos pedidos quitados, ultrapassando o boleto, com apenas 4% entre janeiro e mar�o.
O tamb�m empres�rio Clayton Warley j� vem h� oito anos apostando nas vendas 100% digitais ao abrir a loja Griffe e Man, especializada em vestu�rio masculino. Apesar da economia com v�rios gastos que um espa�o f�sico teria, o comerciante diz que o volume de trabalho � bem mais amplo no dia a dia. “A venda on-line exige mais dedica��o. Se n�o for dessa forma, voc� n�o atinge um p�blico bacana e n�o passa seguran�a de que a compra � confi�vel e � algo s�rio. Tenho uma lista de transmiss�o e logo a envio para os clientes.”
Para ele, o diferencial est� na qualidade da mercadoria: “Os produtos com que eu trabalho s�o mais diferenciados. O p�blico curte mais o padr�o de roupas, cal�ados e acess�rios e vai nos procurar justamente pelo estilo de roupa que temos”.
Novos setores
Para o economista-chefe da Federa��o do Com�rcio de Bens, Servi�os e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG), Guilherme Almeida, as vendas digitais t�m influenciado outros setores da economia em todo o estado. “A tend�ncia de comprar pela internet j� era observada no per�odo de pr�-pandemia. J� t�nhamos uma concentra��o de v�rios nichos do varejo no e-commerce, como o vestu�rio e os eletr�nicos, mas a pandemia possibilitou a entrada de outros segmentos nessa modalidade, como m�veis e livrarias.”
“Muitas empresas ainda n�o conseguem entrar e realizar a venda efetivamente pelo e-commerce ou criar um site direcionado para isso. Mas temos hoje as redes sociais. A empresa que tem um perfil que otimiza essa ferramenta de comunica��o junto ao consumidor final s� tem a ganhar. Se ela n�o consegue vender, pelo menos estreita essa rela��o com os clientes”, acrescenta Almeida.
Tend�ncia de expans�o
Segundo o levantamento nacional da Nuvemshop junto � sua base, as lojas on-line brasileiras faturaram mais de R$ 573,2 milh�es no primeiro trimestre, valor 23% superior ao mesmo trimestre de 2021. O volume de pedidos on-line tamb�m cresceu 14%, chegando a mais de 2,4 milh�es. O t�quete m�dio nacional foi de R$ 236,92, valor 9% superior ao mesmo per�odo do ano passado.
O gerente de e-commerce e desenvolvimento de plataforma da Nuvemshop, Luiz Natal, acredita que as vendas digitais manter�o a tend�ncia de expans�o no decorrer de 2022: “Mesmo com a volta do varejo presencial, ainda observamos o crescimento do e-commerce no Brasil e no estado de Minas Gerais. Embora as previs�es para o setor tenham sido mais t�midas para este ano, indicando certa estabiliza��o, os pequenos e m�dios empreendedores do estado continuam apostando no ambiente digital. Acreditamos que esses n�meros devem continuar crescendo, em ritmo mais suave se comparado com a expans�o do e-commerce em 2020 e 2021, � medida que mais pessoas incorporam as lojas on-line em suas rotinas”.