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Estado de Minas Conjuntura

Euro se equipara ao d�lar pela 1� vez em 20 anos


13/07/2022 04:00 - atualizado 12/07/2022 23:37

Crise gerada pela guerra da Rússia com a Ucrânia faz dinheiro europeu ter o mesmo valor do norte-americano
(foto: Philippe Hugen/AFP - 25/1/18)

 

Um euro vale um d�lar. Pela primeira vez em 20 anos, a moeda europeia se desvalorizou at� alcan�ar ontem a paridade com a moeda americana. A desvaloriza��o da moeda europeia frente � norte-americana vem sendo acentuada por conta de preocupa��es de que uma crise de energia levar� a Europa a uma recess�o. Ao mesmo tempo, a moeda dos EUA segue valorizando pelas expectativas de que o Federal Reserve (BC dos EUA) aumentar� as taxas de juros mais rapidamente que o esperado.

 

Os operadores do mercado temem uma grande crise energ�tica na Uni�o Europeia devido � interrup��o do fluxo de g�s russo que chega pelo gasoduto Nord Stream 1, atualmente em manuten��o. A tens�o alimenta os temores de uma recess�o na Europa. Com isso, os investidores privilegiam a moeda norte-americana. Um cen�rio de recess�o pode dificultar os planos do Banco Central Europeu (BCE) caso a institui��o queira p�r fim � pol�tica de juros baixos e passar a subir a taxa para combater a infla��o, que agrava a situa��o.

 

No caso da Am�rica Latina, a paridade entre o euro e o d�lar “n�o tem impacto direto na regi�o”, disse Elijah Oliveros-Rosen, economista s�nior da divis�o Latin America Global Economics & Research da consultoria S&P. O que essa situa��o reflete, acrescenta, � que h� uma valoriza��o do d�lar de forma geral. “A for�a do d�lar n�o � apenas contra o euro, mas tamb�m contra a maioria das moedas dos pa�ses emergentes, incluindo a Am�rica Latina.”

 

O real brasileiro acumula desvaloriza��o de 14% em rela��o ao d�lar desde abril, quando a moeda nacional estava mais forte, em meio � alta das commodities como consequ�ncia da guerra na Ucr�nia. No per�odo recente, al�m do efeito da alta de juros nos Estados Unidos e do temor de recess�o global, que contribuem para a valoriza��o do d�lar, o real tamb�m tem perdido for�a devido � preocupa��o com o descontrole fiscal, ap�s a aprova��o da proposta de emenda � Constitui��o que cria uma s�rie de benef�cios �s v�speras da elei��o.

 

Consequ�ncias Quase metade dos produtos importados na Zona do Euro � faturada em d�lar, contra 40% comprados em euros, segundo o escrit�rio de estat�sticas Eurostat. � o caso de muitas commodities, a come�ar pelo petr�leo e pelo g�s, cujos pre�os j� subiram nos �ltimos meses devido � guerra na Ucr�nia. Com a desvaloriza��o da moeda europeia, s�o necess�rios mais euros para comprar produtos importados em d�lares.

 

“Os produtos importados em d�lares perdem competitividade (...) e ficam mais caros”, explicou Isabelle M�jean, professora da Escola Superior Sciences Po, o que contribui para acelerar a infla��o e amea�a o poder de compra das fam�lias. “Outra veia dessa deprecia��o � que o turismo de europeus, especialmente para os Estados Unidos, ser� contido”, disse William De Vijlder, economista do BNP Paribas. Enquanto isso, turistas dos Estados Unidos e de outros destinos ganham com o c�mbio e podem consumir mais com a mesma quantidade de d�lares.

 

O efeito da queda do pre�o do euro varia de acordo com a depend�ncia que as empresas t�m do com�rcio externo e da energia. "As empresas que exportam para fora da Zona do Euro se beneficiam da desvaloriza��o do euro, j� que seus pre�os se tornam mais competitivos, mas as empresas importadoras s�o prejudicadas", afirma o diretor de pesquisa do banco p�blico Bpifrance, Philippe Mutricy.

 

As empresas dependentes de commodities e de energia e que exportam pouco v�o registrar uma explos�o de gastos. Quem sai ganhando � a ind�stria manufatureira exportadora, principalmente os setores da aeron�utica, os fabricantes de autom�veis, a de luxo e a ind�stria qu�mica. Em tese, a desvaloriza��o do euro torna os pre�os mais competitivos e estimula as exporta��es. Isso poderia amortecer o impacto no crescimento da alta dos pre�os das commodities no contexto da guerra na Ucr�nia, especialmente em economias mais orientadas para a exporta��o, como a Alemanha.

 

Para o pagamento da d�vida dos pa�ses europeus, o impacto depende. Um crescimento maior “pode facilitar o pagamento da d�vida”, observou M�jean, desde que os mercados vejam a d�vida europeia como suficientemente segura, e as taxas de juros permane�am baixas. J� para os Estados que emitiram t�tulos denominados em d�lares, uma desvaloriza��o do euro aumenta o custo do reembolso.

 

Bancos centrais A desvaloriza��o do euro acelera a infla��o, e isso pode levar o Banco Central Europeu (BCE) a aumentar mais rapidamente as taxas de juros. Este m�s, o �rg�o emissor se prepara para seu primeiro aumento em 11 anos. “Pode-se dizer que o BCE n�o deve reagir ao aumento dos pre�os das commodities, mas seu desafio de controlar a infla��o se torna maior, j� que o pre�o das importa��es aumenta”, diz o economista William De Vijlder.


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