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Estado de Minas LIVRE DE CONTAMINA��O

Brumadinho: tecnologia ajuda a combater estigma na produ��o de mexerica

Ap�s o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, fruticultores de Brumadinho ainda sofrem com estigma de contamina��o da produ��o pela lama


24/06/2022 13:11 - atualizado 24/06/2022 16:38

Mulher colhe mexerica de uma árvore carregada de frutos
Mexericas de Brumadinho ser�o rastreadas (foto: L�dia Bento/Divulga��o)
Fruticultores de mexerica, em Brumadinho, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, est�o usando a tecnologia de rastreabilidade para derrubar o estigma de contamina��o de seus produtos e ingressar em mercados mais potentes e rigorosos.  Ap�s o rompimento da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, em janeiro de 2019, produtores locais passaram a sofrer com o estigma de contamina��o e tiveram retra��o significativa no escoamento da produ��o agr�cola.
 
Com cerca de 970 hectares de lavouras de mexerica atualmente, Brumadinho chegou, na d�cada de 90, � posi��o de principal produtor da fruta no estado, posi��o ocupada atualmente por Belo Vale. No ano passado, foram 5 mil toneladas. Este ano, apesar da expectativa de queda significativa na safra estadual devido a eventos clim�ticos, o munic�pio deve manter sua posi��o de lideran�a.
As frutas colhidas em Brumadinho levar�o uma etiqueta com c�digo de barras e QR Code. Os dois recursos oferecem informa��es detalhadas sobre o produto que est� sendo comercializado. Os agricultores recebem ainda apoio nas �reas de licenciamento e documenta��o, manejo, comunica��o, escoamento e comercializa��o
 
Os fruticultores contam com apoio de um programa de fomento � agricultura desenvolvido pela Vale com a empresa contratada NMC Projetos e Consultoria e que, desde 2020, atende 300 produtores rurais de Brumadinho e M�rio Campos.
 
Durante o processo, os produtos passam por estudos de tecido vegetal. S�o realizados tr�s tipos de an�lises e, mediante qualquer inconformidade, � feita a corre��o do manejo. A an�lise microbiol�gica indica se h� micro-organismos. A qu�mica aponta se o tipo e a dosagem dos defensivos utilizados no plantio est�o adequados. E a de metais pesados identifica qualquer ind�cio de contamina��o por esses materiais nas planta��es. "Foram realizadas 309 an�lises desde o in�cio do programa e, nunca foi encontrado nenhum vest�gio de metais pesados nos produtos agr�colas de Brumadinho", afirma o gestor do Programa, Ivan Bosio.
 
De acordo com o t�cnico, al�m de atendimento � legisla��o, a iniciativa da rastreabilidade veio  oferecer mais confian�a ao consumidor. "A rastreabilidade funciona como um selo de garantia de qualidade. Por meio do QR Code � poss�vel ter informa��es detalhadas sobre o produto que est� sendo comercializado, como origem, produtor respons�vel, data do plantio e da colheita", detalha.
 

Busca de confian�a dos consumidores 

 
"Com a rastreabilidade, transmitimos mais confian�a para quem est� comprando", explica Marcelo Gustavo de Oliveira, que, com o pai, � respons�vel pela gest�o da maior fazenda de mexerica do munic�pio. S�o 35 mil p�s da fruta espalhados por 70 hectares de terra e uma produ��o m�dia anual de mil toneladas. Recentemente, a propriedade concluiu o processo de rastreabilidade de seus produtos.
 
Marcelo Gustavo é um homem jovem; ele tem barba, usa chapéu e está encostado em um trator vermelho. Ao fundo, se vê uma plantação
Marcelo Gustavo: 'Com a rastreabilidade, transmitimos mais confian�a para quem est� comprando' (foto: Arquivo pessoal)
Segundo Ivan Bosio, o produto rastreado gera benef�cios tanto para o comprador como para o produtor. "Por um lado, a tecnologia garante ao consumidor final transpar�ncia em rela��o ao que est� sendo consumido. Por outro, incentiva o produtor a seguir as melhores pr�ticas de cultivo e facilita sua entrada nos mercados mais exigentes". A expectativa, revela, � que at� o fim do ano, todos os agricultores de produtores vegetais apoiados pelo Programa tenham conclu�do a implanta��o da rastreabilidade.
 
Jo�o Carlos Monteiro Maciel � produtor agr�cola h� mais de 27 anos. Come�ou plantando bucha vegetal, agora tem a mexerica e a lichia como principais cultivos. Ele conta que, em 2019, perdeu praticamente todos os mercados com os quais comercializava. "As pessoas simplesmente assumiram que tudo o que era produzido aqui estava contaminado", lembra. Jo�o Carlos defende que a rastreabilidade � um importante aliado do produtor rural. "Tem mercado que s� compra assim."
 

Diversifica��o da produ��o 

 
Os agricultores locais est�o apostando na diversifica��o do cultivo como forma de garantir seu sustento e ampliar a renda. "Os produtores normalmente j� chegam com uma ideia. N�s estudamos a viabilidade daquilo de acordo com as caracter�sticas da propriedade e o perfil do produtor, fazemos um estudo de mercado e orientamos todo o processo de migra��o para o novo cultivo. Ter um plano B � muito importante na agricultura", explica Bosio.
 
Produtor João Carlos segura uma mexerica diante de um pé carregado da fruta
'As pessoas simplesmente assumiram que tudo o que era produzido aqui estava contaminado, lembra Jo�o Carlos (foto: Arquivo pessoal)
Jo�o Carlos Maciel j� se prepara para o retorno ao cultivo da bucha vegetal. "O mercado est� muito bom e serei o �nico do munic�pio a oferecer esse produto". J� Marcelo Gustavo de Oliveira aposta no milho e no abacate como alternativas � mexerica. "N�o podemos depender somente de um produto. Se diversificamos a produ��o, garantimos outra fonte de renda caso haja algum problema com a safra principal", justifica.
 
A expectativa � de que a produ��o de tangerina em Minas Gerais, que tem a ponkan como a variedade mais cultivada, seja de 250 mil toneladas, quase 12% a menos que em 2021, devido a varia��es clim�ticas.


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