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Estado de Minas DIA DO TRABALHO

'V�' Bernardo, aos 104 anos, ainda trabalha com carteira assinada em Minas

Idoso � funcion�rio em um supermercado de Pouso Alegre, NO Sul de Minas; Ele seria a pessoa mais velha com registro na carteira no pa�s


01/05/2022 09:39 - atualizado 01/05/2022 10:47

Vô Bernardo usa uniforme. Foto tirada dentro do supermercado
'V�' Bernardo foi registrado em 2009 como funcion�rio do supermercado (foto: Magson Gomes/Terra do Mandu)
Jos� Bernardo da Silva acorda �s 6h todos os dias e se arruma para mais um dia de trabalho. Nascido em 1918, seu Bernardo vai completar 104 anos no pr�ximo 14 de junho e se orgulha da facilidade de cal�ar o par de sapatos.
 
“Levanto, lavo a cara, como dizia minha av�, vou fazer um caf�, n�s tomamos e fico sentado esperando o hor�rio de ir para o servi�o”, conta o 'seu' Bernardo.
 
O idoso trabalha em um supermercado de Pouso Alegre, no Sul de Minas. Chega no primeiro hor�rio, assim que a loja abre, coloca um agasalho e come�a a tarefa de todo dia. “Chego aqui e j� olho se tem carrinho, vou juntando e coloco no lugar certo, essas cestinhas que ficam abandonadas por aqui e por ali, junto tudo, ponho no lugar, volto e pego mais. � desse jeito, o dia inteirinho.”
 
'V�', como � chamado pelos colegas de trabalho, foi registrado como funcion�rio da empresa em 6 de maio de 2009. “Meu irm�o j� havia encontrado o V� v�rias vezes, varrendo rua e, depois, em uma institui��o, trabalhando de servente de pedreiro. A� n�s trouxemos ele pra c�, o convidamos para trabalhar e est� a� conosco at� hoje”, conta Carlos Magno Fonseca, s�cio do supermercado. 

Trabalhador mais velho com registro na carteira 

Segundo Carlos Magno, 'seu' Bernardo � a pessoa mais velha do Brasil com carteira assinada. A reportagem tentou confirmar essa informa��o com o Minist�rio do Trabalho e com o INSS, mas n�o obteve retorno.

V� Bernardo nasceu em Cachoeira de Minas, munic�pio vizinho a Pouso Alegre, e lembra com detalhes sua hist�ria. “Com 10 anos j� trabalhava com a minha m�e ajudando na retirada de leite para fazer queijo. Da� pra frente, fui para a ro�a trabalhar com os meus tios, para apanhar caf�. Foi indo desse jeito, melhorando um pouquinho, mas, sempre ganhando pouco.”
 
Sua mulher e sete dos 13 filhos que tiveram j� s�o falecidos. O idoso teve poucos anos de estudo e aprendeu a escrever e ler apenas o pr�prio nome. O primeiro emprego formal na cidade foi na Sociedade Brasileira de Eletricidade, em 1970.
 
“Trabalhei na SBE, puxando fio no mato, montando as torres, de l� de S�o Paulo para c�. Fui at� Araguari. Trabalhava na ro�a, de retireiro, aqui e ali e at� que hoje gra�as a Deus estou trabalhando no mercado.”

N�o gosta de f�rias

Para 'seu' Bernardo, o trabalho � o que ele tem de mais importante na vida e ajuda a complementar a aposentadoria. “Porque, a gente trabalhando, a gente tem o dinheirinho para comprar as coisas para beber, para vestir, para rem�dio. Eu gosto de trabalhar, estar no meio do pessoal, a gente se diverte um pouco. E quando chega em casa, a gente est� mais alegre porque ganhou o dinheiro para sustentar a fam�lia”, comemora.
 
“A hora que eu n�o puder trabalhar mais, n�o sei o que eu arrumo, com a aposentadoria que se ganha � pouco e tem que pagar aluguel, �gua e luz. A aposentadoria ajuda um pouquinho, mas, n�o � tanto n�o”, reclama.
 
Quem vai at� o supermercado n�o v� em nenhum momento v� Bernardo parado. A todo instante, se ele n�o est� recolhendo os carrinhos, ele faz outros servi�os, como varrer a entrada do local.
 
“Tem que obrigar ele a tirar f�rias de tanto que ele gosta daqui e trabalha direitinho at� hoje, n�o tem limita��o. Trabalha melhor at� que muitos jovens”, confessa o s�cio da empresa.

O idoso conversa com cliente enquanto recolhe os carrinhos do supermercado.
O idoso conversa com clientes enquanto recolhe os carrinhos do supermercado (foto: Magson Gomes/Terra do Mandu)

Exemplo de vida 

Os clientes que v�o ao supermercado se encantam com a dedica��o de v� Bernardo. “Ele � uma li��o de vida para todo mundo, porque, geralmente, o pessoal aposenta e quer ficar em casa, fazer outras coisas e ele optou em continuar trabalhando. Ele � uma belezinha, � muito educado, prestativo, � uma pessoa excelente. E 104 anos de vida n�o � qualquer um, e muito menos trabalhando igual a ele”, diz Neiza Costa, que frequenta a loja.
 
E para ter a idade dele s�o necess�rios mais de cinco Guilhermes, de 19 anos, que trabalha como operador de caixa no mesmo supermercado. Guilherme Alves v� no colega de trabalho um exemplo de vida e profissionalismo.
 
“O 'seu' Bernardo � uma inspira��o para n�s. Ele j� passou por muita coisa, j� trabalhou quase a vida toda e est� firme e forte todos os dias, n�o para um minuto, � uma inspira��o para todos n�s da empresa. Principalmente para mim”, diz o jovem.
 
E o desejo de um dos homens que trabalham em idade mais avan�ada do pa�s � de continuar trabalhando. “At� quando Deus der for�a para eu andar eu quero trabalhar. Pra mim, ficar parado n�o d�”, afirma v� Bernardo.

(Nayara Andery/Especial EM)


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