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Estado de Minas O PRE�O AUMENTOU

Nescau a R$ 1,96? Panfleto de 2001 viraliza nas redes sociais

Internautas ficaram surpresos com os pre�os e questionaram a infla��o e poder de compra do brasileiro. Especialista explica se � poss�vel contornar a situa��o


07/06/2022 19:20 - atualizado 08/06/2022 10:51

Os Panfletos de supermercados de 2001 e 2013
Panfletos de supermercados de 2001 e 2013 viralizaram nas redes sociais por conta dos pre�os dos alimentos (foto: Reprodu��o Redes Sociais )
Um panfleto de supermercado brasileiro de 2001 viralizou nas redes sociais nesta ter�a-feira (07/06). Na publica��o original, a autora do Tweet se assustou com o design do panfleto, que mostra um beb� “saindo” de um repolho. Mas, os pre�os comercializados na �poca chamaram mais aten��o e o post j� conta com mais de 9,7 mil coment�rios e 175 mil curtidas.

 

Um dos produtos da publica��o que ganhou destaque nas redes sociais foi um achocolatado da marca Nescau de 500g, que custava R$ 1,96. Hoje, al�m de a embalagem ter diminu�do para 400g, o valor do produto � bem diferente, podendo ser encontrado nas prateleiras com pre�os que variam entre R$ 8 e R$10.




Outro tweet tamb�m postou um panfleto, desta vez, de 2013, e comparou o poder de compra do brasileiro nos �ltimos 9 anos. Na imagem, um refrigerante da marca Coca-Cola de 2 litros poderia ser comprado por R$ 2,89. Hoje, o mesmo produto custa em m�dia R$ 8.
 
 

As postagens causaram revolta em quem frequenta o mercado e convive com o aumento dos pre�os. Al�m disso, os internautas come�aram um debate sobre economia, poder de compra do brasileiro e pol�ticas p�blicas para controle da infla��o e dos pre�os.


Mas, afinal, o que aconteceu para o pre�o aumentar tanto?


Em 2001, o valor do sal�rio m�nimo era de R$180. Passados 21 anos, o sal�rio atual  � de R$1.212. Apesar do aumento salarial, houve uma queda no poder aquisitivo. Ou seja, a quantidade de produtos que as pessoas conseguem comprar no supermercado diminuiu. Isto � chamado de poder de compra. 
 
De acordo com o economista e professor da PUC Minas, Flavius Marcus Lana, o Brasil realizou reformas que reduziram o poder aquisitivo do  trabalhador. � o que ocorreu com a reforma trabalhista, por exemplo.
 
"O sal�rio nominal caiu. Entre 2004 e 2015, havia uma pol�tica de aumentos reais do sal�rio m�nimo, acima da infla��o, mas isso n�o existe mais", explica.
 
Com o brasileiro podendo comprar menos, o custo da produ��o aumenta, gerando um efeito cascata.  Isso porque, com a produ��o em escala, a ind�stria n�o precisa repassar as varia��es no custo de produ��o. Mas, com a redu��o das vendas e o aumento de insumos, como energia el�trica e combust�veis, o repasse � feito para o consumidor, para garantir a margem de lucro.
 
“Todo o problema inflacion�rio brasileiro foi desencadeado pelo custo de produ��o”, afirma. 

Os pre�os dos produtos nos supermercados aumentaram ainda mais nos �ltimos cinco anos, desencadeados por causa do aumento do custo da produ��o no Brasil. Entre os fatores citados pelo professor est�o a privatiza��o de empresas e a crescente concentra��o de renda. Mais recentemente, a pandemia diminuiu a atividade econ�mica, agravando a situa��o. J� a Guerra entre Ucr�nia e R�ssia levou a um aumento no pre�o dos combust�veis que, combinado com a diminui��o da capacidade de refinamento do Brasil, levou a sucessivos aumentos na bomba dos postos.    
 
“Se a gente voltasse nove anos no tempo, tinha um mercado consumidor em ascens�o, sal�rios reais que cresceram, principalmente nos anos 2000 at� 2014, e uma infla��o que n�o sofria press�o pelo lado de custo”, completa. 

Al�m do aumento no valor da mercadoria, a desigualdade social tamb�m aumentou. Conforme o professor, a renda brasileira tinha sido desconcentrada entre 2004 a 2014, com o reajuste real do sal�rio m�nimo, mas voltou a ser concentrada a partir de 2016. “Hoje, o mercado consumidor brasileiro est� em retra��o induzida”, explica. 

Qual � a solu��o? 

Para melhorar o poder de compra do brasileiro, � necess�rio reduzir a infla��o e a cria��o de uma pol�tica social de incremento no sal�rio m�nimo. 

"O poder de compra est� associado � infla��o. Ou seja, a redu��o inflacion�ria � essencial para aumentar o poder de compra e uma pol�tica social de incremento do sal�rio minimo, como ocorreu entre 2004 e 2015, de aumentos reais de sal�rio. � medida que o poder de compra melhorava, as fam�lias tinham capacidade de comprar mais. Evidentemente que, a medida que se compra mais, as empresas operam com escalas de produ��o, ajudam a fazer com que o custo m�dio de cada uma delas caia e isso induz a n�o necessidade de se ajustar pre�os", explica.

Logo, diante dessa l�gica explicada pelo economista, o Nescau n�o vai voltar a custar R$ 1,96, mas realizando as mudan�as necess�rias, � poss�vel que o brasileiro possa encher o carrinho na ida ao supermercado.




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