Presidente Marcelo de Souza e Silva fala e gesticula
'� uma carga muito pesada. Trabalhar cinco meses do ano para pagar imposto � muita coisa'
Marcelo de Souza e Silva, presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH)
O brasileiro ter� que trabalhar 149 dias do ano para pagar impostos e, em um ranking de 30 pa�ses, o Brasil � o 14º que mais arrecada imposto, mas est� em �ltima coloca��o como pa�s que melhor retorna o dinheiro para a popula��o. Os dados s�o do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributa��o.
Esta quinta-feira (2/5), em todo o Brasil, ser� marcada pelo Dia Livre de Impostos, quando uma imensa variedade de produtos, de chope e rem�dios a gasolina e g�s de cozinha, ser�o vendidos sem o imposto imbutido nos pre�os.
"O objetivo principal desse dia � mostrar para a popula��o, atrav�s de um protesto pac�fico que as pessoas pagam muito imposto nos produtos que consomem, alertar e conscientizar sobre a alta tribut�ria no pa�s. A ess�ncia do movimento � mostrar para a popula��o a elevada carga tribut�ria e a falta de retorno”, explica o presidente da C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Marcelo de Souza e Silva.
Leia: De g�s de cozinha a chope, Dia Livre de Imposto atinge todos os segmentos
A ideia do protesto nasceu em 2003, com o CDL Jovem, �rg�o auxiliar com objetivo de complementar as a��es da CDL-BH, identificando, treinando e desenvolvendo futuros l�deres. De acordo com Marcelo, que integrou o CDL Jovem em 1989, sempre foi percebida essa necessidade de conscientizar a popula��o sobre os tributos. “A iniciativa nasceu em BH e assim ficou por uns tr�s anos, logo depois expandimos para o estado, e agora para todo o pa�s.”
O presidente da CDL esclarece que n�o h� restri��o para nenhum tipo de empresa de nenhum segmento para participar do protesto, mesmo que n�o seja associado � CDL. “Pode ser empresa de com�rcio e servi�os, a empresa s� tem que deixar claro no site no ato da inscri��o, o que ela vai colocar � disposi��o dos clientes sem o pre�o dos impostos”, explica. Para o protesto de amanh�, por�m, as inscri��es se encerraram nessa ter�a-feira (31/5)
Por que o 2 de junho foi escolhido
De acordo com Marcelo de Souza, o final do m�s de maio � quando os brasileiros come�am a finalmente gastar o dinheiro consigo mesmos, pois os primeiros cinco meses s�o de trabalho para pagar impostos.
“A data escolhida � sempre final de maio ou in�cio de junho porque � feita uma conta. At� 1º de junho, n�s trabalhamos s� para pagar imposto de acordo com a m�dia calculada. A partir do dia 2, os ganhos do seu trabalho finalmente s�o seus. Ent�o, tem esse par�metro, de que agora 'estou livre de impostos'. � uma carga muito pesada. Trabalhar cinco meses do ano para pagar imposto � muita coisa”, explica.
O imposto n�o � exclu�do, � realocado
Alguns empres�rios argumentam que existe a ideia de que parte dos lucros vem dos impostos embutidos nos produtos e servi�os. Um exemplo � o propriet�rio do bar e restaurante Almanaque, Fabiano Aguiar. O chope ser� vendido a R$ 4,99 sem impostos, enquanto, originalmente, custa R$ 11,90 para o consumidor, devido aos impostos.
O presidente da CDL-BH esclarece que o imposto ser� pago sim, mas n�o pelo consumidor desta vez. “Algu�m vai assumir a responsabilidade, ou o pr�prio lojista/prestador de servi�os, ou o fabricante, alguma parte dessa cadeia de produ��o. Pode haver uma divis�o, o fabricante cobre metade e o lojista metade. H� uma l�gica para que tudo funcione, mostrando que a CDL est� preocupada com o lojista e com o consumidor.”
Al�m disso, Marcelo destaca que o Dia Livre de Impostos � uma oportunidade de vendas, que tamb�m trar� lucro para o lojista por outros motivos. “� uma oportunidade para o lojista que est� com um produto estocado, por qualquer motivo como mudan�a de esta��o ou negocia��es com o fabricante, trazer as pessoas para o seu estabelecimento. Participando do protesto, ele realiza vendas e mostra para as pessoas que ele est� preocupado com a causa tribut�ria”, disse.
Evolu��o do protesto ao longo de 19 anos
Iniciado em 2003 em n�vel municipal, o protesto agora de alcance nacional produz grande impacto para todos que participam dele.
De acordo com Marcelo de Souza, a evolu��o foi vantajosa. “Hoje muito mais lojistas participam do protesto, ent�o essa informa��o � muito mais disseminada. Come�ou em BH, ganhou Minas Gerais e agora est� no Brasil inteiro. Por isso, as pessoas come�am a entender que isso tudo faz parte do dia a dia dela. Ent�o, hoje percebemos a popula��o muito mais firme, ajudando todo o setor empresarial a solicitar uma reforma tribut�ria e administrativa”, explica.
Ele argumenta tamb�m que o peso do Estado � muito grande sobre os impostos. “Se n�o tivesse uma tributa��o t�o alta, seria poss�vel comprar e vender produtos melhores, com melhor pre�o e melhor retorno.”
O presidente da CDL-BH destaca o engajamento das pessoas e dos lojistas desde o come�o do ano. "Em fevereiro, a CDL j� recebe perguntas de quando ser� e como ser� a organiza��o do Dia Livre de Impostos. Procuramos ser bem claros quanto a isso, sobre os impostos e quanto ser� vendido. A demanda aumentou tamb�m. Empresas que submetiam ao protesto um a dois produtos, hoje entram com 100 variedades.”
*Estagi�ria sob supervis�o

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