
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse ontem que a infla��o no Brasil est� “bastante alta”, mas v� sinais de estabiliza��o. Ele fez uma apresenta��o em evento on-line organizado pelo Instituto Millienium. Segundo Campos Neto, foram percebidos os efeitos das medidas do governo federal para conter os pre�os da energia el�trica e dos combust�veis. No entanto, no setor de servi�os os pre�os ainda continuam subindo. “A gente v� pre�os administrados caindo, um pouco pelas medidas. Mas servi�os ainda est� subindo. Parece que est� estabilizando um pouco. Servi�os � superimportante para a din�mica da infla��o”, ressaltou.
Em julho, o �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou defla��o de 0,68%, a menor taxa da s�rie hist�rica, iniciada em 1980. No acumulado do ano, o �ndice medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) ficou em 4,77% e em 12 meses em 10,07%.
O presidente do Banco Central destacou ainda que a infla��o no pa�s � principalmente um reflexo do cen�rio internacional. “A gente entendeu que essa infla��o mundial ia contaminar o Brasil. A gente teve algumas que foram particulares do Brasil, como a crise h�drica e alguns processos inflacion�rios de alimentos que foram intensos no Brasil, que conseguiram agravar a parte de alimentos”, disse.
De acordo com Campos Neto, um dos fatores que levaram ao aumento generalizado de pre�os foi o crescimento da procura por diversos produtos para al�m da capacidade produtiva do momento. “Quando a gente achava que o gargalo estava acontecendo por oferta, a gente viu que n�o, estava acontecendo por demanda”, disse.
Por�m, segundo Campos Neto, as cadeias de produ��o j� se ajustaram ao novo patamar de demanda. “Teve um ajuste grande na produ��o em algumas coisas. Semicondutores, por exemplo, ajustou muito a produ��o”, disse em refer�ncia aos componentes que, em falta, causaram grandes dificuldades a diversos segmentos industriais, como as montadoras de autom�veis.
Para o pr�ximo ano, o presidente do Banco Central disse que � preciso avaliar o impacto das a��es que reduziram arrecada��o ou aumentaram gastos do governo. “Existe uma preocupa��o com o [pol�tica] fiscal do ano que vem, pela continuidade das medidas que foram anunciadas recentes, como isso vai se encaixar”.
Mercado financeiro reduz previs�o de infla��o
O mercado financeiro reduziu, pela s�tima semana consecutiva, a previs�o de infla��o para 2022. De acordo com o Boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, 2022 deve fechar com alta de 7,02% no �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA).
H� uma semana, o IPCA estava projetado em 7,11% para 2022; h� quatro semanas, em 7,54%. Para 2023, a infla��o projetada � de 5,38%. H� uma semana, estava em 5,36%; h� quatro semanas, em 5,20%.
O mercado financeiro tamb�m manteve as previs�es para o c�mbio e a taxa b�sica de juros, a Selic. A expectativa � que o d�lar feche o ano custando R$ 5,20 (estabilidade que dura tr�s semanas); e, no caso da Selic, em 13,75% ao ano (proje��o de estabilidade h� 8 semanas consecutivas).
A estabilidade, tanto do c�mbio como da Selic, foi registrada tamb�m nas previs�es para 2023 e 2024. No caso do d�lar, em R$ 5,20 para o ano que vem, e em R$ 5,10 para 2024. J� a Selic tem previs�o de fechar 2023 a 11% ao ano, e 2024, em 8% ao ano.
Com rela��o ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas riquezas produzidas no pa�s, o mercado financeiro aumentou a previs�o de crescimento para 2022 e para os pr�ximos dois anos.
Neste ano, a expectativa � de que o PIB cres�a 2%, ante as proje��es de 1,98% e de 1,75%, divulgadas h� uma e h� quatro semanas, respectivamente. Para 2023, a expectativa do mercado � crescimento do PIB de 0,41%. H� uma semana, a previs�o era de 0,40%; h� quatro semanas, 0,50%. J� para 2024, a previs�o � expans�o de 1,8%. H� uma semana, a proje��o era de 1,70%; h� quatro semanas, 1,80%.